- sete.

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Flávia Point of View.

- Ai, caralho. - Disse, depois de furar o dedo na agulha enquanto costurava. A mulher que madruga pra ir pro curso técnico lá no centro, e passa o restante do tempo trabalhando, já não sabe nem mais seu nome.

Trabalhar autonomo era uma tomação no cu sem fim, porém gostoso demais. Essa porra era o meu sonho, e ver que cada vez mais pessoas gostando do que eu crio, a ponto de dar dinheiro pra ter, éo auge da minha autoestima profissional. Era boa demais no que eu fazia.

Mas que cansava, cansava, a ponto de eu estar exausta da semana e ainda ser segunda. Ta bom que ontem eu fui dormir tarde por motivos de eu e João no mesmo quarto, mas não interessa.

Voltei a apertar o pedal, mas ouvi um barulhinho de fundo, percebendo que era meu celular. O procurei no meio dos tecidos e vi que João estava ligando.

Flávia: Chora, jogadô. - Atendi, ligando a camera, mas arqueei a sobrancelha ao perceber que ele literalmente chorava.

João: Preta...

Flávia: Amor, você ta chorando? - Levantei, sentando na cama. - João, o que rolou?

João: Isso aqui rolou. - Balançou um papel.

Flávia: Que isso, gente?

João: Meu contrato renovado e assinado pro profissional. - Arregalei os olhos, agora, levantando da cama.

Flávia: Mentira?

João: Nega, eu to sem acreditar ainda, puta que pariu.

Flávia: Puta que pariu, amor. Finalmente, parabéns! - Ele riu, secando as lágrimas.

João: Tô feliz demais, Braz me chamou de manhã, jurei que era pra falar que não estava preparado ainda.

Flávia: Lógico que estava, cara. Você é foda, sempre te disso. Eu to morrendo de orgulho de você. - Deixei escapar uma lágrima, vendo ele sorrir. - Que ódio João, me fazendo chorar essas horas da tarde, em plena segunda. - Tirei os óculos, as secando.

João: Te amo, meu amuleto. Tudo por nós, vamos conquistar muita coisa juntos.- Sorri. - Nega, vou desligar que tenho que treinar ainda, liguei pra avisar mesmo.

Flávia: Aé? Achei que tivesse terminado.

João: Não, termino de treinar com os moleques hoje ainda, e amanhã já treino com o profissional. - Deu um sorrisinho, só de falar. - Acabei de sair da sala, entrei aqui no banheiro só pra te ligar. Não ia conseguir treinar sem te contar antes. - Sorri.

Flávia: Vem cá, tu vem pra cá hoje, ou vai ficar por Vargem Grande?

João: Vou ficar, amor. Entro cedo amanhã, quero descansar e se for pra aí, já viu, né? Minha mãe ligando churrasqueira, a sua chegando com cerveja, vô Antônio liberando o quintal pro furduncio, Penha toda na casa da Carol. - Nós rimos. - Vou amanhã só. Mas você podia ir lá pro apartamento, né? Te levo no curso antes de ir pro CT.

Flávia: Puts amor, hoje não consigo. Por isso perguntei se ia conseguir vir. Tenho prova cedinho, vou passar a noite estudando. Mas amanhã a gente se vê, comemora e mata a saudade. - Ele deu um sorrinho.

João: Queria te ver hoje mesmo tendo acordado com você? Queria, mas o motivo é justo. Estuda aí que amanhã a gente se vê.

Flávia: Combinado. - Sorri. - Te amo, garoto.

Saturno || Reinier JesusOnde histórias criam vida. Descubra agora