Cheguei perto da ilha. Tudo estava do jeito que eu imaginava quando li pela primeira vez Acowar. Pessoas passando fome, a pobreza era algo comum neste lugar.
Passei pela barreira que cercava aquele lugar, e logo vários guardas vieram me barrar. Deixei que eles viessem até perto de mim e larguei as minhas armas que estavam à vista no chão, mas sem mostrar qualquer sinal de redenção.
— Eu quero falar com o Herdeiro de Hybern! — deixei claro que aquilo não era um pedido.
Não mostrei nenhuma reação quando o primeiro guarda ergueu sua espada para mim, apenas desviei de sua lâmina com maestria e agradeci mentalmente pelos treinos de Cassian.
Cinco segundos depois e sua lâmina foi jogada para longe. Olhei para os outros, desafiando-os a me testarem, mas nenhum deles se moveu.
— Me leve até o seu mestre! — exigi.
Então, um dos guardas se moveu para frente e indicou para que eu o seguisse. Apenas caminhei lentamente, enquanto os outros me cercavam para terem certeza de que eu não fugiria.
Chegamos em um tipo de palácio, aquele lugar se parecia mais com um templo para falar a verdade. Tudo era escuro e recheado de pequenas tochas. Quando as duas únicas portas a vista se abriram, encontrei um belo trono feito de caveiras e pedras azuis que por um momento me lembraram de um certo espião, mas logo tirei esses pensamentos de minha cabeça.
Sentado no trono, estava um homem com cabelos escuros e olhos azuis que pareciam queimar. Um sorriso apareceu em seu rosto quando me viu e suas bochechas pálidas se repuxaram.
Aquela imagem era cruel, era própria morte dentro de um pequeno e significativo sorriso.
Mantive a minha cabeça erguida, olhando direto nos olhos do Herdeiro, o que fez ele apenas aumentar ainda mais o seu sorriso.
— Então, a pequena Herdeira da Corte Noturna deseja falar comigo? — ele ergueu uma sombrancelha.
Resolvi entrar em seu joguinho.
— Você vai aprender com o tempo, querido, que eu não desejo nada, eu apenas quero e faço, simples assim — dei de ombros e me forcei a abrir um sorriso pequeno, mas letal.
— Ora ora, vejam se não é a pequena vadia da Corte Noturna — Elain saiu das sombras, acompanhada de Eris que apenas fingiu que eu não existia.
— Ora ora, veja se não é a vadia da… da onde mesmo? — apoiei a mão no queixo fingindo pensar — Ah é, de lugar nenhum, porque você, querida Elain, nunca pertenceu de fato a algum lugar, você nunca teve realmente um lugar para chamar de seu, não é mesmo?! — olhei para ela com arrogância.
— Epa epa epa, acalmem-se, meninas! Luna querida, você não está bravinha pela Elain ter te prendido no seu mundo, não é?! Ou pela sua melhor amiga aqui — ele indicou Karina, que entrava no salão — ter te deixado quando você mais precisava dela?! São águas passadas, amor! — o Herdeiro sorriu.
— Totalmente! — concordei, voltando meu olhar para ele — mas sabe de uma coisa? Eu ainda não sei o seu nome, o que é meio injusto, porque você sabe o meu.
— Meu nome é James — ele piscou um olho para mim.
— Ok, love — senti que iria vomitar, mas apenas dei de ombros como se não me importasse — alguém pode me mostrar onde fica o meu quarto ou eu vou ter que descobrir sozinha?
— Eu faço questão de mostrar, amor! — o Herdeiro, ou melhor, o James disse se levantando.
— O QUÊ? Ela vai ficar aqui como convidada? — Elain gritou saindo do colo do Eris, onde estava sentada.
— Bom, docinho, eu não invadi isso aqui para nada, sei que vocês precisam de mim e o mínimo que eu espero em troca da minha ajuda, é uma cama confortável — respondi ironicamente para ela.
— Você tem algum problema com quem eu deixo ficar no meu palácio, Elain? — James disse dando ênfase no “meu”.
— Não, James — ela murmurou.
— Ótimo! Por aqui, Luna — James indicou para que eu o seguisse.
Quando passamos pelas portas e chegamos no corredor, observei ele puxar uma das tochas e abrir um caminho com várias portas, devo admitir que isso foi um tanto impressionante.
— Então, você e a Elain? — ergui uma das sobrancelhas.
— Ah não, não mesmo! Ela é louca pelo Eris, mas também é louca por poder e por isso ela fica assim comigo — ele respondeu.
— Mas por que ela ficou daquele jeito? — me fiz de desentendida.
— Porque ela te vê como uma ameaça —paramos na frente de uma porta.
— E eu sou uma ameaça? — mordi os meus lábios em sinal de dúvida.
— Não sei, me diga você — ele chegou mais perto, olhando para os meus lábios.
Bingo!
Apenas olhei para os seus lábios, voltei meu olhar para os seus olhos, sorri inocentemente e entrei no quarto.
O Herdeiro queria jogar? Então tudo bem, mas ele está jogando para se divertir como o lunático que ele é, mas eu? Eu estou jogando para ganhar, como a Grã-Senhora que eu sou!
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Olá, leitores!
Capítulo muito pequeno, eu sei, mas é só que eu não iria ficar enrolando muito sabe, então achei melhor deixar assim. Prometo que o próximo capítulo será como de costume.
Tchau e até o próximo capítulo!
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A Corte do Sol e da Lua
FanfictionLuna era uma leitora voraz. Ela amava ler e escrever. Os livros eram os seus melhores amigos e os únicos que realmente a entendiam. Mas em um belo dia, as coisas mudam. Rhysand, o Grão-Senhor da Corte Noturna e, também, um dos seus personagens favo...