"(Sálvame del olvido)
Sálvame de la oscuridad
(Sálvame del hastío)
No me dejes caer jamás" - Sálvame (RBD)
Josephine
Eu corro como se alguém estivesse me perseguindo, talvez não alguém, mais algo; a dor, a tristeza, a decepção. Tem um nó na minha garganta. A chuva molha minha pele mas eu estava quase implorando pra lavar a minha alma e levar junto com ela as palavras malditas que acabei de ouvir.
O hospital que Hero trabalha é apenas 15 minutos da casa dos meus pais, uma coincidência que neste momento estou agradecendo ao destino ou seja lá quem for.
Minhas pernas estão cansadas, eu estou molhada, minha maquiagem com certeza borrada e o desespero toma conta de mim. Estou com frio e fraca. Não poderia estar fazendo todo esse esforço.
Ao chegar em frente ao hospital, respiro fundo ao entrar e assim que o faço, Richard está na recepção e quando me vê, corre até mim
- Jo! O que aconteceu? - dá pra ver a preocupação em seus olhos
- E-eu preciso do H... - o frio me impede de falar, estou me tremendo e o ar condicionado não colabora comigo
- Vem, vou te levar até uma sala quentinha e você ficará lá, certo? - assinto
Ele coloca a mão em meu ombro e me guia. Ignoro os olhares em cima de mim, até entendo porque sei que estou parecendo uma louca: toda molhada, maquiagem borrada e com frio.
Chegamos em uma sala e está vazia. Há um sofá no centro e umas poltronas perto do sofá. No canto direito há uma cafeteira, um microondas, uma pia e geladeira. Em cima, um armário. Mais no canto há uma mesa redonda com alguns livros e prontuários. Acredito e que seja uma das salas de descanso dos médicos.
- Ali - ele aponta pra uma porta - tem um banheiro, você pode usar. Se quiser café, as coisas estão dentro do armário, fique a vontade, certo?! - eu assinto - Vou chamar Hero e pegar uma roupa seca pra você! - ele dá um beijo na minha testa e sai
Ando devagar já sentindo as lágrimas se formarem em meus olhos e sem lutar, elas descem por meus olhos como se libertassem. Sento no sofá de couro e me encolho.
Fico perdida em meio as lágrimas até ver a porta sendo aberta e Hero entrando na sala desesperado.
- Jo - ele corre até mim e se abaixa
O abraço
- Ei, o que houve? - ele tenta me soltar
- Não me solta, por favor. Não me deixe cair jamais. - o peço baixinho
- Jamais, meu amor! Jamais. - me pega no colo e senta comigo no sofá, sem ao mesmo importar que estou molhando ele.
Alguém bate na porta e entra, vejo Richard entrar com uma roupa azul.
- Bom, peguei esse uniforme já que não achei outra roupa. - ele me entrega
- Obrigada! - respondo baixinho
- Qualquer coisa é só chamar, certo? - eu assinto e ele sai da sala
- Vem - Hero levanta e me puxa pra o banheiro - vou te ajudar a tomar banho
Ele vai tirando peça por peça do meu corpo, não há malícia ou segundas intenções, apenas há cuidado e amor. Hero liga o chuveiro e verifica a temperatura do chuveiro e me puxa, entro no chuveiro e ele fica me observando.
Seu olhar transmite cuidado.
- Vou te fazer um café, certo? - ele vai até um armário, tira uma toalha embalada e deixa perto da roupa que Richard trouxe.
Quando Hero sai do banheiro, eu desabo novamente. Tantas coisas aconteceram e desde então meu sofrimento aumentou. Minha sorte é Hero e Inanna, agora o Chance que é como um irmão pra mim.
Saio do banho, me seco e troco de roupa. Quando saio do banheiro, Hero está terminado de fazer o café. Sorrio vendo ele todo concentrado.
Vou até minha bolsa e passo desodorante e perfume, sempre deixo ali de emergência. Sou bem precavida.
Volto a me sentar no sofá e Hero me entrega uma xícara de café.
- Você quer me contar o que aconteceu? - assinto olhando em seus olhos preocupados.
Conto tudo, cada detalhe, do inicio ao fim, desde como cheguei lá, até como eu vim parar aqui. Ele escutou tudo, sem me interromper por nenhum segundo, apenas me olhava nos olhos e quando necessário, enxugava minhas lágrimas.
- Não diz nada, por favor. Só me abraça. - peço e ele me abraça forte
Ficamos abraçados por um tempo até que seu celular toca
- Estão me chamando na urgência, tenho que ir lá, você fica aqui, certo? Volto quando terminar e vamos pra casa.
- Certo - ele me dá um beijo e sai
Levanto pra colocar mais um pouco de café e percebo a porta se abrindo, quando olho vejo uma mulher, linda por sinal, me olhar confusa. Seus olhos claros que combinam perfeitamente com seu cabelo castanho iluminado, esbanjam confusão.
- Oi - ela diz
- Oi, tudo bem? - pergunto
- Sim e você? - ela sorri e estende a mão pra mim - Prazer, Camilla Luddington - aperto sua mão de volta
- Josephine Langford, prazer.
- Desculpe mas eu te conheço de algum lugar... Você é nova aqui?
- Não - sorrio - aconteceu um incidente e vim aqui atrás de uma pessoa. E sim, provavelmente você me conhece, eu fiquei em coma por meses aqui.
- Ah, meu Deus! Você é a Jo que o Hero tanto fala - ela me abraça e rio com a atitude - Amiga, ele é louco por você! Passa o dia falando o quanto és linda e forte. Você tem aquele homem em suas mãos. - ela diz e me puxa pra sentar no sofá
Sentamos e ficamos conversando, ela é muito engraçada e tem uma vibe íncrivel. Trocamos telefone e combinamos de sair em breve. Ela conta que está fazendo residência na Obsterícia. A conversa com Camilla me fez, por um breve momento, tudo o que eu tinha ouvido mais cedo. A agradeço mentalmente por isso!
Nossa conversa é atrapalhada por Hero, já com outra roupa e uma bolsa e outro homem chegando na sala, bonito por sinal. Alto e tinha seus cabelos ralos
- Jo, esse é Alex Karev, meu noivo. Amor, essa é a famosa Josephine! - ela nos apresenta e ele abre um "O"
- Meu Deus! Prazer em te conhecer. Hero não tira teu nome da boca! Fala o dia todo de você - Hero dá um tapa na cabeça dele
- Cala a boca, Karev - Hero diz em tom brincalhão e olha pra mim
- Vamos? - ele me chama
- Vamos! - levanto e me despeço de Camilla e Alex.
Finalmente vou poder descansar no colo de quem eu mais preciso! Só quero um tempo com a paz que só Hero é capaz de me transmitir.
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I need you. - Herophine
FanfictionJosephine Eu o via, eu o sentia, eu ouvia-o. Queria gritar, espernear, fazer de tudo pra chamar atenção de todos, principalmente a dele. Nunca fui tão bem tratada por um homem, a não ser meu pai ou algum homem da minha família. Como pode alguém que...