υмα иονα ϲнαиϲє ραяα αмαя | Cʜʀɪsᴛᴏᴘʜᴇʀ Vᴇ́ʟᴇᴢ

"Você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida"

— De onde você tirou essa história? - ela se faz de desentendida.

— Responda logo antes que eu resolva pedir para os seguranças não te deixarem entrar neste quarto.

— Ai, quanta crueldade! Você não seria capaz de fazer isso.

— Apenas responda a minha pergunta ou alguém ficará ferida neste hospital.

— O Erick e eu estamos muito próximos, até começamos a sair e parece que estou começando a sentir algo por ele.

— E por acaso esse sentimento é amor?

— Na verdade eu não sei muito bem, talvez eu sinta uma atração por ele. 

— Caramba, Larissa! Será que em nenhum momento da sua vida você nunca amou alguém? 

— Acho que não. Você sabe que cresci em um ambiente onde havia muita violência e cresci com o pensamento de que os homens não prestam. 

Depois de ouvir o seu desabafo, eu me sinto um pouco culpada por ter tocado nesse assunto. Larissa cresceu vendo a mãe sendo vítima de violência doméstica cometida pelo o próprio pai e isso gerou um trauma que nem tão cedo conseguirá esquecer. Ela cresceu com essa visão distorcida dos homens, pois pensa que todos são iguais. Por isso que nunca teve um relacionamento sério. 

— Mas o Erick é diferente. Ele estuda, trabalha e tratam todos com gentileza. - digo, tocando na sua mão. 

— Eu sei disso, mas sei lá... Algo me impede de ter algo sério com ele. - ela suspira. 

— Eu não vou mais insistir nesse assunto. Agora está liberada. 

— Vou verificar se a Camila já acordou. - ela levanta da cama.

— Se ela tiver acordada, trás ela pra ficar comigo? 

— Claro que sim. 

Larissa sai do quarto e me deixa sozinha novamente. Decido me levantar da cama para ir ao banheiro, pois preciso dar alguns passos, nem que sejam curtos. Me levanto com bastante dificuldade por causa da dor no local da cirurgia, espero que a recuperação seja rápida para que eu possa voltar a trabalhar. 

O que me deixa preocupada é a minha situação com o Raúl, acredito que ele esteja completamente furioso por eu não estar trabalhando nesses dias. Aposto que quando eu voltar ele vai querer descontar toda a sua fúria nas gorjetas que vou ganhar dos clientes. Só que ao mesmo tempo me sinto aliviada em estar distante daquele lugar. 

— Ayla, você tem visita. - avisa Larissa, abrindo a porta. — Menina, o que você está fazendo em pé? Esqueceu que o médico disse que você não deve fazer muito esforço na perna? - ela corre para me segurar e me ajuda a sentar na cama. 

— Deixa de ser chata. Eu só fui usar o banheiro. - reviro os olhos. — Será que não tenho direito nem de fazer as minhas necessidades? - encaro ela. 

— Você deveria me pedir ajuda. Sabe que estou aqui para o que precisar. 

— Você me disse que eu tenho visita? -  mudo de assunto. 

— Sim, uma mulher alta, loira e com cara de metida. - ela faz careta. 

— Acho que já sei quem é. - olho para a parede. 

— Quer que eu a deixe entrar ou a expulso a ponta pés?

— Pode deixá-la entrar. Aposto que veio para me pedir pra ficar longe do Christopher.