Capítulo 5

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AVISO: ESTE CAPÍTULO TEM GATILHOS PARA QUEM TEM ALGUM TIPO DE DISTÚRBIO ALIMENTAR, ANSIEDADE, DEPRESSÃO E TEM OU JÁ TEVE PENSAMENTO DE SUICÍDIO!!!!
Se você não se sentir bem lendo algo assim, peço que, por favor, não leia esse capítulo. Não leia algo que faça mal a você, apenas porque você quer se entreter com o que eu escrevo.
Também quero lembrar que, se você sofre com algo assim, por favor, procure um psicólogo, você precisa de ajuda!
Se qualquer um de vocês precisar de alguém para conversar, saibam que a minha dm daqui e do Twitter (meu tt é o mesmo @ que o daqui)
Lembre-se, você não está sozinhes!
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Eu estava na escola a exatamente cinco horas já. Não via a hora de chegar a hora da saída.

Pessoas conversavam por todos os lados e eu estava novamente sozinha. Não por vergonha ou por medo, mas porque eu simplesmente preferia que fosse assim.

Eu gostava da minha paz. Gostava de ficar sozinha ouvindo músicas estranhas e dançado pelo meu quarto. Ou apenas sem conversar na sala.

Olhei em volta, mais precisamente, vendo o relógio na parede. 12:19. Mais um minuto e a minha aula de história acabava e, então, eu estaria finalmente livre daquele inferno sem sentido.

Não que eu não gostasse de história, já que ela era uma das minhas matérias favoritas e o professor era legal também, mas eu estava ansiosa, não apenas porque eu ia entrar em férias, ou quando desse meia-noite do dia de hoje, eu finalmente faria 18 anos, mas porque eu também iria para Velaris nessa mesma noite... ou pelo menos eu iria descobrir que tinha ficado louca de vez. Não. Eu não estava louca.

Olhei para q minha mão que agora batucava os meus dedos freneticamente na mesa, com uma certa urgência. E lá estava a minha tatuagem de Lua. Isso já bastava para que eu tirasse a ideia de loucura da minha cabeça.

Me lembro que foi um choque quando os meus pais a viram. Eu estava pegando um pão de queijo rapidamente, porque eu estava atrasada e chegaria mais atrasada ainda se tomasse café, afinal, o trânsito em São Paulo hoje, estava horrível.

Eles perguntaram como isso tinha surgido em minha mão. Dei uma desculpa dizendo que eu fiz ontem com uma de minhas amigas, a única na verdade, a Liza. Ela não era minha amiga em si, mas me convidava para festas acho que por pena.

Meus pais achavam que eu tinha saído com ela naquela mesma noite, para comemorar a última semana do terceirão, mas, na verdade, eu apenas fiquei na pracinha que tinha perto de casa, relendo Acotar enquanto esperava o tempo passar.

Menti para eles sobre isso. De qualquer jeito eu teria que mentir, pois eu sei que eles ficam preocupados comigo por eu ser uma "antissocial", digamos assim. Eu gosto de ficar sozinha, sim, mas é apenas isso. Não gosto de festas com adolescentes idiotas, mas, na percepção dos meus pais, eu tenho que ser  uma "adolescente normal" de vez enquando.

12:20.

Ouvi o sinal tocar. Foi uma loucura daí para frente. Carteiras bagunçadas. Papéis voando. Pessoas correndo. Tudo parecia um caos. Só posso dizer que cheguei bem em casa, claro que, depois de muita muvuca para sair da escola e muito barulho de carros pelo caminho.

— Então, Luna, você já terminou de arrumar as suas malas? — meu pai perguntou, me tirando dos meus pensamentos.

— Ah sim sim, claro pai. — eu disse, ainda um pouco distraída.

— Então você não se importa se eu for lá ver, não é, mocinha?! — minha mãe diz enquanto levanta uma de suas sobrancelhas.

Arregalei os meus olhos. Eu não tinha terminado de arrumar tudo ainda e a minha mala também estava cheia de tralhas e poucas roupas, já que eu iria para Velaris.

A Corte do Sol e da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora