Capítulo 23

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O clima na sala de reuniões estava tenso. Mamãe e papai tinha convocado todo mundo novamente, para poderem explicar e nos contar o que encontraram. Suas expressões faciais, por mais neutras que elas tentavam ser, já entregavam que as notícias não eram nada boas.

— Não vou ficar enrolando — mamãe começou a dizer, após um longo tempo em silêncio. Imagino que estava conversando com o meu pai, pelo laço — Isso é muito mais sério e muito mais ruim do que nós pensávamos. Keir está tramando algo muito maior do que de costume e descobrimos que Eris está o ajudando com isso.

— Eris? — perguntei confusa.

— Aquele filho da mãe! — Cassian exclamou irritado.

— Não há nada que já não esteja ruim, que não possa piorar — Mor bufou ao meu lado.

— Tá bom. E como resolvemos isso? — Nestha perguntou.

— Podemos ir lá e eu posso quebrar a cara dele — eu disse simples.

— Luna querida, por mais que eu amaria ver você dando uma surra naquele palhaço, não podemos esquecer da nossa promessa de ajudá-lo com o pai, para virar Grão-Senhor e de que quem decide o que fazer com ele nesse quesito que eu sei que você pensou, é a Mor — meu pai disse se virando para mim, tentando passar emoções calmas para o meu corpo.

Bufei. Odiei o fato de que ele estava certo. Eu nunca poderia tirar a escolha da Mor sobre isso, embora a minha vontade fosse pegar aquele filho da puta (desculpa Lucien) e pegar o seu pescoço com as minhas duas mãos e...

— O que estamos esperando? Vamos lá e tirar alguma satisfação com aquele merdinha oras! — Cassian cruzou os braços e se levantou, ele estava indignado por não estarmos nos mexendo, interrompendo assim, os meus pensamentos de como acabar com a raça daquele cachorro.

— Cassian, acho melhor você se sentar e deixar a Feyre explicar — Nestha o aconselhou sabiamente.

— Ok, Nes — e ele se sentou novamente, ainda com os braços cruzados, deixando claro a sua indignação.

— Não podemos ir enfrentar o Eris sem provas, na verdade, nós não podemos enfrentar nem o Keir e muito menos a Elain sem elas, pois poderíamos ser acusados de golpe de trono ou de poder ou algo do gênero. As cortes todas se voltariam contra nós, já que chegamos lá sem nada físico para eles confiarem. Poderíamos mostrar alguma visão em suas mentes, mas isso seria ainda muito pouco para convencê-los a nos ajudar nesta guerra que está por vir. Explicando de um modo geral, precisamos traçar algum plano para obtermos o que precisamos, antes que a guerra chegue até aqui — minha mãe explicou. Estava nítido em sua cara o quanto isso a preocupava, mas não era por menos, fazia pouco tempo, para os feéricos, que eles tinham saído de uma batalha sangrenta e cheia de perdas e agora já estão entrando em outra sem mais nem menos e pior, lutando contra alguém que era de sua família.

— Então vamos colocar as nossas cabeças para pensar — Azriel falou ao meu lado.

Fiquei divagando por alguns minutos, mas nenhuma ideia vinha em minha mente. Suspirei frustrada. Traçar rotas e planos de combate não era algo que eu saberia fazer, de qualquer forma.

Comecei a procurar pela sala, algo que pudesse prender a minha mente então. Logo encontrei um calendário que estava em um canto, pendurado na parede, atrás de meus pais, como se fosse um artigo de mera decoração.

Dias e mais dias estavam com um "X", indicando que os mesmos já tinham passado. Olhei mais um pouco e me assustei. "A queda das estrelas" estava escrito em um de seus dias e era daqui a duas semanas. Como assim isso vai acontecer daqui a pouco e ninguém me contou nada?

A Corte do Sol e da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora