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Hero

Sempre sonhei em ser bem sucedido no meu trabalho, eu fui predestinado a salvar vidas, eu nasci pra ser médico. Hoje, é meu primeiro dia no trabalho novo, tô sentindo uma ansiedade mas essa ansiedade é diferente de todas as outras que já senti. Já fiz vários plantões, conheci hospitais em quase toda a Inglaterra, fiz estágios e nunca senti o que tô sentindo agora.

Me mudei pra Los Angeles há três dias mais ou menos, aceitei uma promoção de trabalho que vai me dar experiência e subir ainda mais nesse ramo que tanto amo que é a Medicina. Me formei há dois anos em Londres e sinto-me orgulhoso de estar onde estou mesmo com tão pouco tempo de formado e cá entre nós, eu mereço estar aqui, durante a faculdade eu não saia com os amigos, não me divertia com a família, praticamente não existia, só estudava e estudava.

Levanto-me, faço minhas higienes e tomo um bom banho quente, saio do chuveiro e visto uma calça preta e blusa social branca junto com um sapato, queria dar uma boa impressão ao chefe, que desde então só tínhamos nos comunicado por telefone e chamadas de vídeo. Pego uma mala pequena e coloco um tênis que usarei no meu plantão, alguns produtos de higiene pessoal, e algumas roupas. Pego meus equipamentos, meu littmann preto que tanto amo, pego meu oximetro, minha lanterna clínica e outros materiais individuais que gosto de usar nos meus atendimentos, inclusive uma caneta e carimbo com meu nome que minha mãe e meu pai me deram pra essa nova fase. 

Vejo se não estou esquecendo de nada e parto pra o hospital de táxi... preciso providenciar um carro urgentemente.

Chegando ao hospital e uau, é enorme! Fico impressionado com o tamanho. Sou desperto dos meus pensamentos com uma mão no meu ombro, era o chefe que tinha vindo me receber.

- Bom dia, dr. Fiennes! Bem vindo! Estava ansioso pra conhecer o famoso dr. Hero Fiennes. - dou um sorriso convencido, não querendo me gabar mas na minha área eu era bem conhecido mesmo.

- Obrigada, dr. Richard. Fico feliz de estar aqui! - ele dá um sorriso e me pede pra o acompanhar e assim faço. 

Chegamos a uma sala, grande, bonita e toda de vidros, com vista pra o hospital, podia ver o movimento do lado de fora.

- Então, dr. Fiennes, vamos assinar os contratos de verdade? - ainda não tínhamos assinado os contratos, então, o momento é agora.

- Estava ansioso por este momento. - digo com um sorriso no rosto. Estava feliz. Mesmo tendo essa sensação tão ansiosa que nunca tinha sentido antes. 

O homem grande, de pele negra e cabelos grisalhos pega uns papéis e eu os assino.

- Agora sim, doutor, bem vindo. - estende a mão e eu a aperto de volta. Minha vontade mesmo era de sair correndo gritando que eu tinha conseguido um emprego como médico do setor de Neurologia e do setor de emergência e trauma, as áreas que tanto amo.

- Dr. Fiennes, eu queria o apresentar um caso que pela sua área, o senhor vai gostar. - o olho atento e faço um sinal para continuar. Ele se levanta e vem com um prontuário em mãos. - é o caso de Josephine Langford, 21 anos, sofreu um acidente de carro, sofreu contusão no cérebro, três paradas cardíacas - uau, como ela tá viva? penso alto - perfuração no estômago, hemorragia interna - caramba, essa menina é uma fdp guerreira - mas no geral já se recuperou das cirurgias, só o coma que nos preocupa, não acordou desde o momento do acidente. - caramba! 

- Quero vê-la! - digo firme

- Certo, me acompanhe. - e assim ele sai e eu vou atrás, mas antes ele me leva aos armários e deixo minhas coisas lá, trazendo comigo apenas meu jaleco e instrumentos que preciso.

Paramos em frente a uma porta, número 123, me arrepio, não sei o motivo mas me arrepio da cabeça aos pés. Ele abre a porta, entra e eu entro logo atrás.

Eu travo.

Eu podia ter certeza que era um anjo. Ela era perfeita! Os cabelos loiros se espalhavam pelo travesseiro, sua pele está pálida, assim como seus lábios quase brancos. 

Acordo do meu transe quando Richard me chama pra examina-la se eu quisesse, claro que eu quero! Vejo que tudo estava bem, os batimentos estavam ótimos, oxigenação boa, só não tinha sinal neurológico o que era bem preocupante.

Quando a sinto outro arrepio, dessa vez muito maior, uma brisa bate em mim e me assusto, nunca tinha sentido isso antes, mas tive uma certeza: 

Ela estava ali.

Eu podia sentir. Eu a senti. E eu prometo a mim mesmo que nunca vou desistir dela. Nunca!

E aí por um segundo percebi o motivo da minha ansiedade, do meu arrepio; eu tinha que estar aqui por e com ela!

I need you. - HerophineOnde histórias criam vida. Descubra agora