Capítulo 7

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Olhei para o dono da voz. Era Cassian, o comandante geral dos exercícios da Corte Noturna. Ele estava com um sorriso nervoso no rosto.

Senti uma energia ruim chegando na sala. Olhei em volta vendo que todos estavam apreensivos com a minha reação diante da brincadeira de Cass. Voltei meu olhar para o general e gargalhei. Ri como nunca tinha rido antes.

As pessoas em minha volta pareceram relaxar, vendo que eu estava satisfeita com o lugar.

Olhei para todos. Rhys agora estava ao lado de Feyre, uma fêmea linda, parecia estonteante com seu vestido azul escuro esvoaçante e uma coroa de estrelas em sua cabeça.

Ao seu lado estava um macho. Ele tinha cabelos escuros como a noite e olhos violetas brilhantes. Mas o sorriso que habitava o seu rosto era dela, era de Feyre. Aquele era Nyx, o herdeiro da Corte Noturna.

Mor vinha logo em seguida, com o seu vestido vermelho vivo e seu cabelo loiro longo solto atrás de seu corpo.

Elain estava ao seu lado. Uma coroa de flores repousava em sua cabeça. Um vestido rosa claro estava em seu corpo. Pude ver que ela estava segurando a mão de alguém. Esse alguém era Lucien, o herdeiro da Corte Diurna.

Lucien, por sua vez, usava roupas típicas da Corte de seu pai. Uma camisa bege com detalhes em amarelo ouro, uma calça branca demarcava o seu corpo e em sua cabeça havia uma coroa dourada. Tudo indicava que Feyre já havia o contado de sua origem.

Amren veio logo em seguida. Seu cabelo preto e seus lábios vermelho sangue. Ela vestia um vestido bordo com mangas ombro a ombro, com um colar de rubi em seu pescoço.

Nestha estava ali também. Um vestido preto com detalhes em dourado, ela vestia. Mangas longas e sem decote nenhum, com um coque bem feito em sua cabeça.

Cassian estava atrás dela. Vestido com suas vestes de guerreiro Ilyriano. Seus sifões vermelhos brilhavam com uma intensidade incrivelmente alta. Seu cabelo também estava amarrado em um coque, mas dessa vez, muito mal feito, o que deixava ele mais bonito ainda.

Então, finalmente o olhei. Azriel estava vestido com suas vestes ilyrianas. Pelo pouco que consegui ver pelas sombras, seus sifões azuis também brilhavam muito, indicando o poder que ele tinha. Observei suas mãos, elas estavam cobertas com luvas pretas feitas de couro.

Voltei meu olhar para cima. Encarei aqueles olhos que eu tanto temia. Dourados como se mãe tivesse derramado ouro puro e queimado neles, como no meu sonho.

— Você fede. — Amren é a primeira a se pronunciar. Sua voz era doce e sensual, mas ao mesmo tempo era poderosa e antiga, assim como ela.

— Oi para você também, Amren. Obrigado pela sua sinceridade. — eu disse dando um sorriso felino.

— Não desse jeito menina. — ela revirou os olhos. — Você fede a magia. Possivelmente até mais que o seu próprio irmão.

— Co-como isso é possível? — a olhei assustada.

— Ora essa! Rhys disse que você veio de um mundo sem magia, mas e se ele fosse a foto de toda magia? Isso o tornaria poderoso demais, ao ponto de anular a sua própria magia. É só pensar. — Amren me olhou por um tempo, como se pensasse no que fazer nessa situação. — Feyre pode te ajudar com isso.

— Ela pode?

— Eu posso?

Dissemos as duas ao mesmo tempo.

— Claro que pode. Você tem os poderes de todos os grãos senhores. O poder de Helion pode resolver isso para você. — Amren disse, se virando para a Feyre.

— Você vai me ajudar? — essas foram as minhas primeiras palavras para a minha mãe.

