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Josephine 

Mais um fucking dia nesse hospital, me vendo quase morta deitada numa cama de hospital. Desde quando eu sofri o acidente que quase tirou minha vida, eu fico vagando por aí, que dizer, eu não, não meu corpo, mas um fantasma, eu posso ir a todos os lugares que ninguém me nota, posso correr, posso ver as emergências lotadas e até mesmo as cirurgias. Via os médicos, enfermeiras, fisioterapeutas indo e vindo e ninguém me notava, escutava, nem muito menos me sentia. Isso é uma merda porque eu conseguia, ver, ouvir e sentir cada vez que tocavam meu corpo pálido quase morto, respirando por aparelhos. Mas eu estava aqui e vejo a minha mãe vindo me visitar todos os dias, vejo meu pai chorando baixinho no canto pra ninguém ver, vejo minha irmã sofrer calada por estar me vendo nessa situação, vejo a vovó trazendo flores a cada semana, vejo meus amigos chorarem, vejo a Inanna, minha melhor amiga, me implorando pra voltar. Mas eu juro, amiga, é o que eu mais quero, quero voltar, quero entrar na UCLA e me formar em medicina, quero salvar vidas, sempre foi meu sonho. 

Depois do meu "passeio" matinal, volto ao meu quarto e me deparo com um homem alto, mais ou menos 1,88, cabelos pretos e pele branca, mas o que me chamou atenção foram os olhos, olhos verdes intensos. Esses mesmos olhos que estavam olhando pra mim, não com um olhar de pena igual a qualquer outra pessoa que entra aqui, mas com um olhar de esperança, com um olhar que me dava esperança. 

- E, aí, doutor Fiennes, o que você acha? - pergunta o dr. Richard, chefe do hospital

- Tudo está dentro dos conformes, batimentos cardíacos bons, oxigenação perfeita, ela responde aos medicamentos, não entendo o que a faz ainda ficar em coma... - diz dr Fiennes e  que voz linda com um sotaque britânico talvez?

- Estamos lutando por essa jovem há 4 meses. Não sabemos o que fazer mais. - Diz o homem alto, preto e com os cabelos grisalhos, ele cuida de mim desde quando entrei aqui... Todos os dias eu juro a mim mesma que assim que eu sair desse coma, eu vou abraçá-lo e agradecer a ele por tudo. - Não quero e não aceito que desliguem os aparelhos, eu quero ver essa menina andando, saindo por aquela porta - aponta pra porta do meu quarto - e quero vê-la se recuperando.

Suspiro e sinto meus olhos se encherem de lágrimas, assim como vejo os olhos do dr. Fiennes se transbordarem de esperança. Uma esperança que me deixa feliz.

I need you. - HerophineOnde histórias criam vida. Descubra agora