Capítulo 32

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- Solte-os! Por favor! - gritei desesperada

Sr. Kim: - Então deixe minha filha em paz então sua aberração!

Yong: - Pai! Solte-os! - dizia a menina aos prantos, suja de sangue e com seus braços presos no pé de uma mesa - Nós nos amamos, entenda isso!

Sr. Kim: - Não é amor, é safadeza! É pecado! É gambiarra, imundice!

Yong: - Pare de ser idiota! Nosso relacionamento não lhe diz respeito! Por favor, pare!

Eu não conseguia parar de chorar. Eu estava ensanguentada, meu corpo inteiro doía e ardia por conta dos ferimentos, mas nada comparado a agonia de assistir àquela cena. Eu só tinha um desejo naquele momento, e era destruir o pai da Yongsun com apenas as minhas mãos.

Vi o velho pegar uma faca e apontá-la para meu pai, que estava desnorteado no chão. Parei de sentir todo aquele incômodo físico e me levantei rapidamente, indo em direção a ele e desferindo um soco em seu rosto. Logo após o ato, cambaleei até cair de joelhos. Meu corpo está exausto, não tenho energia para mais nada.

Sr. Kim: - Ora sua verme desgraçada! Eu vou destruir você e todos que você ama! - enquanto o homem gritava, podia ver suas veias sobressaltadas e seu suor e sangue pingando de seu rosto. Ele estava me dando mais nojo ainda.

- Por favor... pare com isso. - minhas lágrimas começaram a escorrer por minhas bochechas sem que eu permitisse. Estou com medo.

Sr. Kim: - Diga adeus. - o homem se aproximou de meu desacordado pai e se abaixou, cortando em seguida o pescoço dele.

- Não! - comecei a chorar desesperadamente enquanto me arrastava pra perto do homem que me criou - Pai! Pai, acorde! - pressionei o corte a fim de estancar o sangramento, mas foi em vão. Ele já havia partido.

Sr. Kim: - Agora a outra. - o verme se aproximou de minha mãe, que até então assistia a tudo aos prantos e em silêncio, já que tinha um pano dentro da boca.

- Não... eu imploro...

Sr. Kim: - Shh, shh, shh, shhhh. O tempo acabou cachorrinho, agora você vai deixar a minha filha em paz na dor. - ao final da frase o mesmo enfiou a faca no peito de minha mãe e retirou.

- MÃE!

Perdi a visão momentaneamente por conta da água em meus olhos, mas pude ver, embaçado, alguém correndo em direção ao homem e o socando - Eu odeio você!

Sr. Kim: - Como você se soltou???

Yong: - Cala a merda da boca! - aproveitou que ele estava no chão e o chutou.

Sr. Kim: - Ahg! Yongsun, pare com isso! Eu sou o seu pai!! - o mais velho cortou a panturrilha de Sun Sun e se virou para mim, enquanto a garota se agonizava de dor e tentava parar o sangramento do corte - Isso é culpa sua! - levantou-se, veio até mim e, sem nenhuma cerimônia, cravou a faca na minha costela e ainda rodou a lâmina, rasgando mais ainda meus tecidos.

Senti quase todo o ar sair do meu pulmão, assim como um pneu estourado ou uma bóia furada.

Yong: - Moon! - a mais velha pegou uma pedra que havia perto dela e se aproximou de seu pai, mancando muito, o acertando em cheio na cabeça. O homem desmaiou e caiu - Moon, fica comigo! - ela se ajoelhou ao meu lado e me pegou no colo, pressionando o corte - Moon?! Moon! Acorda, por favor! Olhe para mim! - eu olhava em seus olhos fixamente. Olhei para meus pais e vi que o que aconteceu era real, uma realidade horrível, eles morreram. Voltei meu olhar para a mulher da minha vida, e reparei em sua voz ficando cada vez mais distante e eu já não sentia mais seu toque, seu calor. O calor e toque que eu tanto amo. Tudo estava ficando escuro. Eu estava sentindo frio, mesmo nos braços da minha amada.
Eu não quero me despedir.

- Sun..sun...



Me perdoa.

Híbrida Boba // Moonsun >>HIATUS<<Onde histórias criam vida. Descubra agora