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- Oi? - perguntei ao garoto que estava em pé a frente do garoto. O garoto se virou para mim me olhando de cima a baixo. Ele tinha um deite de ouro na boca, aquilo era bem estranho.

- tá fazendo o que aqui, gatinha? - o garoto falou
- eu só queria passar - falei
- é só passar - o garoto falou abrindo passagem. O outro garoto ainda estava deitado no chão. O garoto que estava deitado no chão, se virou me fazendo olhar espantada, ao saber quem era

- Rafe? - falei se aproximando
- o assunto é com nós dois, gata - o outro garoto falou
- mas você tá espancado ele, como ele não fosse nada! - falei para o garoto e Rafe continuava deitado no chão
- ele ta me devendo uma grana gata
- que grana? - perguntei ao garoto
- não se mete nisso, Mileer - Rafe falou, com o tom de voz dolorida
- cala a boca, Rafe!! - exclamei
- ele comprou umas paradas comigo e não pagou
- que tipo de paradas ? - perguntei
- droga - o respondeu

a palavra " droga " era sempre um gatilho pra mim. Meu pai tinha problemas com droga, desde que eu me conheço por gente. Presenciei a vida dele indo por água a baixo, por causa das drogas. Eu e meus avós presenciou a morte dele. eu tinha 11 anos de idade na época. Aquela cena do meu pai morrendo na minha frente, está tatuado nos meus pensamentos e no meu coração. Lembro de cada momento, minha vó chorando, meu avô tentando me tirar da biblioteca com os olhos cheios de lágrimas. Eu gritava chamando pelo meu pai chorando " PAI! ". Àquela foi a última palavra que eu disse para ele.

Não ouvir em falar muito da minha mãe, nem o nome dela eu sei. Meu pai me falou que a sujeita foi embora assim que eu nasci, ela me deixou com ele sozinho, por isso o motivo dele ter voltado a morar com meus avós. Ele não aguentava a pressão de cuidar de uma criança sozinho em tempo integral. Meu pai começou a usar drogas quando eu tinha cinco anos de idade, ele não participou muito da minha vida, ele saía de casa e me deixava com os meus avós e as empregadas. Não tenho que reclamar em ficar com os meus avós, eles são os melhores que alguém podia ter.

Vovó era a figura materna que eu tinha ao meu lado. Apresentações do dias das mães ela participava sem falta, reuniões escolares, reclamações de briga com garotas mimadas que se achavam melhores que os outros. Quando a diretora chamou meu pai na escola para falar sobre a briga, óbvio que ele não foi, ele estava ocupado demais acabando com a sua vida, com a porra da cocaína. Vovó sempre se pagava de plena na frente da diretora, concordando com tudo que ela falava, assim que entrava no carro com ela, ela falava que eu estava certa em brigar com pessoas inúteis sem um pingo de empatia ao próximo, ela até falava aonde acerta os socos e os chutes. Era um segredo meu e dela, se o vovô soubesse ele teria um surto " Elizabeth, você está ensinando uma criança de oito anos, a bater em outras crianças? Isso é inaceitável. "
Certeza que essa seria as palavras dele.

Saio dos meus pensamentos e volto minha atenção para o ocorrido

- qual é o valor, da divida?
- cinquenta dólares - o garoto respondeu. Cinquenta dólares em drogas? Sarah já tinha comentado algumas vezes que Rafe tinha problemas com drogas e bebidas. Abro minha mochila e pego uma grana que tinha lá e dei para o garoto. Rafe olhou sem entender nada, nem eu estava entendendo o porquê eu estava pagando a dividida de um cara que estava prestes a completar vinte anos, mas eu não deixaria o irmão da minha amiga apanhado ali, e eu sem fazer nada. Muitas pessoas ajudaram meu pai, como estou ajudando Rafe.

- agradece a gatinha, mauricinho - o garoto falou se retirando do local.

Cheguei mais próximo de Rafe abaixando, se aproximando do chão onde estava deitado
- vem, se apoia em mim - falei para o garoto
- eu não preciso da sua ajuda. Como ele era tão insuportável. Estava na merda e ainda recusava qualquer tipo de ajuda

- que saber. Vai se fuder!! Fica aí sozinho, insuportável!! - falei me afastando do garoto, fazendo meu caminho. Ouço a voz de rafe manhosa e dolorosa me chamar " Mileer "
- o que você quer? Você não precisa de ajuda - falei olhando para o garoto
- por favor. Desculpa - Rafe falou. Soltei um suspiro, e andei até o garoto ajudando ele a se levantar. Suas pupilas estavam extremamente dilatadas, tinha uns arranhões pelo ombro, o canto de sua boca estava machucada. Ele estava horrível. Fui andando até a sorveteria apoiada com o garoto em meus ombros. Peguei a chave da sorveteria e abri a porta, entrei com o garoto na sorveteria, e o coloquei sentado em uma cadeira. A diferença de altura entre mim e Rafe era absurda, ele é bem mais alto que eu.

- Eu acho que aqui deve ter um kit de primeiros socorros - felei, procurando um kit nos armários e nas gavetas, que tinham atrás do balcão. Assim que achei uma caixa fui até a direção de rafe que estava tocando em seus machucados.

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Oi gente!! Vou postar a continuação deste capítulo amanhã. Desculpe qualquer erro ortográfico. Obrigada pela atenção de todos vocês! ❤

I hate you, I Love you ||Rafe cameron Onde histórias criam vida. Descubra agora