Capítulo 4

2.4K 283 26
                                    

— VELARIS????? — berrei me levantando da minha cama.

— Sim, querida. Velaris. — Rhys disse me olhando com um certo divertimento. Percebi que ele estava se segurando para não rir da minha cara de espanto. Confesso que até eu quis rir da minha reação, mas não o fiz, pois estava surpresa de mais para isso.

— Rhysand da Silva, se isso for uma brincadeira de mau gosto você vai se ver comigo e eu vou contar tudo para Feyre depois! — eu disse chegando mais perto dele, me abaixando um pouco para apontar o meu dedo indicador em sua cara, enquanto falava.

— Da Silva? — disse Rhys, franzindo o cenho, como se isso soasse ruim e estranho em sua boca. Tinha dúvida em seu olhar.

— É. Da Silva. E não me olha com essa cara, porque, em minha defesa, não fui eu quem inventou isso. Se bem que foram os brasileiros e eu sou brasileira, mas isso não vem ao caso agora. Pelo menos é bem melhor do que Azriel Pinto, não é?! — eu disse, me perdendo um pouco em minha fala.

— Azriel... o quê?! — Rhys me olhou indgnado.

— Azriel Pinto. Pera, o que eu estou falando? Você está fazendo eu me perder no meu objetivo. Me explica direito esse negócio de Velaris, por favor. — eu disse confusa.

— Não vou nem perguntar sobre isso. Acho que eu prefiro não saber o que significa. E sobre Velaris, foi o que você ouviu, fil... Luna, eu realmente estava te perguntando se você gostaria de conhecer a cidade. — pude ver confusão, diversão e ansiedade em seu olhar.

— Eu? Velaris? — perguntei confusa.

— Sim, querida. — ele deu um logo suspiro e continuou — Mas eu realmente vou entender se você não quiser ir, ou, sei lá, não quiser conhecer o pessoal, ou até mesmo não quiser nunca mais me ver.

O olhei com ternura. Como o Rhys podia pensar que eu não gostaria de conhecer a cidade e o seu círculo íntimo? Esse sempre foi o meu sonho, mas confesso que estou com medo deles não gostarem de mim.

— Ora, não pense bobagens, filha! É claro que todos vão amar você, querida. — Rhys disse se levantando, parecendo indgnado com o meu pensamento.

— Eu já falei para você ano entrar na porra da minha mente, Rhysand da Silva! — falei baixo, trincando os meus dentes com raiva.

Seu olhar suavisou. Ele se acalmou um pouco, percebendo que tinha se exaltado.

— Desculpe, Luna, é que você praticamente gritou isso pelo nosso laço e eu fiquei indignado ao ouvir que você pensa isso sobre si mesma — ele disse me olhando com carinho e com vergonha.

— Tudo bem e.... pera, laço? — perguntei com confusão em minhas palavras.

— Nós temos um laço, Luna, desde o dia que você nasceu. Não sei como, mas esse laço de pais e filhos que eu e a Feyre temos com você e o Nyx, simplesmente existe desde o nascimento de vocês. — ele me explicou.

— Tá bom. São muitas coisas para pensar agora. E sobre eu ir para Velaris, isso parece ser incrível, porém eu não sei se devo ou se eu mereço isso. E ainda tem a questão dos meus pais deste mundo, eles ficariam loucos se soubessem que eu sumi do nada e fui parar em outro mundo.

— Sim, pequena, eu sei disso, por isso, pensei em irmos amanhã. Você não ia viajar sozinha para algum lugar?

Ah! Mas é claro, como eu não pensei nisso antes? Amanhã é o meu aniversário de 18 anos e eu estava planejando viajar para a Suíça, onde tem um lugar chamado Zermatt, que se parece muito com Velaris, o que é irônico, porque eu ia para lá para me sentir em Acotar e agora eu realmente vou me sentir lá, literalmente falando.

— Tudo bem, mas com uma condição, você tem que me prometer que se alguém do círculo íntimo não gostar de mim, você vai ter que me dizer, porque eu não quero ser inconveniente na vida de nenhum de vocês.

— Tudo bem. — ele suspira derrotado, sabendo que eu não iria retirar o que eu disse — eu prometo para você, Luna.

Senti algo em minha mão. Era como um formigamento, algo que parecia queimar, mas ao mesmo tempo curar. Olhei para a minha mão em busca de respostas e, quando olhei, quase gritei. EU. TINHA. UMA. TATUAGEM. Pela Mãe. Como isso apareceu do nada?

Olhei para o rosto de Rhys. Um sorriso de criança que aprontou algo errado habitava seu rosto. Olhei para as suas mãos. Em uma delas, tinha uma tatuagem igual a minha.

Agora tudo fazia sentido. Olhei novamente para a minha mão. A tatuagem que consistia em três fases da Lua ainda estava ali, estampando o dorso de minha mão, como se fosse uma luva.

— Poderia ser pior. — murmurei, sabendo que ele ouviria.

Ele então, me olhou indignado e, colocando a mão em seu coração, ele disse:

— Assim você me ofende, filha. — com uma carinha decepcionada de cachorro que caiu do caminhão de mudança.

— Você só se ofendeu, porque sabe que é verdade. — sorri felina, sabendo que isso ia alfinetar ele.

Rhys me olhou indgnado. Até que ouvimos um barulho vindo do andar de baixo. O meu quarto era no segundo andar da casa, mais especificamente, no sótão.

Olhei para o relógio e vi que já eram cinco horas da manhã. Xinguei baixinho. Mas que merda! Como eu nem tinha reparado no tempo? Meus pais agora já estavam acordados e, provavelmente, logo subiriam para me acordar também.

Olhei de volta para Rhys, aflita do que aconteceria se os meus pais o pegassem aqui. Ouvi as escadas que levavam ao meu quarto rangerem, indicando que os meus pais já estavam a subir.

A maçaneta girou e, quando a porta abriu, Rhys já não estava mais ali. Era como se ele nunca tivesse estado na verdade.

Fiquei encarando aquele ponto vazio, que estava preenchido há apenas alguns segundos atrás. Até que ouvi a voz do meu pai.

— Nossa filha, Caiu da cama foi? O que aconteceu para você acordar antes do seu despertador aqui — ele disse apontando para si mesmo — te acordar?

Virei para o mesmo, olhando em seus olhos. Depois me virei para a janela, vendo o dia clarear, até que me virei novamente para aquele ponto vazio. Algo se remexeu em meu peito. Suspirei profundamente.

— Nada, pai.... não aconteceu nada.

☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆
Olá, leitores!
Se vocês gostaram do capítulo não se esqueçam de votar e adicionar em suas bibliotecas particulares ou em suas listas de leituras para não perderem nenhum capítulo da história da Luna, a Herdeira da Corte Noturna.
Tchau e até o próximo capítulo!

A Corte do Sol e da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora