prologue

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      — Eu juro pra você, amigo. É uma das melhores sensações que você vai sentir na vida, é incrível.

      Héstia Jones diz com convicção e os olhos arregalados, os cabelos avermelhados caindo em cachos pelos ombros enquanto vestia um pijama de ursinhos roxos e acabava contar a história de sua mais nova aventura libidinosa para seu melhor — e único — amigo.

     Regulus levanta as sobrancelhas, um pouco envergonhado ao suas orelhas ficarem tingidas de carmesim mas ao tempo curioso, levando a pipoca caseira até a boca enquanto se sentia bem confortável no pijama que consistia em camiseta e calça larga.

    Era sua primeira festa do pijama em toda a sua vida e Black nunca tinha pensado que poderia ser divertido desse jeito. O quarto de Héstia tinha luzes neon rodeando o cômodo que sempre podia mudar de cor, um pop americano genérico tocando ao fundo, comidas não saudáveis de sobra e muito, pode acreditar, muito assunto entre os melhores amigos.

    Ele não falava muito, mas ela falava por dois. E de todos os assuntos, desde de falar de seus colegas da antiga escola até comentários críticos demais sobre o filme bobo que viram a algumas horas, Regulus não saberia realmente dizer como chegaram naquele assunto.

        Aquele assunto que parecia perseguir Black em qualquer lugar que ele fosse.

         — Quando foi isso? — ele indagou, discretamente querendo saber mais detalhes.

         — Não lembro — ela parou para pensar um momento, voltando de seus desvaneios ao balançar a cabeça. — Ah! Foi à uns três dias atrás! Eu disse para os meus pais que tinha um trampo naquele restaurante perto da sua casa e eles nem desconfiaram.

      — Seus pais não essas mentiras, Jones. — Regulus negou com a cabeça, mas estava sorrindo.

     De fato, Augustus e Ralph Jones não mereciam mesmo as mentiras que a filha arranjava para se encontrar as escondidas que garotos que não valiam nada. Eles eram umas das pessoas que mais tratavam Regulus bem em toda cidade.

          — Eles nunca irão saber. O que o coração não vê, o amor não sente. — Héstia asseguro, comendo da pipoca também.

        — Acho que o ditado não é bem assim — Regulus franze o cenho, confuso.

          — OK! E sabe a melhor parte disso tudo?! — Jones questiona de modo retórico, agarrando o pulso do amigo. — Ele ainda me ligou no dia seguinte!

            — Uau, sério? — Black murmurou.

            — Sim! Onde já se viu, Edgar Bones ligar no dia seguinte?! — mais uma pergunta retórica, que logo foi respondida por ela mesma. — Nunca se viu, Reg! Nunca!

             — E vocês estão namorando agora ou sei lá?

              — Você ainda tem muito o que aprender, amigo. Muito. — Héstia disse, balançando a cabeça. "Como se ela soubesse de muita coisa", ele pensou. — Bem que eu queria mas não, não estamos namorando.

              — Que pena. — Regulus deu de ombros, comendo mais pipoca. — Mas tipo, vocês chegaram...até o final?

             — Não, ainda tenho muito medo de pau para isso. — ela negou, sua sentença fazendo o amigo rir. — É sério! Você não tem?

             — Não! — continuou rindo, jogando a cabeça para trás.

          Regulus podia jurar que nunca tinha rido tanto em uma noite. Héstia estalou a língua, mas acompanhou o amigo na risada ao entender o que tinha acabado de falar.

HEAT WAVES, starchaserOnde histórias criam vida. Descubra agora