Não teve aplausos, não teve gente olhando, não teve outras lágrimas caindo a não ser as minhas e a dele. Foi tudo restrito, apenas entre a gente e não poderia ter sido melhor. Também não teve roupas bonitas ou um buquê com 100 rosas vermelhas, não teve um parque com bastante gente feliz e ele nem se ajoelhou em frente a um lago igual os filmes de sucesso de Hollywood, e é por isso que foi perfeito.
Ao sairmos da padaria eu não consigo não ficar olhando para minha aliança em conjunto com meu anel solitário, minha felicidade está estampada em meu rosto e eu não penso em disfarçar que hoje estou me sentindo a pessoa mais feliz de todo o mundo. No caminho de casa fico martelando na minha cabeça o convite de ir com ele para o Brasil, seria ótimo assistir ele de pertinho e ficar pertinho dele também, só que eu tenho um pé atrás em relação a ficar na casa dele e de perder minha pré-temporada.
Chegamos em minha casa e ele me dá a triste notícia que já estará indo amanha mesmo para o Brasil, falou que já fechou a estádia no hotel e trouxe a mala aqui pra casa, por ordens de meus pais é claro. Falo para ele ficar à vontade enquanto vou para o meu banho.
Ao sair do banheiro coloco roupas bem quentinhas porque pelo tempo sei que vai chover e esfriar ainda mais, meus pais estão em casa, retornaram da tal compra para a viagem sendo que só foi um pretexto pra me enfiar na bagagem do Bruno para irmos para o Brasil juntos. Só que eu já tinha tomado a minha decisão.
Desço as escadas quieta e sento ao lado deles que estão vendo algum programa de humor qualquer, e a partir daí eu começo a agir no automático.
Meus pais nos parabenizam sobre o tal namora como se eles não soubessem de tudo que aconteceu, eles aproveitam a deixa para dizer que vão viajar juntos e eu reviro os olhos fugindo dessa questão. Bruno diz que como é a última noite dele conosco, deveríamos fazer algo diferente do habitual, eu estava um caco para sair de casa só que eu não iria fazer essa desfeita com ele.
O restaurante é bacana, chique, tem pessoas de uma tamanha elegância que simplesmente roubam a cena do lugar, eu calcei minhas sandálias e coloquei um macaquinho de seda azul escuro que eu tinha, gosto de brincos, pulseiras e colares então completei meu look assim, anel? Apenas minha aliança e o solitário. Bruno sorri toda hora enquanto os meus pais riem junto com ele, eu tento a todo momento disfarçar que estou fora da casinha naquele momento, que meu corpo sente a sensação de desconforto e que as coisas em minha cabeça estavam bem bagunçadas.
Em casa, Bruno anuncia que irá tomar banho e eu digo para ele usar o do meu quarto, ele mal vira as costas e minha mãe já me puxa para conversarmos na cozinha.
— Você está bem?
— Sim.
— Daiane...
— Confusa.
— Você não pensa em ir com ele? Isso te faria tão be....
— Mãe, por favor. Agora não.Minha mãe me puxa pra um abraço e ela consegue entender que eu estava a milhão, como eu iria deixar o vôlei por ele? As vezes eu estou exagerando demais, mas não sei, a dúvida e o medo matam a gente, estou desacostumada a passar por esse tipo de situação e isso me faz tremer na base.
A noite quando deitamos juntos, fazemos amor, como tem sido desde que ele ficou aqui em casa. O sexo ficou ainda melhor, nada supera o jeito carinhoso e ao mesmo tempo selvagem dele, essas duas versões me deixam totalmente sedenta e louca por ele. O frio que enrola meu corpo e me faz arrepiar no meio da madrugada vai embora quando ele enrosca todo o seu corpo no meu, ele ainda aparenta dormir profundamente e eu gostaria de saber como a parte sensitiva dele funciona tão bem quando são coisas ao meu respeito.
A manhã seguinte vejo que ele está acordado antes mesmo que eu consiga esfregar meus olhos, foco minha visão em um Bruno sentado a frente, com o olhar perdido e parecendo estar em seu próprio mundinho, e é aí que percebo que não falamos mais nada sobre viagem e sobre eu ir ou não.
— Espero que não fique decepcionado comigo.
— Não é uma surpresa sua resposta. — Ele ainda não me olha.
— Eu nem disse uma — Protesto.
— Eu sei o que vai dizer, e prefiro não escutar.Eu vejo a decepção em seus olhos, mas temos que aceitar que nem tudo é conforme planejamos. Me levanto em vou em sua direção o abraçando, ele retribui de imediato e me abraça com mais força ainda, me diz que morrerá de saudades e eu sei que isso será reciproco.
Eu nunca fui muito boa com despedidas, e ficar entre ajudar ele a arrumar o resto de suas coisas e me arrumar para ir ao treino, foi terrível. Bruno aparentava estar mais calmo agora, só que continuava sem dizer uma se quer palavra e eu respeitei todo esse momento dele, ele tinha o direito de ficar chateado eu só não aceitaria que ele tirasse a aliança do meu dedo.
Dessa vez eu aceito chegar atrasada no treino para o levar até o aeroporto, eu tomo o volante e vou dirigindo até lá. Respiro fundo quando desligo o motor do carro, não sei o que dizer ou como dizer, estou igual uma estátua e me sinto uma covarde, parece que estou o levando para longe da minha vida.
— Primeiramente eu gostaria de pedir desculpas por hoje mais cedo, eu ainda estou meio chateado só que entenda o meu lado, como vou ficar longe da pessoa que eu amo?
— Ama?
— Nunca te falei isso né? Mas eu amo, amo muito. Eu te amo pra valer mesmo e espero que a distância não atrapalhe nada entre nós meu amor. Mas agora eu preciso ir ser campeão pra você.Permaneço quieta e assustada com as palavras que ecoam nos meus ouvidos, ele me puxa para um beijo cheio de luxuria e com uma pitada de saudade, abro o porta-malas para ele que sai do carro e se perde entre as pessoas ali presentes.
Estou travada ainda, as palavras parecem ecoar em minha cabeça.
Ele voltou para o Brasil com o meu coração, mas não tem problema, já que ele me deixou o dele.
E eu o amo também, só não encontrei coragem para falar.
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Espero que gostem.
Não irei mais exigir comentários.
A fic vai começar a entrar em uma parte bem bacana indo direto para a reta final, a única coisa que eu gostaria era de palpites para escrever outra com outra pessoa ou com o Bruno mesmo.
Me desculpem qualquer coisa.
Beijos 💋 🥰❤
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Disputa - Bruno Rezende (CONCLUÍDA)
Narrativa generaleEles estavam conectados. Eram diferentes, tinham o mesmo foco mas eram pessoas com personalidades opostas, e isso que causou uma bagunça total e virou uma disputa, tanto dentro quanto fora de quadra. #1BrunoRezende 13/09/21