"Que homem ignorante!"

332 24 54
                                    

— Alô? Este número é do senhor Christopher Vélez? - pergunto enquanto mordo as unhas. Eu nunca estive tão nervosa em toda a minha vida, me sinto estranha por estar ligando para um homem desconhecido.

— Sim, sou eu. Poderia me informar o seu nome? - ele parece estar meio estressado, e eu suspiro bem fundo.

— Ah... Eu me chamo Ayla Monteiro... Uma pessoa me contou que o senhor está oferecendo um emprego de babá e gostaria de saber se a vaga está disponível. - falo, gaguejando.

— Ah, claro. Sim, a vaga ainda está disponível. - ele melhora o tom de voz e fica alguns segundos em silêncio, até que acrescenta: — Você está interessada no emprego?

— Sim, senhor. Eu preciso desse emprego com muita urgência.

— Ok. Então eu te peço que anote o endereço da minha casa.

— Pode deixar, senhor. Espere um momento.





Reviro a casa toda para procurar uma caderneta e pego uma caneta para poder anotar o endereço da casa do senhor Vélez. Combino de aparecer na casa dele por volta das duas da tarde, pois é o horário que ele vai estar em casa e poderá me entrevistar. Depois da ligação, pego a minha filha no colo e fico andando pela a sala. Diversas dúvidas aparecem na minha mente e algo me diz que vou ocupar essa vaga de babá.




— Parece que hoje vai ser o meu dia de sorte. Espero que o senhor Vélez goste de mim e queira me contratar para trabalhar na casa dele. - falo, olhando para a Camila. Ela está puxando a corrente do meu colar e fica brincando com a pingente. — Eu te prometo que vou me esforçar o máximo que possível para que não te falte nada.





Coloco ela no chão para que possa engatinhar,  pego a caixa com os seus brinquedos e espalho pelo o chão. Camila é muito tranquila, não estranha as pessoas, não dá muito trabalho e gosta muito de brincar com os ursos de pelúcia. Aproveito o momento para lavar as louças, fazer uma faxina na casa e colocar as roupas na máquina. Não é fácil ser dona de casa e mãe solteira, mas isso me faz tornar uma mulher forte, determinada e destemida.

Fico o resto da manhã pensando e imaginando como vai ser a minha entrevista de emprego. Reviro as gavetas em busca de uma roupa adequada, só que não encontro nenhuma que me agrade. A única opção que me resta é pedir emprestado com a Larissa, com certeza ela pode solucionar o meu caso. Pego a Camila no colo, coloco a chupeta na boca dela e saio para bater na porta do apartamento da minha amiga. Ela acaba me atendendo e me deixa entrar.




— Aconteceu alguma coisa? - pergunta Larissa.

— Não aconteceu nada de grave, amiga. Eu só preciso da sua ajuda para um negócio... - respondo desajeitada.

— Ufa! Porque já basta eu estar com um problema na pia! - ela aponta para a pia de lavar louça.

— Eu conheço um ótimo encanador. Se quiser eu posso te passar o número dele. - falo, pegando no celular e procuro o contato do Erick. Ele faz qualquer tipo de serviço e trabalha muito bem.

— Passa logo o número dele porque quero resolver esse problema enquanto antes! - fala ela impaciente.

— Aqui está o número dele. - entrego o celular para ela.

— Por que aqui tá escrito "Erick"? É aquele Erick, filho da mulher que cuida da sua filha? - ela franze a testa.

— É óbvio! Agora só falta me dizer que vai recusar o serviço dele só porque vocês tiveram um desentendimento na lavanderia!





υмα иονα ϲнαиϲє ραяα αмαя | Cʜʀɪsᴛᴏᴘʜᴇʀ Vᴇ́ʟᴇᴢOnde histórias criam vida. Descubra agora