Olhei para ele indignada.
— Mas é claro que eu conheço Velaris, assim como também conheço Terrasen e vários outros lugares onde se passam as minhas sagas favoritas. Mas agora, por favor, podemos voltar para a parte em que você me chama de "Filha"? Porque eu estou sentindo que você está mudando de assunto toda hora, só para não falar disso. — eu disse cruzando os meus braços, esperando por sua explicação.
Com um suspiro, ele começou a falar:
— Tudo bem. Não sei como você percebeu isso. Você é uma fêmea muito esperta, Luna. — respirando fundo, ele continuou — Ok. Isso vai parecer muito estranho, mas sim, você é a minha filha. Vou explicar para você, antes que você arranque a minha cabeça só com esse olhar que está lançando para mim.
Eu quis rir do seu cometário, mas me mantive séria, esperando ele explicar o que eu queria saber.
— Resumindo, eu e Feyre tivemos o Nyx, depois da guerra. — ele me olhou, esperando que eu confirmasse que sabia a história deles até a aí. Acenei com a cabeça, afirmando que já sabia disso e ele continuou — quando Nyx fez 15 anos, Feyre me disse que estava grávida de novo. Você pode imaginar o quanto eu fiquei feliz. Saí contando para toda a família sobre isso. Elain previu que seria uma menina, naquele mesmo dia. Chorei de felicidade quando ela contou isso em nosso jantar em família. Nos outros dias, todos apareciam lá para ver como a Feyre e o bebê estavam, levando sapatinhos, roupas e até brinquedos para a minha menina. Então chegou o dia do parto. Eu estava totalmente aflito e nervoso, como é normal um pai ficar no dia do nascimento de seus filhos, porém, eu também sentia que algo errado iria acontecer. Deixei essa sensação de lado no momento em que ouvi você chorar pela primeira vez. Nestha, que estava ajudando no parto, saiu do quarto segurando um embrulho violeta quase preto. Ela colocou você em meus braços e você parou de chorar na hora, como se reconhecesse quem eu era. Sua mãozinha pequena tocou a minha bochecha e então, você gargalhou, como se estivesse feliz por me conhecer. Sorri feito bobo naquela hora. A minha filha gostava de mim, mesmo sem me conhecer. Senti uma conexão forte com você, não que com o Nyx eu também não tenha sentido, mas ele sempre se identificou mais com a feyre, mas você não, você gostou de mim. Entrei no quarto segurando você com uma de minhas mãos e com a outra, eu segurei a mão de Nyx que ficou ao meu lado durante todo aquele momento. Olhei para Feyre e mandei para o laço a seguinte frase: "Agora a nossa família está finalmente completa". Naquele mesmo dia, quando fomos te colocar para dormir, eu te dei um colar. Ele tinha uma lua de prata com desenhos ilyrianos nele e também junto desse pingente havia uma esfera totalmente preta, que parecia feita de escuridão. Mas naquela mesma noite, as coisas mudaram e, quando acordamos, você já não estava mais lá.
Eu estava em choque. Não apena porque isso tudo parecia ser irreal de mais, mas porque o colar que ele falou, é o mesmo colar que eu tenho desde que meus pais me adotaram. Sim, eu sabia que eu era adotada. Eu tinha chegado no orfanato fazia três semanas. Quando os meus pais me viram, eles logo me adotaram. E eles sempre me contavam a história de como haviam se apaixonado por mim naquele dia. Eu amo muito eles e não me importo se sou adotada ou não. Mamãe não podia ter filhos biológicos e eu sei que isso não me torna menos filha dela ou do meu pai.
Rhysand se sentou no chão, suspirando como se tivesse tirado um peso enorme de dentro dele, o que, de fato, havia acontecido.
— Co-mo.... como is-so é po-possível? — perguntei gaguejando, como se não acreditasse em minhas próprias palavras.
— Acho que o seu colar é algum tipo de chave de portal, que foi acionada de alguma forma enquanto dormíamos. Eu estava dormindo no quarto ao lado. Eu sei que eu deveria ter....
