date me?

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        A água correndo em suas costas o faz acordar  totalmente. O que antes estava adormecido, como boa parte de sua mente e parcialmente seus olhos, se acende de uma vez. Passa mão pelos fios molhados do próprio cabelo, passando a mão pelo rosto em seguida. A pontada em sua nuca anunciava uma dor de cabeça. Talvez tenha bebido além da conta na noite passada. Isso não importava. Nada da noite passada tinha relevância diante da coisa mais marcante de todas: ele e Potter.

As pontas dos dedos pressionam os olhos, sua mente se pergunta se aquilo foi real ou não. James estava dormindo em sua cama, enrolado em seus lençóis, era óbvio que foi real. Um sorriso desponta em seu rosto mesmo que ele não o perceba. Mergulha a cabeça no chuveiro, deixando a água lavar todas as suas incertezas para trás. Recapitula a noite como se estivesse recapitulando uma receita.

Chegam no barco, Regulus se sente desconfortável ao redor daquelas pessoas e completamente tedioso sem James por perto. Tenta se comunicar com ele e só recebe mensagens confusas, e então não recebe mais nada. Fica frustrado tempo o suficiente para praticamente todos ficarem bêbados. Se revolta e, então, decide ficar bêbado também e acabe falando com Atlas. Flerte. Dança e...Potter de repente aparece, então tudo muda. Sim, foi isso que aconteceu.

       Regulus não é estranho a sensação de acalento que sente em relação a palavras, quando escolhidas corretamente. Amava ler e tinha o hábito da escrita a alguns anos atrás. Tudo o que James disse na noite anterior e tudo o que vem dizendo nos últimos dias o faz querer voltar a escrever. Potter inspira o desejo de criar um milhão de poemas só para dedica-lós todos a ele, como um Deus a ser cultuado. Queria registrar tudo o que sabe sobre ele dentro de um livro inteiro, fazer continuações e mais continuações.

        Repete as palavras em sua mente porque teme esquece-las, distorcer tudo. Ele tem grande tendência em distorcer as coisas. Não quer que isso aconteça, não com tudo o que foi dito naquela noite.

        Começa a passar o sabonete nos ombros quando a porta, que já estava entreaberta, se abre. O box do chuveiro está totalmente embaçado mas conhece a silhueta específica daquele corpo. Se vira de costas, fingindo que não o viu entrando. O coração batendo rápido o faz querer suspirar pesado. Ele reprime o suspiro.

— Reg? Bom dia, Reg — James diz, a voz um pouco mais soturna que o comum. — Meus olhos estão fechados, não estou vendo nada. Queria saber se você se importa de eu escovar meus dentes...Vai ser rapidinho, eu prometo.

— Uhum — murmura, simples. Passa o sabonete pelo troncos

— Okay — responde, sua silhueta se aproximando da pia com bancada de mármore. — Você totalmente voltaria atrás nas coisas de ontem se sentisse meu bafo agora.

Regulus ri silenciosamente, negando com a cabeça. Até parece que nunca sentiram o bafo um do outro. O que mais fizeram nesses dias que estavam se envolvendo era dormir na mesma cama. Escuta o desenroscar da tampinha da pasta e a água da torneira jorrando em seguida. Tenta não pensar que está nu — e excitado, o que tinha acabado de acontecer — e a única coisa que o separa de Potter é um box de vidro. Se ensaboa até que fique cheio de espuma em todos os cantos.

— Como você está, Art? — o mais velho pergunta, as palavras saindo esquisita por provavelmente estar com a escova na boca.

      — Bem — responde, deixando a água cair em suas costas e lavar o sabão daquela região. Fica em silêncio por alguns segundos até que diz: — E você?

      — Hummm — diz em grunhidos, a torneira é aberta e fechado alguns segundos. — Tô ótimo. Sua cama é mais confortável que a minha.

       — Dorme aqui de novo essas noite, então.

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⏰ Última atualização: Sep 24 ⏰

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HEAT WAVES, starchaserOnde histórias criam vida. Descubra agora