— Eu vou fugir de casa.
Regulus sentenciou antes de se erguer do colchão macio, abraçando o próprio corpo ao sentir a ansiedades e a vergonha o comerem e o queimarem como um monstro guloso e impaciente. O monstro que estava rindo da cara dele. Héstia tinha enfiado o rosto no travesseiro felpudo depois de ter largado o celular, seu grito histérico abafado pelas plumas brancas.
— Eu vou mudar de nome, de idade, de nacionalidade, tudo! — exclamou, os pés andando de um lado para o outro. — Nem se eu nascer de novo vou deixar de sentir essa vergonha!
— Eu sinto muito! — Héstia pediu, o que era um pedido muito estranho para quem tinha um sorriso no rosto. — Mas não havia outro jeito de perguntar!
— E que tal a opção de não perguntar?! Nós poderíamos ter feito isso!
— Sem chances. — a garota ficou séria, negando com a cabeça. — Ele era a sua melhor escolha, Reggie!
— Eu preferia tomar um tiro do que uma escolha!
Regulus soltou um barulho de frustração, caindo com todo o seu peso na poltrona cor-de-rosa e confortável perto do rádio que ainda tocava alguma música da Ciara. Deixou a cabeça cair para trás, os olhos se ocupando nas coloridas borboletas que estavam coladas no teto mesmo que não preste realmente atenção nelas. O suspirou que saiu de seus lábios foi totalmente involuntário e necessário.
Ele estava perdido. Arruinado. Acabado. Consumido pelo peso do constrangimento que aquelas palavras carregavam, o fato do melhor amigo estúpido de seu irmão ter parado de digitar assim que a mensagem chegou até ele e todas as consequências horrendas que aquilo poderia trazer para Black.
Como iria entrar no apartamento que dividia com Sirius sendo que vira e mexe os amigos dele estavam lá? Principalmente o Potter? Nunca que poderia se esconder na casa de Héstia para sempre. E a cidade é pequena, uma hora ou outra iria se esbarrar com ele em algum lugar e teria que se explicar vergonhosamente.
E, Deus, não sabia nem se conseguira mais olhar na cara de seu irmão agora sem sentir a onda de vergonha o tomando.
Soltou um gemido de frustração.
— Ele está digitando.
A voz tensa da melhor amiga o fez erguer a cabeça, a olhando do outro lado do quarto. Héstia não ergueu os olhos para ele, seu cabelo castanho todo jogado para o lado esquerdo enquanto olhava fixamente para o celular sobre a cama. Parecia que nem ela mais tinha coragem de tocar no aparelho. Ele também não tinha.
Regulus arregalou os olhos quando viu os amendoados da garota se arregalarem, assistindo o exato momento em que sua boca formava um perfeito "O" antes de sua mão cobri-la. Ele sentiu seu coração e sua respiração pararem ao mesmo e tinha a suspeita de que podia morrer com a sensação, repentinamente sem ar.
Héstia caiu para trás nos travesseiros, chocada ao uma risada alta sair dela.
Ela sempre era tão dramática.
— O que foi? O que ele disse? — Black questionou, ansioso. — Héstia!
— Vem aqui e veja com seus próprios olhos, emo-boy! — gritou da cama.
Deixou a poltrona confortável para trás, a música se perdendo em seus ouvidos enquanto se afastava dela e do seu pouco interesse pela letra. As borboletas do teto estavam batendo violentamente em seu estômago, uma sensação estranha e que ele já tinha sentido em outros fatídicos momentos. Odiou cada segundo como se fosse a primeira vez.
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HEAT WAVES, starchaser
أدب الهواةONDAS QUENTES | Regulus tem dezoito anos e parece que todos ao seu redor falam sem parar sobre sexo. e depois de uma festa do pijama com sua amiga, descobre que não quer ir virgem para a faculdade. Regulus não tem namorado ou namorada. nã...