trinta e um

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- Preta, lembra uma vez que você e Naflávia disseram que tinham uma forma de jurar as coisas?

- Lembro... Por que?

- Como era?

- Quase a mesma coisa do juramento com o mindinho, mas a gente da beijinho na mão uma da outra no final.

- Tá. - Levantou o dedinho. - Levanta aí o seu, mulher. - Ri, levantando.

- Lá vem.

- Tá, promete que depois que conhecer minha família, não vai terminar comigo? - Gargalhei.

- Prometo, amor. - Entrelacei nossos dedos e dei um beijinho na mão dele.

- Cara, você é um exagerado. - Julia riu. - Eles não são tão ruins assim.

- São péssimos. Amo muito, mas são péssimos. - Nós rimos.

- É... Tenho que confessar que a família da Suzana é complicada.

- Ah a minha, Mauro? Sua irmã que venha de graça pra ver. Que não tô legal com ela desde aquela vez.

- Liga não Carol. Geral vai te receber bem lá. Da minha parte, pelo menos. - Ela deu um soquinho nele, enquanto nós riamos.

- Lado bom é que a Tinna e a Tete estão ansiosas pra te conhecer.

- Nossa, sim! Elas são super gente boa, meu sonho trocar as duas e Reinier ficar. - Ele a olhou com deboche.

- Olha que eu ia falar mais que a boca...

- O que você tem pra falar, meu filho? Minha vida é um livro aberto.

- As bonitas não te arrastam os amig - Ela tampou a boca dele e eu gargalhei.

- Um livro entreaberto. Te amo, você sabe.

- Vocês estão com esse papinho já tem um tempo, bora, com quem Julia ficou?

- Com ninguém, pai. - Rei arqueou a sobrancelha, cruzando as pernas.

- Tu sabe Carol?

- Não faço a mínima ideia, sogro. - Segurei o riso.

- É brincadeira minha, pai. Julinha é BV ainda coitada.

- Julia Jesus, Julia Jesus... - Suzana me olhou, rindo e eu disfarcei, bebendo o café.

Por milagre de Deus, era feriado prolongado no Rio e eu e o Rei conseguimos folga, e por coincidência, era aniversário do Mauro no final de semana, eles combinaram de juntar geral em Brasília pra comemorar e me convidaram. Estavamos no aeroporto esperando nosso voo e confesso que dava um nervosinho, mesmo eles falando que o pessoal, apesar de louco, era gente boa.

Do Rio pra Brasília era rapidinho, em duas horas chegamos. Estava o maior solzão e a cidade era bem bonita, totalmente diferente do meu Rio.

Logo paramos em uma casa bem grande e só então entendi que as duas famílias moravam na mesma rua, o que deu totalmente pra entender porque quebravam o pau. Quem atendeu foi o irmão do tio Mauro, a mesma cara, o mesmo jeito, chegava a ser engraçado. O cumprimentamos e assim que fomos pro quintal dos fundos, já fomos recebidos com um churrascão.

- Ah, mentira que ela existe?

- Ô Leozera, achou que eu estava mentindo, pô?

- Óbvio! Óbvio que eu achei. - Ri, segurando a mão dele um pouco mais forte. Ok, agora bateu a vergonha.

- Filho, a tia Suzana fez uma propaganda fudida. Falou que tu tava namorando uma mina gente boa, modelo, tu com essa cara? Com esse bigodinho de toddy? Maluco desse jeito? Nega, você tem certeza disso? - Me olhou e Reinier tampou meu ouvido.

Saturno || Reinier JesusOnde histórias criam vida. Descubra agora