— Não! Não se culpe por algo assim, Rhys. Nunca mais fale isso. Isso não foi sua culpa. Você não devia ter feito nada. Não se pode mudar o passado Rhys, mas podemos aprender a conviver com ele e fazer melhor no futuro. Então pare com isso, por favor. — eu disse o cortando e o repreendendo. Isso podia ainda ser muito confuso para mim, na verdade, eu ainda nem achava que isso era real. Mas real ou não, eu não deixaria um dos meus personagens favoritos se mutilar e se culpar dessa forma, não depois de tudo o que ele passou.
— Tudo bem, me desculpe, fil... Luna. Eu procurei por você. Eu e sua mãe ficamos loucos procurando por você. Até que descobrimos algo. Quem me vendeu o colar foi um feérico da Corte Primaveril e resumindo a história, descobrimos que quem tinha armado tudo isso, tinha sido o Tamlin, Grão-Senhor da Corte Primaveril. — quando ele disse isso, pude ver o ódio em seu olhar. A escuridão em seus olhos, agora, estava mais sombria do que nunca.
— Tamlin, aquele idiota. Eu devia já desconfiar que ele tinha dedo nessa história. — eu disse resmungando um pouco baixo, mas, mesmo assim, Rhys ouviu.
— Pelo visto compartilhamos o mesmo ódio por certas bestas, Luna — Rhys disse com um brilho no olhar. Pude sentir um pouco de divertimento em sua fala.
— Certamente, Rhys — eu disse piscando um olho enquanto abria um enorme sorriso.
Encarei o quadro de Velaris, suspirando, ainda não acreditando como aquilo era real. Nem nos meus melhores sonhos eu sonharia com isso. É surreal de mais. Parece que a qualquer momento eu vou abrir os meus olhos e então puf, tudo isso vai desaparecer.
— Luna, sei que é muita coisa para assimilar, mas eu e sua mãe vivíamos procurando por você. Nunca se passou um dia, durante esses 17 anos, que eu não pensasse em você. Se eu pudesse, eu voltaria no tempo para reverter tudo isso, mas não posso. Então só posso te pedir, para que tente me perdoar por não ter conseguido te ajudar. — seu olhar agora era triste. Ele estava aflito com a possibilidade de eu odiar ele por isso. Mas que ideia ridícula. Eu nunca ficaria brava com ele por isso. Me dói saber que ele se sente incapaz e desprezado assim.
— Então quer dizer que você descobriu como viajar entre mundos, mas não conseguiu descobrir como viajar no tempo? Que absurdo! Estou desapontada com você, Rhys — falei, deixando claro que era uma brincadeira com o meu tom de voz, esperando assim, que ele se alegrasse um pouco e que aquela energia negativa fosse embora.
Ele, que havia abaixado sua cabeça depois que falou, levantou ela agora, com um brilho de diversão no olhar. Quase suspirei aliviada ao ver isso. O Rhys estava ficando feliz novamente, bem, na medida do possível.
Ele olhou para o quadro de Velaris. Um sorriso sacana surgiu em seus lábios, quando ele se virou para mim novamente.
— O que você acha de conhecer Velaris, Luna?
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Olá, leitores!
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Tchau e até o próximo capítulo!
Funfact: o colar é inspirado em um colocar que eu comprei faz pouco tempo. Ele é o meu amuleto e quando eu comprei eu nem me lembrei que ele se parecia muito com a Corte Noturna. Mas com o tempo, me surgiu a ideia de como seria legal uma história desse tipo e tudo se encaixou perfeitamente na história. Por isso, o colocar ficou tão importante para mim agora, pois lembra a minha casa e a minha família de coração.
Obs: para quem tiver curiosidade de saber como é o colocar, vou deixar uma foto dele aqui:
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A Corte do Sol e da Lua
FanfictionLuna era uma leitora voraz. Ela amava ler e escrever. Os livros eram os seus melhores amigos e os únicos que realmente a entendiam. Mas em um belo dia, as coisas mudam. Rhysand, o Grão-Senhor da Corte Noturna e, também, um dos seus personagens favo...