18 - Jeans Azul!

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18 – Jeans Azul!

Erica abriu as pálpebras lentamente.

Os olhos se acostumando à escuridão não tão escura. Ela estava no breu.

E sentiu uma sacudida forte. Um solavanco.

Então percebeu onde estava.

Dentro do porta-malas de um carro.

O espaço era pequeno. Ela não conseguia se mexer. Tentou ajustar as pernas numa posição mais confortável. Mas era impossível se mover. Notou as mãos presas em frente ao corpo. E a boca com uma mordaça bem apertada, forçando seus lábios.

A sua cabeça girou – como se estivesse de cabeça para baixo. Não se lembrava de como chegara ali. Somente que viu o jeans azul da calça dele. Não havia rosto. Não existia uma imagem dele na sua mente. Ela só viu a sua calça quando ele a agarrou no caminho entre a lavanderia e a casa de Edward.

E Deus – sabe-se lá que horas foi isso. Era manhã de sábado após o baile. Hoje podia ser terça, ou quarta. Ela poderia estar desacordada por várias semanas. E se agoniou um pouco.

Porque motivos ela estava ali?

O carro sacudiu mais uma vez e parou. Erica sentiu-o desacelerar. Então escutou a porta – devia ser do motorista - bater ao ser fechada. Passos ligeiros sobre um chão de cascalhos ecoaram em seus ouvidos.

Ela escutou um clique e a luz invadiu seus olhos nervosos.

Augus esticou as pernas devagar. E percebeu que não estava sozinha em sua cama.

Ela levantou a cabeça devagar e levou a mão até boca de susto, ao ver Leonard bufando em sono que parecia ser profundo. O braço estirado por cima do travesseiro.

Ela estava dormindo junto às costelas dele – sentindo o seu calor.

Droga, ela pensou, ele dormiu aqui!

Levantou-se por completo e levou a direito aos cabelos. Ainda estava com o vestido do baile, e Leonard ainda estava com seu smoking.

Era como se eles tivesse enchido a cara a noite toda, e agora estavam ali, de ressaca, sem se lembrar de como chegaram até ali.

-Adorei o seu quarto! – disse Leonard, envolvendo Augus num leve susto.

-Você dormiu aqui! – disse ela ainda sem acreditar.

-Sim... – disse ele rindo. – Bebemos muito vinho...

-A gente não... – ela tinha que perguntar. – Transou?

-Ohhh... – ele agitou as mãos em defesa. – Eu ainda estou de roupa. Acho que se tivéssemos feito. Estaríamos nus.

-Acho que você tem razão – ela admitiu a si mesma.

-Você iria adorar me ver nu! – Leonard disse rindo.

-Leonard! – repreendeu Augus num riso baixo.

-É sério – disse ele. – Eu tenho um físico bom.

-Tudo bem – disse ela saltando da cama. – A sorte é que estou só em casa.

Augus topou em algumas garrafas de vinho vazias, quando atravessou o quarto a procura do seu robe.

Queria tomar um banho quente agora, e tentar parecer sóbria. Caminhou até o banheiro e se olhou no espelho.

O rosto redondo e branco. Sem olheiras! Os cabelos negros caindo sobre os ombros.

Ela fechou a porta do banheiro, saltou de dentro do vestido e atravessou o boxe numa relevante velocidade – quando a água quente tocou seu corpo nu, ela relaxou. Seus pensamentos, que eram poucos e despreocupados, desceram com a água pelo ralo. E ela por alguns segundos se esqueceu de Leonard do outro lado da porta deitado em sua cama.

Pirulito Cor-de-RosaOnde histórias criam vida. Descubra agora