Capítulo 14

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Becca

Saio da sala de reuniões e eu tive que reaprender a falar espanhol, um dos editores só falava espanhol e eu tive que desenrolar. Meu pai pagou vários cursos de língua para mim, então eu sabia falar.

O problema era que eu tinha aprendido espanhol, francês e italiano, mas o único desses que eu aprendi mesmo foi o francês, achei bonito e foquei mais nele.

Vou até o escritório do meu pai com o relatório na mão e a secretária abre a porta para mim, vejo ele falando no telefone com alguém que talvez seja a Alyssa e espero parada na frente da mesa.

Sei que estou nervosa por que meu coração bate tão forte que parece que vai explodir no peito e meu rosto está tão quente que acho que estou com febre.

-Ok, vamos ver.- ele vem na minha direção e entrego o relatório.

Meu pai senta na mesa e eu cruzo os braços esperando ele ler, seus olhos passam linha por linha e meu desespero vai aumentando de acordo com o tempo.

Ele sempre foi bom em não demonstrar emoções, então o que quer que ele estivesse achando agora, eu não sabia de nada por que ele tinha uma cara de pedra.

-Aparentemente você melhorou nos termos e parece aceitável.- ele fecha o relatório e me encara.- Mas você sabe que não suporto os erros de ortografia.

-Desculpa, os outros estavam falando rápido demais e não tive tempo para corrigir.- engulo em seco.

-Você sabe por que eu exijo perfeição de você, Becca?- ele pergunta.

-Por que você quer que eu seja a melhor na empresa, sem nepotismo.- explico baixo.

-Fale mais alto!- ele grita.

-Você quer que eu seja a melhor!- explico.

-Agora como você acha que vai ser a melhor...- ele joga a pasta na escrivaninha e caminha na minha direção.- Sem escrever direito, porra!

-Desculpa.- sussurro me encolhendo.

-Sai da minha frente.- ele vira o rosto e aponta para a porta.

Respiro fundo e me viro andando rápido até a porta, assim que saio vejo que a secretária está com a cabeça baixa. Com certeza ela ouviu e não quer olhar para mim.

-Onde está a lista de candidatos para uma vaga?- pergunto com a voz controlada.

-Aqui.- ela pega.- Quer ver o nome de alguém?

-Não.- pego uma caneta.- Quero adicionar um.- falo escrevendo.- Ele é muito bom e adoraria uma vaga aqui.

-Vou...- ela lê o nome e o número.- Vou fazer o possível.

-Obrigada.- começo a ir embora de verdade.

Não sei por que fiz isso, mas Charlie sempre quis um emprego aqui e isso parecia uma despedida apropriada. Na verdade, ia ser com ele se manter aqui, eu só o impulsionei.

Ajudaria com a banda, ele trabalhar aqui daria contatos a eles, contatos importantes que alguém inteligente trataria de usar para ter a atenção de um produtor ou algo assim.

A Superação - Miami BoysOnde histórias criam vida. Descubra agora