Capítulo 1 - Divine Hell Club

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Genevive Molina

Cansada e quebrada é assim que me sinto.
Tentando diariamente ser melhor e apenas fracassando.

Olhando no espelho nem sei mais quem sou, a garota sorridente que fazia de tudo para ser amada e notada já não está mais ali.

Antes eu era Genevive Molina, filha de um grande empresário espanhol e de uma mulher com o maior coração do mundo.

Bom ao menos era isso que todos viam.

A verdade por trás da fachada de família perfeita era bem diferente. Pelo menos em relação ao meu pai, e ele é um dos motivos de eu estar morando na Georgia no último ano.
E o fato dele ter nos abandonado sem absolutamente nada após minha mãe ficar doente, é o motivo pelo qual eu estou aqui.

Suspiro pela centésima vez essa noite enquanto passo um batom vermelho, as batidas da música no salão do Divine Hell Club anunciam que Bonnie já está acabando e a próxima sou eu.

Céus! O que minha mãe diria se descobrisse com o que eu realmente trabalho. A filha que ela criou com tanto amor e devoção está agora tirando a roupa para um bando de homens bêbados e sem nenhum pingo de respeito.

É por pouco tempo Genevive, é pela sua mãe e apenas por ela! Repito mentalmente a frase que eu digo a mim mesma todos os dias nos últimos oito meses antes de subir para o pequeno palco com uma enorme barra de ferro.
Assim que fico á vista de todos escuto assobios, palmas e frases como "tira tudo", "vem com o papai", "delicia" ou então a minha favorita "sua mãe sabe que você é tão gostosa assim?" .
Não, com certeza ela não sabe porque com certeza não era aqui que ela imaginava que eu estaria enquanto me criava.

Então a música começa e eu apenas desligo e faço o que eu sabia fazer maravilhosamente bem segundo a Bonnie, dançar.
O irônico disso tudo é que eu sempre amei dançar e por ser de uma família com posses isso me permitiu fazer aulas de ballet, salão e qualquer outra que o dinheiro do meu pai - ou melhor daquele que se dizia pai - pudesse bancar. Tudo para manter a merda da imagem.
Fico pensando se ele sabia que depois de tantas aulas eu estaria aqui manchando seu nome como ele costumava dizer, provavelmente ele não previu essa.

E então a tortura de escutar aqueles homens gritando acaba e vou em direção a pequena sala que eu e as outras garotas costumavam ficar, Bonnie assim que me vê me entrega um roupão e um copo que eu já sei que tem uma dose de um conhaque barato.

- Tim tim - digo levantando o copo e virando em seguida - Acho que você anda diminuindo a minha dose dona Bonnie. - falo colocando o roupão e indo em direção a garrafa que está numa mesa no canto da sala rodeada por cigarros e maquiagens.

- Ou você que está aumentando cada vez mais essa dose, o que é bem mais provável! - ela diz de modo irônico virando o próprio copo em seguida.

- Talvez você esteja certa - caminho em direção ao sofá e me jogo no mesmo - E a Morgan, onde tá?

- Bem aqui mais gostosa e maravilhosa do que ontem! - então ela aparece na porta com seus cabelos ruivos e com todo seu amor próprio.

- Como o seu ego ainda cabe nessa pequena sala eu não sei - Bonnie fala me empurrando para sentar do meu lado - Espaçosa! - reclama ela e eu apenas dou risada e me endireito pegando um cigarro da mesa e ofereço para ela e Morgan que aceitam imediatamente.

No final das contas acho que todas estamos meio quebradas aqui mas pelo menos esse trabalho me trouxe Bonnie e Morgan que tornam a minha vida um pouco mais suportável, nos achamos umas nas outras e estamos aqui umas pelas outras para o que precisar, esse lugar nos trouxe essa irmandade.

In the name of love - Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora