Capítulo 15

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Josh narrando:

"embora eu deseje o contato solar real entre nós, você me faz falta como um lar. Brilhe carinho em resposta, e pense em mim."

Allen Ginsberg para Peter Orlovsky – 1958

Me deixe brilhar com você. Como você. Deixe eu ser sua lua, pois você é meu grande sol. Você quem traz minha luz. Mas eu so queria brilhar como você. Sabes disso, não?

Queria brilhar como você, meu sol. Mas so posso ser acesa a noite, quando você me ve e me faz brilhar, entao gostaria de brilhar comigo esta noite?

Se aceitar, me encontre as 20h, na frente da cabana, perto da praia.

Vou amar ver seu brilho desde longe.

Espero que goste do chocolates.

Com amor, carinho e muitos beijos.

G

(N/A: Carta retirada do romance LGBT "Vermelho, branco e sangue azul" . Pagina 229)

- gostei.

a- Certeza que ficou bom?

- sabe que ela vai dar mais atenção aos chocolates do que para a carta né?

a- espero que ao menos ela leia a carta.

- ta muito bonita, você se esforçou nessa. Gostei. Meus parabéns.

Abraço ela. Ela treme. Sinto suas lagrimas em seguida e a abraço mais forte. Já é a 4° vez essa semana.

a- E se ela não aceitar? E se eu tiver feito tao mal assim pra ela? E se ela não me ama mais Joshua?

- calma, já disse, obvio que ela te ama, so precisa de um tempo, sabe disso. Ela já teve bastante tempo, deve ter pensado bastante nisso.

a- Você não ta com medo de ele te odiar?

- o Noah não odeia ninguém, nem os haters, nem homofobicos ele odeia, ele acha que são pessoas sem amor, que nunca tiveram a oportunidade de conhecer a paz, por isso julgam os outros. Ele não me odeia, so esta com raiva, com razão. Não me expliquei pra ele, espero conseguir fazer isso essa noite.

a- Não sei, ainda acho que ela me odeia. Ela não fala comigo, nem nada do tipo. Isso me preocupa.

- vocês acabaram de terminar, isso ta sendo difícil tanto para nos quanto pra eles.

Andei refletindo. Noah não mente em relação aos seus sentimentos. Quando ele ama, ele ama mesmo. Não costuma esquecer seus sentimentos assim tao rápido. Tenho esperanças que ele ainda me ame, o quanto eu amo ele. Tenho esperanças de ter conquistado ele, de novo. Dessa vez da melhor maneira. Dessa vez da forma certa de conquista-lo.

Ele não sabe o que aconteceu naquela noite. Eu estava bêbado, perdido, apaixonado, bravo. Ele não sabe sobre o que eu pensava, não percebeu que estava distraído. Andava estressado, coreografias, clipes, novo membro, ensinar ele. Isso estava sendo pior do que eu realmente pensava que fosse, não queria que fosse assim. Não estava prestando atenção na dança, não sabia o que estava fazendo, meu corpo sabia, eu não. Me perdi na hora que percebi que any estava interpretando, não pra mim, não para ela, mas sim pras câmeras, me perdi pois não sabia se interpretava junto, olhava pra câmera ou continuava meus pensamentos. Nunca falei para ele sobre isso. Já sabíamos como o marketing funcionava, não precisávamos ter essa conversa. Mas ele caiu no nosso próprio marketing, se deixou ser enganado. Isso me preocupa.

a- Você tem razão, vou tentar me tranquilizar, as cartas podem ter ajudado bastante.

Vamos caminhando ate a portaria do hotel, entregamos as cartas de hoje, junto dos presentes, eles sorriem e dizem que já vao entregar. Agradecemos. Seguimos para o ensaio. Vou todo tempo com meu braço em cima do ombro dela.

- obrigada.

a- pelo?

- por estar me ajudando, as vezes é bem difícil, sabe? Pensar nele....

a- eu que agradeço, você tem me ajudado a não desistir de tudo.

