dezoito

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Carol Point Of View

- Oi, benzinho. - Entrei no carro, sentindo frio na barriga só de sentir seu cheiro.

- Eaí, mulher. - Deu um sorrisinho, se aproximando e beijando meu rosto rapidamente.

- Não precisava ter vindo me buscar, deve estar cansado do treino.

- Tranquilo, estava com... Vontade de dar uma volta e sem nada pra fazer, então. - Deu de ombros e eu estranhei o jeito indiferente que falava, mas assenti.

- Menos mal.

- Como foi lá?

- Foi maravilhoso. Se já falei que não curtia desfilar, não me lembro. - Comecei a contar tudo pra ele, que dava algumas risadinhas, mas com o foco na rua, não tinha me olhado nem quando paramos no farol.

- Falei que tu ia ser foda, zero surpresas. Só não consegui ver aquele que foi no horário do jogo, de resto, você estava linda em todos.

- Obrigada. - Sorri. - E aqui, como foram as coisas? - Acariciei sua nuca e vi os pelos do seu braço se arrepiarem, mas logo ele pigarreou, fingindo se espreguiçar para eu afastar a mão, e foi o que fiz.

- Tranquilo, nada de novo.

- E o nenê? Já decidiu o nome?

- Ta bem. Bem e sem nome, por enquanto, chamo de nenê. - Ri, enquanto ele continuava sério. Desisti e dei uma olhadinha pelo carro, vendo uma rosa e uma caixa de chocolate, dando um sorrisinho.

- Ta tudo bem?

- Sim, por que?

- Sei lá, ta mais quietinho.

- Impressão sua. - Ok, agora oficialmente desisto. Olhei pra janela, vendo que já estavamos chegando na Vila da Penha, já que era pertinho. Mesmo faltando poucos minutos pra chegar em casa, com aquele silêncio, pareceu uma eternidade.

Ele parou o carro na frente de casa e suspirou, me olhando.

- Pretinha, eu preciso falar com você. - O olhei, sentindo um frio na barriga e olhando disfarçadamente pras flores, será que vem aí?

- Pode falar...

- Esses meses que passamos juntos, nos conhecendo, foi foda pra caralho. Acho que nunca encontrei uma pessoa que eu tivesse tanta conexão, em diversos sentidos. Tu é sensacional. Linda, divertida, tem um beijo maravilhoso, e sinto que de fato, posso ser eu do seu lado. Mesmo sendo um moleque bobo as vezes, reconheço a infantilidade. E é exatamente nesse ponto que quero chegar. Quando brinco da gente ter algo mais sério, você sempre diz que não vai rolar porque ainda tenho muito o que viver, e eu sempre discordo. Mas nesses dias que passamos longe um do outro, parei pra pensar e, tu tá certa. Do jeito que estamos indo, sabemos onde vai dar. Vamos começar a gostar um do outro, e me conhecendo, sei que no final das contas, vou acabar te magoando. Sempre foi assim, sou um saco de vacilo e prometi pra mim mesmo que com você seria diferente.

- Reinier... Você saiu lá da Zona Sul, despencou pro aeroporto, só pra me buscar e me dar um fora? - Segurei o riso.

- Não é isso... Na verdade, é. É basicamente isso. Não ia falar por mensagem nem fudendo, porque ia me achar um otário. Então, na minha cabeça, pessoalmente seria melhor. Errei? Sou mais otário que por mensagem? - Fiquei o encarando. - Só não quero que você tenha uma visão ruim de mim, Carolzinha. Tu é especial demais e quero muito você na minha vida.

- Porém, como amiga. Até porque você é a pessoa mais engraçada que já conheci. - Falamos juntos e ele arqueou a sobrancelha, puxando o ar pra falar de novo. - Rei... Ta tudo bem. Não precisa se explicar, entendi o que quis dizer e seu ponto de vista. Concordo, realmente iria começar a gostar de você se continuássemos nesse ritmo. -A bonita mente.

Saturno || Reinier JesusOnde histórias criam vida. Descubra agora