Eterno da lua

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Uma das primeiras regras impostas por Xiao Guang: Não ter contato com ninguém de fora. O senhor de idade não queria que soubessem da existência de Xiaojun tão cedo, pelo menos não as pessoas daquela cidade. Não cometeria o mesmo erro duas vezes e não deixaria ninguém tirar seu neto de si, assim como tiraram sua filha.

E uma outra "regra" era a proibição de qualquer tipo de música naquela casa. Xiao Dewei era outro nome abominável naquele lugar, o culpado de tudo ter dado errado na vida daquele homem. E com aquilo veio seu ódio por música, a mínima coisa envolvida com esses sons feitos por outros humanos, o trazia lembranças daquele músico fracassado. Queria que XiaoDejun ficasse o mais longe possível das memórias de seus pais, para que assim pudesse ser útil para assumir a posição que um dia deveria ter sido de sua mãe.

(...)

Os dois chineses entraram no elevador sendo cumprimentados por vários funcionários que trabalhavam normalmente pela empresa, assim como em qualquer outro dia. Mas o que os deixou surpresos foi a presença do outro chinês, agora com 16 anos (bem perto dos 17).

O garoto atraía o olhar de todos que passavam por ele, talvez não apenas por ser neto do patrão deles, mas também pela sua beleza encantadora que arrancava suspiros de algumas pessoas aqui e ali.

O rapaz de terno apenas continuava seu caminho, seguindo seu avô até a sala de reuniões.

Guang sempre andava com uma aura assustadora, conseguia intimidar todos os seus funcionários apenas com sua presença. Andava sempre com a cabeça erguida e o peito estufado para passar superioridade.

Já Dejun era totalmente o oposto do homem, andava um pouco atrás com uma expressão curiosa no rosto, analisando cada canto dos escritórios por ali.

Estava impressionado sobre o quanto tudo havia mudado nos últimos 5 anos.

E a expressão curiosa do rapaz não passava despercebido pelos funcionários que o achavam até mesmo um pouco fofo, contrastando o avô do mesmo, que para eles era assustador.

Os funcionários mais antigos até mesmo lembravam de Daiyu quando olhavam para o garoto, esperavam que ele tivesse puxado a gentileza da mãe para que não fosse uma copia de seu avô.

Chegando na sala de reuniões, os dois chineses receberam o olhar de todos, que imediatamente se levantaram de suas cadeiras para fazer uma breve reverência em respeito aos Xiao's.

A reunião iniciou e Xiaojun notou uma pessoa familiar no meio de todos aqueles homens com ternos e gravatas. O senhor Wong o encarava surpreso, e Xiaojun apenas se limitou em lançar um pequeno sorriso e depois voltar a atenção para o assunto que tratavam naquela reunião.

...

Wong lavava as mãos tranquilamente após usar o banheiro, até que ouviu passos vindo da entrada. Virou o olhar para ver quem era, apenas por curiosidade, e se surpreendeu ao ver que era Xiaojun.

Nunca soube o porquê do garoto ter parado de ir às reuniões de repente, não sabia nem o motivo de um garoto de 10 anos ir nesses eventos importantes de adultos. Mas Xiaojun sempre se mostrou ser um garoto bem comportado e educado, até mesmo um pouco quieto demais para a idade dele, mas deduziu ser o jeito do garoto.

— Me desculpe, mas eu não tenho muito tempo para conversar por mais que eu queira — disse um pouco nervoso olhando para os lados. - Como ele está?

— Hendery? Ele está bem… — respondeu achando estranho o comportamento do garoto. — Ele sente muito a sua falta.

— Eu também sinto muita falta dele — sorriu pesado — Poderia entregar isso pra ele? — estendeu um papel.

Electric Hearts - XiaoderyOnde histórias criam vida. Descubra agora