"Eu me demito!"

269 24 91
                                    

— Está doendo só um pouquinho, mas vou melhorar rapidinho com a bolsa de gelo. - respondo sorrindo para a Mimi. Ela fica aliviada e volta a sentar na cadeira para continuar colorindo os desenhos. 

— Ela é tão fofa. - Carolina olha para ela. 

— E muito linda. Se parece muito com o pai. - comento, observando a Mimi pintando. 

— Aquele menino só me dá dor de cabeça. Tivemos sorte porque o Richard trabalha aqui. - Gilda entra na cozinha e abre a geladeira para pegar uma garrafa de água. Ela olha para mim e pergunta: — Ayla, como você está se sentindo? 

— Eu estou bem. Não se preocupe. - sorri.


Agora estou muito preocupada com a situação do Nathan, ele precisa de ajuda para controlar as crises de raiva, e talvez eu seja a pessoa certa para isso. Minutos depois, Richard aparece com Nathan e pede para ele sentar na cadeira. Eu apenas volto a olhar para o meu prato de comida e continuo conversando com a Gilda sobre algumas tarefas que tenho que fazer com as crianças. Não vai ser tão difícil passar o resto da tarde com a Mimi, mas vou ter uma luta constante com o Nathan por causa do seu comportamento. 

Passo o resto da tarde brincando de casinha com a Mimi, também ajudei as crianças a fazer as tarefas da escola, mas Nathan se recusou a pegar no caderno e ficou o tempo todo jogando no celular. Tenho que arrumar uma solução para fazer a Mimi voltar a falar e controlar a agressividade com Nathan, porém, não faço a mínima ideia por onde começar. A minha única saída é conversar com o senhor Vélez. 

Deixo as crianças na cozinha com a Carolina, pois ela preparou cookies saborosos e aproveito para ficar na sala para esperar o senhor Vélez chegar do trabalho. Consegui arrancar mais uma informação sobre o meu patrão: ele trabalha como agente federal do FBI. Agora está a resposta para todas as minhas dúvidas. Esse trabalho exige muito esforço e dedicação, talvez seja por esse motivo que ele tem aquele comportamento frio e grosseiro. 

Ouço o barulho da porta se abrir e me levanto para ver quem é. Senhor Vélez entra na sala com mau humor e sem paciência para nada. Mesmo assim eu não posso adiar a nossa conversa, porque tenho para falar sobre um assunto urgente. Decido me aproximar dele, e ele fica surpreso em ver a marca que ficou no meu rosto.


— Boa tarde, senhor Vélez. Desculpe eu te incomodar, mas preciso conversar com o senhor sobre um assunto delicado. - digo, olhando para ele. Senhor Vélez suspira pesadamente e deixa a mochila no sofá. Ele está muito exausto por causa do trabalho. 

— O que aconteceu com o seu rosto? - pergunta senhor Vélez. Ele não demonstra estar preocupado em me ver com o rosto machucado. 

— Então... é sobre isso que quero conversar. - respondo, gaguejando. Mesmo com o olhar cansado, ele continua charmoso. 

— Você quer conversar aqui mesmo ou no meu escritório? 

— Pode ser aqui mesmo. 


Eu conto para ele sobre o comportamento do Nathan, do soco que levei no rosto e na possível solução para resolver esse problema. Senhor Vélez apenas me ouve com atenção, assente e fica um pouco confuso quando digo sobre a possibilidade do seu filho estar com transtorno de hiperatividade e que seria melhor procurar um psicólogo.


— Você está querendo me dizer que o meu filho está com esse transtorno? Por acaso você é médica para dar esse tipo de diagnóstico? - pergunta ele bastante bravo. Eu suspiro fundo e tento me manter firme.

— Eu não sou nenhuma médica, mas sei identificar quando uma criança precisa de ajuda. - respondo calmamente.

— O meu filho não é nenhum doente pra procurar ajuda psicológica!

υмα иονα ϲнαиϲє ραяα αмαя | Cʜʀɪsᴛᴏᴘʜᴇʀ Vᴇ́ʟᴇᴢOnde histórias criam vida. Descubra agora