~ John Shelby (Peaky Blinders)

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Hey! Espero que gostem :)

Boa leitura 📖

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Maratona Shelby: 4/5

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1918 - World War I

Para a enfermeira Daisy as noites são o pior momento da guerra, a escuridão e o silêncio trazem uma incerteza e um medo de que são impossíveis de controlar, a sensação de que a qualquer momento eles podem ser atacados sem saber sequer a origem do ataque ou o porquê, se bem que na guerra não existe "porquês", apenas é o que é.

Murmúrios de dor são constantemente ouvidos por toda a tenda médica que está a abrigar os soldados feridos, alguns com ferimentos de balas ou feridos por causa de alguma explosão, outros com alguma parte do corpo mutilada, e alguns apenas esperando pela sua última hora.

Daisy anda de maca em maca tratando de todos aqueles que precisam dos seus cuidados e tentando entregar o mínimo de conforto possível, nem que fosse apenas com algumas palavras ou uma injeção para os fazer dormir um pouco caso as dores fossem insuportáveis.

- Senhor Shelby... - Daisy murmura aproximando-se da maca onde o soldado está sentado com as pernas para fora da cama. – Devia tentar descansar um pouco, a ferida ainda está muito aberta.

- Eu não consigo ouvir mais este barulho. – O homem diz encarando-a. – Não sei o que é pior, se o barulho dos tiros e das explosões ou este som constante de sofrimento.

- De qualquer maneira não o posso deixar sair daqui... - Daisy fala o mais calmo possível, ela coloca a mão no ombro não enfaixado do soldado e sorri amavelmente. – Deite-se, soldado, tente descansar.

- Temos praticamente a mesma idade, Daisy, trata-me por tu. – John murmura ignorando por completo o pedido dela. – Como é que consegues passar aqui o dia todo?

- Da mesma forma que tu passas o dia todo nas trincheiras, John.

- Quando levei o tiro pensei que finalmente teria um pouco de paz, sabes? Iria afastar-me daquele maldito lugar nem que fosse por apenas alguns dias ou horas, mas, porra, isto é muito pior.

- Queres que te dê algo para dormires?

John abana negativamente com a cabeça e apoia os cotovelos nas pernas segurando a cabeça entre as mãos, alguns soluços escapam pelos seus lábios e Daisy aproxima-se colocando a mão no ombro saudável do soldado fazendo alguns carinhos.

- Nós vamos sair daqui, John... - Daisy diz depositando um beijo na cabeça dele. – Isto vai acabar e nós vamos sair daqui.

- Gostava de ter a tua fé.. – John murmura levantando a cabeça e encarando-a. – Não sei se não era melhor o tiro ter acertado na cabeça...

Daisy abana a cabeça negativamente sem saber o que dizer, cautelosamente ela pousa as mãos no rosto do soldado fazendo pequenos carinhos no mesmo e pelo caminho vai limpando as lágrimas que estão no rosto dele, John fecha os olhos por breves segundos sentindo um pouco de paz espalhando-se pelo seu corpo, mas essa paz dura pouco tempo pois um grito agoniante soa pela tenda.

- Eu preciso de ir, John.. – Daisy afasta-se o que faz John abrir os olhos rapidamente. – Tenta descansar, sim?

- Espera! – John diz alto impedindo que ela vá embora.

- Eu preciso de –

- Eu sei, Daisy, eu sei... Há mais pessoas a precisar de ti, mas eu também preciso.

Aquelas palavras repletas de fragilidade, mas ao mesmo tempo doces fazem com que a enfermeira se volte a aproximar de John, ele agarra no braço dela puxando-a para o meio das suas pernas.

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