Olhamos para os lados, sem ninguém, e nos abraçamos. Sorrio e solto ela deixando um beijo em sua testa. Voltamos nosso caminho ate o local de ensaio, entramos e eles já estavam la. Ele continuava magnifico, seus olhos verdes brilhando, com uma camiseta larga, uma calça preta e uma bandana pra prender seus cabelos. Alguns fios ficavam em sua testa, ele estava deslumbrante. Tinha um sorriso no rosto, o que me fez sorrir, eu não via esse sorriso desde o nosso termino. Com uma garrafinha de agua na mao, ele falava animadamente com Sabina, ele parecia contar algo deslumbrante.

a- Fecha a boca antes que babe.

- fica quieta.

Só então que percebo que estou na porta da sala de ensaio, parado, com a boca levemente aberta observando ele. Sorrio bobinho. Merda, eu sou muito rendido por esse homem.

a- Vem, vamos, o Kyle já ta chamando.

- uhumm, alongamento?

a- fiesta!

Concordo com a cabeça. Fiesta. Ok, fiesta. Acho que sei, me perdi, calma, não tínhamos que ensaiar turn it up? Provavelmente mais tarde. Balanço a cabeça e começamos os ensaios dessa nova coreografia. Não acho ela difícil, sinceramente. Na verdade que coreografia que eu acho difícil atualmente? Quase nenhuma. Gosto de me aventurar nesse mundinho de coreografias onde eu me foco. Sempre me foco nisso.

Começamos pelo refrão. Passamos para o inicio, para o final e depois voltamos ao refrão. Não é era tao difícil mesmo, não tem nada de mais como tun it up. Não tenho que pular em cima de ninguém. Mas exigia certo esforço para ficarmos todos ao mesmo tempo. As meninas novas tem certa dificuldade para aprender as coreografias novas. Ou não lembram os passos, ou posições, mas entendemos elas. Não estão acostumadas ainda, não se habituaram a saber tudo ainda, não foram treinados desde pequenos como a maioria de nós. Já temos pratica, ensaiamos com Kyle a anos, as posições, coreografias, câmeras rondeando, são normais no nosso cotidiano. Muitos de nos dançam desde pequeno, estudam dança, sabem muito bem o que fazem desde muito tempo. Já estão acostumados com as "falas da dança". Elas não, começaram a ensaiar dança agora. Ainda não tem a nossa pratica. Não se acostumaram com câmeras a todo tempo, tem ainda certa vergonha da mesma.

Kyle- okk, próxima formação, aquela com os meninos um em cada ponta, Josh, Noah, quero aquela parte – ele faz alguns sons com a boca e entendemos qual parte ele se referia.

Vamos para as nossas formações. Olho pra ele. Noah me olha pelo espelho e revira os olhos, baixo a cabeça e volto a olhar pra ele. Ele me olha também. Nossos olhos se conectam, vejo ele se arrepiar com nosso olhar. Sorrio. Ele se balança e volta a olhar para um ponto fixo atras de mim.

Kyle- ok, duas contagens de frestyle, na terceira quero ver a interpretação de vocês meninas, meninos se abaixem junto e olham para fora ok? Depois voltem, mãos nas costas e olhar. Preciso que os dois tenham olhos nos olhos. Ok?

Concordamos com a cabeça. Suspiro alto. A musica começa, Kyle começa a contagem, fazemos o que ele pede, me abaixo, olho pra fora, levanto, olho no espelho, ele me olha. Olho pra ele de volta, suspiro fundo. Nossos olhos se encontram, ele não desvia o olhar, nem eu, passamos a fazer algo que senti falta. Nossas cores se misturam, novamente, ele nem pisca assim como eu. A musica para, nao nos movemos, continuamos parados, nossos olhos pedem um pelo outro. Se comunicam, ele me traz de volta segurança, pois ainda brilha, ele ainda brilha por mim. Ele sorri pra mim, cora. Ele sorriu pra mim. Depois de uma semana sem me olhar. Sorrio de volta, coramos e desviamos o olhar sorrindo. 

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VOLTEI

DESCULPEM O SUMIÇO, O COLEGIO ME CONSUMIU E TBM ESTOU COM ALGUNS PLANOS

ALIAS O QUE ACHAM QUE VEM AI?


Arriba, Abajo, Al centro e AdentroOnde histórias criam vida. Descubra agora