vinte e quatro

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Reinier Point Of View

Acordei apalpando o sofá e suspirando, lembrado que tinha levado a Ca pra cama de madrugada. Me espreguicei e levantei, indo pro banheiro e escovando os dentes. Saí meio sonolento ainda.

- Espero que esteja saindo do banheiro, não do quarto.

- Ai que susto, meu sogro. - O ouvi rir. - Tava no banheiro, dormi no sofá quietinho, até tirei foto pro senhor ver.

- Para de ser bobo, moleque. - Ri, sentando na frente dele.

- Quer que eu vá comprar pão?

- Não, relaxa. De sabado a gente come um misto, torrada. Os dois sempre estão com preguiça. Curte?

- Curto, pô. Não tem o que eu não coma, seu Tonho. De fresco só a cara.

- Foi pela cara mesmo que perguntei. - Rimos. - Mas é aquilo, né? Se tivesse mandado outra cesta, isso não estaria acontecendo, teriamos um leque de opções. - Gargalhei.

- Vou mandar pro senhor agora, Carol que se vire.

- Isso aí. - Fizemos um toque, rindo. - Deu pra curtir o resto de noite?

- Deu pô, passamos a noite assistindo Homem Aranha. Eu, né? Ela dormiu na metade do primeiro.

- Ih essa aí é assim, não dura 30 minutos. Parou em qual?

- Então, combinei com a bonita que iamos em ordem cronológica, pra assistir Homem Aranha: Longe de Casa, que nenhum dos dois assistiu ainda, mas confesso que pulei todos e assisti quase até a metade. Favor não contar, vou fingir que nunca vi.

- Porra, nunca vi esse também. Ela costuma acordar lá por volta das dez, se tu não contar, a gente assiste e depois finge que nada aconteceu. Da tempo ainda. - Olhei no relógio da parede, depois pra ele.

- Fecho muito. - Fizemos um toque e começamos a pegar os pratos do café e levar pra sala. Joguei o cobertor pra ele e me cobri com a outra metade, sentando no sofá e voltando o filme do começo.

Seu Antônio era igual eu, gostava de assistir filme comentando, então foi uma tagarelação do caralho o negócio todo.

- Até que enfim essa sonsa descobriu a identidade do homem.

- Porra vô, eu ficava velho, quarenta filmes e nada.

- E até que é bonitinha a menina, né? A primeira eu não curtia muito não. Ate curtia, mas essa achei mais expressivinha.

- Meio atoa, né? Achava também.

- Muito que bem. - Viramos assustados. - Não contente em ser traída por um, fui por dois.

- Não é nada disso que você está pensando. - Soltei.

- Estou vendo. Pô, vocês são muito pilantras.

- É que você dormiu até mais tarde pretinha, a gente tava sem o que assistir. Falei pra ele que não seria uma boa ideia. - Seu Antônio soltou e eu o olhei, rindo.

- Para que te conheço há 19 anos. Sabia que dois pilantras no mesmo ambiente não tinha como dar outra.

- Manda uma cesta pra ela aí como forma de desculpa. - Gargalhamos, enquanto ela revirava os olhos.

- Bom dia tá? Velhinho. - Beijou sua testa, o abraçando por trás, enquanto eu dava um sorrisinho. Achava bonita a relação dos dois. - Ta melhor?

- Zero balas, minha menina.

- Gosto assim. - Se aproximou de mim. - Bom dia, meu bem. - Segurou meu rosto delicadamente, me dando um selinho e indo pra cozinha, enquanto eu olhava, sentindo um pescotapa.

Saturno || Reinier JesusOnde histórias criam vida. Descubra agora