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Josephine

Correria. Muita correria nesses últimos dias. Eu e Hero estamos tendo que nos dobrar em 50, ficamos mais no hospital do que em casa. Divididos entre trabalho e entre nossa bebê e ir pra casa quase não é uma opção. O processo estava indo bem, estávamos confiantes até que outro casal entrou com um processo de guarda, eu fiquei desolada porque até então, estava tudo dando certo. 

O tal casal se quer iam visita-la, não a conhecia já eu e Hero acampávamos em frente a maternidade todos os dias, estávamos lá todos os dias sempre que podíamos.

Minha filha estava crescendo bem e perfeitamente linda. Estava começando a ganhar peso. Ainda não tivemos outra oportunidade de pega-la no colo ainda e eu não vejo a hora de tê-la em meu colo.

Hero está tão ansioso que já tirou todos os móveis de um dos quartos de hóspedes e ele mesmo pintou de rosa clarinho.

Hoje a assistente social viria fazer uma visita em nossa casa, viria conhecer o local e com certeza daria pitacos sobre a casa e eu preciso me manter de boca fechada pra não dar nenhuma resposta desagradável.

O interfone toca e eu gelo, Hero atende e esperamos a pessoa que pode determinar nosso futuro.

Eu e Hero vamos até a porta esperar que a campainha seja tocada, nos abraçamos como uma forma de tentar diminuir o nervosismo e ficamos abraçados até a campainha tocar, abro a porta e vejo a assistente social

- Boa tarde! - ela diz e eu e Hero respondemos ao mesmo tempo - Sou Ana Paula e estou aqui pra fiscalizar a casa de vocês.

- Boa tarde! - demos espaço pra ela entrar e ela entra olhando em volta 

- Vamos começar com a visita? Quero ver cada canto da casa. Sei que é um pouco constrangedor mas é protocolo, precisamos saber se a menina vai ter um local seguro e agradável pra viver. - ela explica calmamente 

- Nós entendemos! - eu e Hero tínhamos combinado dele fazer a visita e explicar cada canto já que com certeza eu ficaria ainda mais nervosa e não responderia nada. - Me acompanhe por favor - Hero a chama e ela o segue olhando tudo ao redor, eu vou logo atrás.

Ela quis olhar cômodo por cômodo, ela anotava e até tirava fotos, fazia algumas observações sobre alguns móveis ou objetos e nos alertava sobre o perigo.

- Bom, onde a menina ficaria? Tem algum quarto para ela? - ela diz nos olhando

- Sim, temos sim - eu digo e Hero abre a porta do quarto 

- Aqui era um quarto de hóspedes, daí eu tirei todos os móveis e pintei eu mesmo - Hero diz de um jeito orgulhoso e sorrio pra ele. A assistente olha um pouco chocada pra nós mas não diz nada sobre 

- Vamos conversar? Preciso fazer umas perguntas.

- Claro! Vamos até a sala - digo e a acompanho até a sala 

Ana Paula se senta em uma poltrona e eu e Hero sentamos no sofá de mãos dadas

- Você aceita algo? Uma água, um suco? - pergunto e ela nega 

Ela faz diversas perguntas, eu e Hero respondemos na maior calma possível cada pergunta. Ela anotava e ouvia-nos com atenção.

- Caso vocês consigam a guarda como seria a questão de trabalho? Vocês tem uma rotina pesada! - ela pergunta 

- Diminuiríamos nossa carga de trabalho, eu conseguiria uma licença maternidade e Hero trabalharia só um horário, pelo menos antes dela completar os 6 meses. Depois a deixaríamos por um horário na creche do hospital e no outro e e Hero intercalamos. - digo pacientemente e Hero aperta minha mão 

- Certo. Acho que ficamos por aqui hoje. - ela diz e me entrega um papel - Vejo vocês no tribunal! Boa sorte! 

Quando ela sai da nossa casa, abro o papel e vejo a data da nossa audiência: era daqui uma semana. Daqui uma semana eu teria minha menina muito perto de mim ou muito longe de mim...

Abraço Hero e me permito chorar em seus braços!

- Ela vai ficar com a gente, meu amor. Eu sei que vai - a voz de Hero está embargada. Assim como eu, ele estava com medo. Muito medo.

I need you. - HerophineOnde histórias criam vida. Descubra agora