Destruir

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Na quinta-feira estava eu igual tonta encarando a pequena televisão que tinha nesse quarto, eu não vi o Bruno o dia todo e apenas trocamos algumas mensagens e ele me ligou um tempo antes de ir se concentrar para o jogo de hoje, mas de antemão ele me diz que tem a grande possibilidade de ser o time titular escalado no jogo de hoje.

Diferente do jogo contra o Peru, a Colômbia era mais forte e tinha jogadores melhores, tivemos alguns deslizes durante a partida, mas tudo foi ajeitado quando os jogadores da van guarda resolveram “soltar a voz”. O Bruno era muito expressivo e de longe conseguíamos captar cada sentimento que se passava por ele, cada sensação, ele não perdia a oportunidade de gritar e abraçar os companheiros a cada ponto feito.

Ele era um ótimo líder, com toda a certeza a gente via de longe o quão ele era respeitado e como os meninos escutavam suas dicas e executavam o que ele pedia, ele parecia sábio nessa questão complexa que é o vôlei, o Bruno ia muito mais do que um simples jogador, ou jogar, ele via aquilo como um tudo e é por isso que ele é multicampeão aonde ele passa.

Após vencermos o jogo por 3x0 eu vou tomar um banho e colocar o pijama mais bonito que eu trouxe, o Bruno vem hoje ainda me ver e eu não quero parecer desesperada mesmo sabendo que já estou ansiosa em vê-lo.

Bruno bate na porta e eu a abro e sou recebida por um enorme abraço com direito a me levantar do chão com tamanha força que ele tem, dou vários selinhos nele até meus pés tocarem no chão novamente. Ele adentra meu quarto e sem mais nem menos já começa a tirar a sua e a minha roupa, diz ele que o sexo pré-jogo ajudou muito e por isso ele tem que fazer de novo, eu gargalho da sua ousadia, mas não me oponho ao ato, fazemos amor até a exaustão vir e caímos na cama para aproveitar mais um pouco de nossa própria companhia.

— Vamos jantar amanhã? — Bruno me pergunta.
— Eu no meu hotel e você no seu? — Não perco a oportunidade de zoar ele.
— Você entendeu... — Ele faz um bico lindo que me dá vontade de beijar.
— É brincadeira, bebê. Aonde você quer ir?
— Com você? Pra qualquer lugar.
— Agora eu que digo, VOCÊ ENTENDEU. — O feitiço se virou contra a feiticeira.
— Amanhã depois do jogo eu só volto a jogar no domingo, então dá pra ir jantar com você e descansar, vou pesquisar algum lugar e te aviso, pode ser?
— Claro.

As despedidas sempre são terríveis, mas o Bruno tem que ir pro hotel pois amanhã tem jogo novamente e ele tem que estar sempre 100% concentrado. Me despeço dele e vou diretamente dormir, estou cansada, o sexo cansou e não ter ele ali comigo só me faz ter vontade de deitar e dormir pra noite passar logo e a manhã chegar.

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HORAS DEPOIS
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O chile tinha o mesmo nível que a Colômbia, só que o Brasil estava mais ligado nesse jogo. No intervalo do segundo para o terceiro set eu entro no chuveiro para tentar tomar um banho rápido, mas como vou lavar o cabelo, é claro que isso não acontece e me permito perder um tempinho a mais ali só para tentar agradar ao máximo o meu namorado.

Tento pensar em um look com uma roupa confortável, porém quero estar bonito a elegante para qualquer lugar que formos, abro minha mala com as poucas opções que tinha e meu macaquinho bordo me chama totalmente a atenção, e em contraste com a minha pele branca com toda certeza faria uma grande diferença e iria ficar muito bonito, optei por um tênis rose juntamente com os acessórios da mesma cor, nas mãos apenas minha aliança e meu anel solitário.

As 21:30 eu já estava devidamente pronta, quase chegando ao restaurante com o Bruno do meu lado sussurrando ao pé do ouvido o quanto eu estava bonita e como ele queria me agarrar e cometer os pecados capitais ali mesmo comigo, estávamos dentro do uber e eu me envergonhava e torcia para o motorista não estar escutando nada, motorista que não perdeu a oportunidade de pedir um autógrafo a ele.

O restaurante parece ter um clima bem agradável, não está totalmente lotado só que podemos dizer que está bem cheio, o Bruno já teria reservado nossa mesa então simplesmente ele entrelaça nossas mãos e me guia até a mesma, vou olhando ao redor e quando sento foco em uma mesa um pouco pra trás da nossa, na minha cabeça vem um vislumbre que eu conheço aqueles rapazes de algum lugar.

A conversa entre nós flui de uma maneira tão natural e leve que mal vemos o tempo passar, sinto ser encarada por alguns momentos e vejo os meninos daquela mesa me olhando e desviando a hora que eu os encaro de volta, terminamos o jantar e Bruno insiste em pedir a sobremesa por ali mesmo, sendo que eu ainda tentei dizer a ele se não era melhor comermos um sorvete em outro lugar.

Me incomodava a merda dos olhares e eu não gostava nem um pouco de ser devorada dessa forma por esse bando de homem que eu nem conheço. Bruno percebe que tem algo estranho.

— Você está bem?
— Podemos trocar de lugar? — Eu pergunto.
— Claro.

Ao sentar em meu lugar Bruno levanta suas sobrancelhas e encara as pessoas que agora estão em minhas costas, respiro fundo por não ter que ficar sobre olhares e me lembro que uma daquelas carinhas ali foi que chegou em mim no dia que fui no açaí, meu erro foi não ter metido a mão na cara dele.

— Eram eles?
— Sim.
— Vejo metade do time da Argentina ali.
— Oi? — Engasgo.
— Aqueles caras ali são jogadores do time da Argentina, Bruno Lima, Sanchez e o Danani — Ele me olha — O bom é que agora a minha vontade é destruir eles.

Peço calma a ele e tento não expressar que eu conheço um deles de outra ocasião, ainda não sei ao certo qual, mas iria poupa-lo de tanta raiva antes de uma grande final como será essa. Bruno não abaixa a guarda e continua encarando um ponto fixo atrás de mim, tento chamar atenção só que é em vão, sinto o fogo queimar dentro dos seus olhos castanhos.

Tenho medo do que esperar do jogo de domingo.

O Bruno quando quer, destrói.

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Ooooi mocinhas

Sou só eu que estou ansiosa para ver o jogo do Brasil x Argentina??? Quero ver essa destruição todaaaaaa

O Bruno ciumento é meu sonho de consumooo

Comentem se o coração quiser

Beijooo ❤🤗

Disputa - Bruno Rezende (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora