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Eu estava encarando o teto, todos já haviam ido dormir. Jogamos um edredom no chão e deitamos nós tres, os meninos, nele, porque eu e Kel concordamos que não seria legal deitar junto com a namorada na primeira noite. Na verdade eu só não queria deitar sozinho com Sunny, eu estava perdido sobre ele, enquanto ele parecia bem decidido a me estressar com aquela voz rouca ridícula e suas provocações

- Basil... - Escuto meu nome sendo sussurado e viro, eu estava deitado no meio deles

- Hum? - Estava tudo escuro, mas consigo sentir a mão dele tateando o edredom caçando a minha - Aqui - Seguro devagar a mão dele e ele rapidamente entrelaça nossos dedos

- Não consigo dormir - Sinto ele se aproximar mais embaixo da coberta fina que usávamos para não ficarmos com frio deitados sobre o edredom

- Quer que eu conte uma historinha de ninar? - Sinto o leve sopro de sua risada perto de meu rosto, eu estava nervoso ou ansioso, pelos deuses, eu com certeza estava confuso a cima de tudo

- Quero ouvir sua voz - Ele solta minha mão e passa o braço por minha cintura - Se importa de ser meu travesseiro hoje? - E logo sua cabeça toca meu ombro, ele realmente queria conforto para dormir, nada de provocações, eu me desespero por nada, viu?

- Posso te contar sobre minhas flores - Começo a fazer cafúne nele o sentindo me apertar mais - Acho que já lhe comentei que você era como uma tulipa branca, calmo, simples e mostrava uma serenidade... Bem, hoje você me parece uma margarida, sabe? - pergunto retórico entre sussuros - O lance da reflexão, bem-me-quer mal-me-quer, as margaridas são vistas como símbolo da lealdade, mas da reflexão também. E... Isso que você me parece, uma grande icôgnita que se deve ser pensada

- Tem dúvidas de mim? - Sinto ele levantar a cabeça, mas não faço ideia se está me olhando

- Não! Quer dizer. Eu tenho dúvidas, mas sobre mim... Sobre mim, sobre o que penso sobre você, acerca de tudo que passamos, É muita coisa, muita coisa mesmo

- Eu sei, no entanto... - Ele encosta nossos narizes vagarosamente os roçando em leve carinho - ficaríamos loucos se nós prendessemos no passado, na culpa, na insegurança. Car*lho, Basil, levei 4 anos para lidar com tudo e lembro que ambos sofremos por isso, não quero levar mais 4 anos para expressar o que sinto, mesmo que não seja recíproco, quero ser sincero

- O-O que senti? - Eu devia estar derretendo, minha voz mal sai, ele esta falando sobre?

- Não deixei claro? - A mão dele encosta em meu rosto, ele me faz o olhar mesmo no escuro - As flores roubaram o oxigênio do seu cérebro? Porque eu claramente estou dizendo e mostrando que sou completamente caido por você, idiota

- Ah...- Sim, essa foi minha resposta, um "ah" quase inaldível para a declaração do menino mais importante da minha vida e que estava se abrindo para mim - Sunny

- Esqueçe, esta de noite e... Esqueçe - Ele vira-se, depois de eu não responder, com toda certeza estou sendo um completo babaca. Minhas mãos estão suando e sinto que vou desmaiar de ansiedade, mas consigo puxar o ombro dele o fazendo deitar de barriga para cima, Eu não conseguia dizer, muito menos gritar meus sentimentos a ele, então beijei, com minha mão apoiando sobre seu peito, meu cabelo caido sobre o seu, tomei nosso folego em um e, por deuses, ele correspondeu no segundo seguinte grudando suas mãos em meu corpo tão afoito quanto eu. Eu nem fazia ideia se estava beijando bem ou mal, muito menos quando o beijo se tornou de língua, no entanto deitei a cabeça sobre o peito dele exausto, sem o mínimo de fôlego e pela rápida frequência que o peito dele subia ele estava no mesmo estado

- Eu... - Tento buscar ar - Também gosto de você

𝒬𝓊𝒶𝓃𝒹𝓸 𝓮𝓵𝓮   𝒗𝒐𝒍𝒕𝒂𝒓 - OMORI Onde histórias criam vida. Descubra agora