Capítulo 21

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— Bom dia! — eu disse quando entrei na sala de jantar, para tomar café da manhã.

O clima estava pesado. Não apenas pelo o que aconteceu ontem com o meu pai e eu, mas também, porque tínhamos uma hóspede em casa que aparentemente não queria falar com ninguém.

Sentei na cadeira de frente a fêmea de ontem. Seu rosto parecia estar menos abatido, mas pude observar que ela ainda nos olhava com um pouco de insegurança, como se não tivesse realmente certeza de que estava a salvo ali.

— Então, filha... — meu pai começou a falar, acho que ele queria se desculpar por ontem.

Levantei a minha mão, indicando que ele parasse de falar. Aquele não era nem o momento e nem o lugar para aquela conversa. A questão ali não era mais sobre mim, era sobre a fêmea em minha frente. Depois conversariamos sobre o que aconteceu.

Peguei uma xícara grande e a enchi de café, antes de olhar novamente para a ilyriana.

— Você pode nos contar o seu nome? Ou o que estava fazendo ali? Ou até mesmo quem eram aqueles caras? — a enchi de perguntas. Logo me arrependi de minha fala, vendo que ela estava com os olhos arregalados em minha direção. Suavisei o meu olhar sobre ela, com medo de sua reação. — claro que você não é obrigada a nada. Só queremos ajudar. — esclareci.

A mesma acentiu de leve para mim. Ela pegou um copo de água, deu um gole e o repousou na mesa novamente.

— Meu nome é Karina. — Isso foi tudo o que ela disse, respondendo apenas uma das minhas perguntas.

— Azriel, você conseguiu achar alguma coisa? — Amren se virou para Azriel, que estava ao meu lado.

— Não. Apenas encontrei alguns documentos antigos, escondidos em um formato de livro, em sua mesa, mas a parte de que precisávamos, aparentemente havia sido arrancada. — ele respondeu frustrado.

— Isso não é bom! Talvez ele tenha descoberto que iríamos mexer em suas coisas e, por isso, arrancou a página dali. — minha mãe concluiu.

— Ora, não fiquem assim. Nós não perdemos nada ali. Já não tínhamos a informação, então estamos no mesmo lugar que estávamos antes. Não precisam ficar frustrados por algo que não tínhamos. — Nestha disse.

Eu concordei com a cabeça. Sua fala realmente fazia sentido. E outra, não adiantava de nada ficarmos mal por isso, só iríamos preder mais tempo.

Suspirei, vendo que a conversa havia chegado ao fim. Continuei a comer em silêncio. De vez enquando, eu sentia o olhar da ilyriana em mim, como se ela estivesse se decidindo se confiava em mim.

Após longos minutos em completo silêncio, eu ouvi a fêmea bufar. Não me importei muito, pois eu já estava me preparando para me levantar, já que eu já tinha terminado de comer e precisava me arrumar para o treino com o Cassian.

— Talvez eu tenha o que vocês tanto procuram. — a ilyriana soltou a bomba na mesa do nada.

— COMO É QUE... — Cassian foi cortado pelo meu pai.

— Você poderia nos explicar melhor isso? — meu pai falou com a sua calmaria de Grão-Senhor.

A fêmea suspirou. Ela parecia cansada e com receio de nós. Ela pegou algo do bolso de sua calça e colocou no meio da mesa. Era um papel totalmente amassado, quase como se formasse uma bolinha.

— Essa é a página que estava faltando naquele livro.

— Você... você a roubou! Mas porque? — Azriel estava surpreso e confuso.

— Olha, é uma história muito longa, se quer saber.

— Sorte sua que eu adoro histórias, principalmente as mais longas. — eu disse sorrindo, como se falasse para ela continuar a falar. Eu precisava saber quem era aquela fêmea. Ela estava ali por minha causa e eu não sabia se ela representava algum perigo para a minha família.

— Ok... O meu pai e Keir eram amigos, mas um dia Keir colocou fogo em nossa casa, pois ele tinha inveja dos negócios do meu pai. Eu e meu irmão não estávamos na casa, mas a minha mãe sim. Os dois morreram naquele dia. Isso foi há muito tempo atrás. Desde então, Keir nos caça, achando que tem algum direito sobre nós, pois, infelizmente, o meu pai colocou nosso bens em seu nome, pois ele acreditava que as ideias minhas e de meu irmão, eram inaceitáveis, confiando assim, a nossa vida a Keir também. E, antes que perguntem, Keir quer me caçar para me forçar a casar com qualquer um que pague mais caro por mim. Ele até quer o meu irmão, mas só para poder usá-lo contra mim. Meu irmão conseguiu fugir para a Corte dos Sonhos, mas eu não, pois eu estava apaixonada. No meio daquele inferno, eu encontrei o amor da minha vida.

— Então você escolheu ficar lá por conta própria? — Mor perguntou desacreditada.

— Sim. — ela respondeu firme.

— E como é ele? — ela me olhou confusa. — o seu amor, eu quero dizer.

— Ah sim, ele era lindo. Me apaixonei assim que o vi. Ele tinha um coração bravo e valente.

— Você disse era, no passado, por que? — Nestha perguntou curiosa.

— Keir o matou ano passado.

— Qual era o nome dele? — mudei de assunto, tentando amenizar aquela situação.

— Seu nome era... era E-edward. — ela voltou o seu olhar para mim.

— Um lindo nome. — eu a olhei com ternura.

— Sim, assim como o dono era. — sua expressão demonstrava saudade. — se me dão licença, eu irei me retirar um pouco. — a fêmea se levantou, indo embora dali.

— É... eu diria que essa conversa foi um sucesso. — Cassian fez uma piada, tentando ajudar a parar o clima pesado ali.

— Foi um tanto.... esclarecedora. — minha mãe disse.

Suspirei. Eu tinha que concordar com ela, aquele café da manhã tinha sido terrível, mas também foi esclarecedor.

— Acho que eu vou atrás dela, para ver se ela... se ela precisa de algo. — me levantei dando uma desculpa qualquer.

Eu sabia que aquela fêmea estava mais abatida do que aparentava. Ela não quis parecer fraca aqui, mas ela se sentia assim.

— Mas, filha, precisamos... — meu pai tentou falar comigo novamente.

— Pode ir, querida. — minha mãe disse, se virando para o meu pai.

Eles pareciam conversar pelo laço e, então, o meu pai suspirou profundamente, derrotado.

— Você escutou a sua mãe. Pode ir, querida. — ele me olhou com dor nos olhos.

Acenti levemente com a cabeça e andei apressadamente para longe da mesa. Aquela fêmea precisava de mim.

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Olá, leitores!
Me perdoem por não estar postando muito. Eu juro que estou tentando, mas estou em período de provas, então está tudo muito corrido para mim.
Também queria agradecer pela paciência que vocês estão tendo comigo. Essa é a primeira fanfic que eu posto, então é muito legal ver essa interação que vocês tem comigo.
Se vocês gostaram do capítulo de hoje, não se esqueçam de votar e adicionar em suas bibliotecas particulares ou em suas listas de leituras para não perderem nenhum capítulo da história da Luna, a Herdeira da Corte Noturna.
Tchau e até o próximo capítulo!

A Corte do Sol e da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora