~ George Weasley (Harry Potter)

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Hey! Espero que gostem :)

Boa leitura 📖

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É estranho ver esta loja fechada, sem barulhos altos, sem os miúdos a andarem de um lado para o outro a testarem todo o tipo de brinquedos e travessuras. O pó forma-se nas parteiras e nos produtos, a falta de luz e animação traz-me uma sensação dolorosa. Este lugar sempre me transmitiu alegria e felicidade, agora não há nada mais para além de silêncio.

Subo as escadas devagar indo em direção ao apartamento que antes era dos gémeos, e agora é apenas de George. Abro a porta devagar, analisando a casa por breves momentos, tal como a loja, o apartamento está em total silêncio e com a falta de animação e alegria habitual.

- George? - Digo alto esperando por uma resposta, mas ela não surge.

Vejo no chão os protótipos dos produtos em que George e Fred andavam a trabalhar, agora estão reduzidos a cacos, e eu sei que isso é como esta o coração de George. A morte de Fred afetou todos, mas George é o que está a sofrer mais, ele perdeu metade de si.

Dirijo-me até ao quarto de Fred tentando abrir a porta, mas ela está trancada o que me dá a certeza que é lá que George está.

- George... - Murmuro batendo levemente na porta. - Deixa-me entrar.

- Vai-te embora.

- Não vou.

Não obtenho resposta, por isso simplesmente sento-me no chão encostada à parede, podia facilmente usar um Alohomora, mas também não quero invadir demasiado a privacidade dele. Eu sei que George está a sofrer e não quero forçá-lo a nada, cada um tem o seu tempo, mas também não quero que ele esteja sozinho numa fase tão complicada.

Ouço soluços baixos vindos do quarto e isso faz o meu coração apertar, é estranho saber que George está a chorar, ele sempre transmitiu alegria a toda a gente, e agora está fechado no quarto do gémeo falecido a sofrer em silêncio e sozinho.

- George, eu estou aqui para ti. Sabes disso, certo? - Pergunto alto para que ele me ouça.

- Só quero ficar sozinho. - Ele diz com uma voz rouca, e eu consigo perceber que ele está perto da porta.

- Eu não te vou deixar sozinho, nunca deixei. Não vou começar agora.

- Eu nunca estive sozinho porque ele sempre esteve ao meu lado.

- Então deixa-me ficar ao teu lado agora.. Por favor, George..

O silêncio retoma durante algum tempo até que ouço a porta ser destrancada, olho para cima encarando um George com uma expressão de sofrimento, os olhos estão vermelhos e inchados e as bochechas um pouco brilhantes devido às lágrimas que escorrem pelo rosto dele.

- Vem aqui, George.

Digo baixo estendendo a mão na direção dele, George aceita a minha mão e senta-se ao meu lado, mas depois decide deitar a cabeça nas minhas pernas e eu apenas aceito, começo a fazer carinhos no cabelo dele e a limpar as lágrimas que insistem em cair pelo seu rosto.

- Tu sempre trocaste os nossos nomes propositadamente. – George diz rompendo o silêncio. - Era confuso para as outras pessoas, mas extremamente divertido para nós. Tu sabias que estavas a falar comigo, mas chamavas-me Fred, confundimos tantas pessoas assim.

- Nós éramos uns idiotas.

- Nós ainda podemos ser, mas o Fred não.. - Ele fecha os olhos e um soluço escapa pelos lábios dele. - Com quem me vais trocar o nome agora? Todos vão saber que eu sou o George porque o Fred já não está aqui.

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