— Si-sim. Eu vou sim, quer dizer, só se estiver tudo bem para você. — Feyre me disse com incerteza.

— Por mim tudo bem. — dei um mini sorriso.

— Ótimo. Feyre, faça isso agora. — Amren mandou.

— Pera. O quê? Agora? Mas já? Tão fácil assim? — fiz várias perguntas, assustada com o assunto.

— Você quer ou não quer ser uma Grã-Feérica?— Amren perguntou.

— Eu quero. É claro que eu quero, mas...

— Então, ótimo. Vamos fazer isso agora. — Disse Amren, me interrompendo.

Suspirei e assenti com a cabeça.

Tudo começou a girar e girar e uma luz branca forte me atingiu. Era como se nada e nem ninguém estivesse ou existisse ao meu redor. Percebi que eu estava no meio do nada. No meio de tudo.

Uma pessoa veio em minha direção. Uma mulher de baixa estrutura, com cabelos longos e pretos esvoaçantes ao seu redor. Ela usava um vestido lindo, mas não consegui distinguir sua cor. Em seus pés, não havia nada. Ela estava descalça. Uma coroa de Lua repousava em sua cabeça. Eram as três faces da mesma, tudo em prata.

Quando a mulher chegou perto de mim, ela abriu os seus olhos. Lá dentro vi coisas e mais coisas sem nexo e que eu não poderia colocar em palavras.

Naquele momento, eu percebi que éramos tudo ou nada. A mãe estava em minha frente e ela era filha da própria luz. Sua pele refletia como se ela fosse um estrela brilhante no céu. Já eu, era a filha da própria escuridão.

— Eu espero por sua chegada a algum tempo, irmã. — a Mãe fala comigo, como se soubesse exatamente o que eu perguntaria.

— Não tenhas medo, minha pequenina Luna. Não irei fazer nenhum mal à você ou à sua família, e você sabe disso. — sim, eu realmente sabia.

— Essa coroa que pousa em minha cabeça, não é minha. Ela é sua, pois você é a minha igual. Tu és a única digna a sentar ao meu lado e a tecer o tempo junto a mim. Porém, eu irei entender se você quiser ficar com a sua família mortal.

Eu não disse nada. Ela caminhou até mim e colocou a coroa em minha cabeça, me estendeu a mão como se quisesse que eu a acompanhasse.

Estendi a minha mão em sua direção, mas, quando eu estava quase selando o meu fim, eu senti. Senti um laço forte e inquebrável correndo dentro de mim. Dentro do meu coração.

Olhei com relutância para a minha irmã. Eu não poderia ir junto com ela. Talvez, quem sabe, em algum outro dia. Mas, por enquanto, eu tinha que ficar aqui, junto da minha outra família. A Mãe podia esperar mais um tempinho.

— Tudo bem, minha irmã. Eu entendo. Você ainda tem coisas a fazer por aqui. Mas, quero te pedir que, por mim, para que você seja feliz. Aproveite bem o tempo que terá por aqui. Isso será a única coisa que pedirei e exigirei antes de voltar a dormir. E, antes que pergunte, sim, eu irei voltar a dormir, mas não a deixarei só. Sempre que precisares de mim, é só tocar bem aqui. — ela disse apontando para o meu peito, para o meu coração. — que eu virei até você ou a trarei até mim.

Com um suspiro pesado, ela deu um beijo em minha testa e desapareceu, assim como aquele lugar no meio do nada.

Todos em minha volta me encararam com surpresa. Até eu estava espantada, mas também estava calma, pois eu sabia, no fundo do meu coração, que aquilo tinha sido preciso.

Olhei para cada um deles, sentido seus olhares queimarem desde a minha coroa até os meus pés agora descalços.

Até que senti. Senti um laço forte e olhei em sua direção. Era Az. Ele me olhou assustado, mas ao mesmo tempo admirado, como se não acreditasse nas palavras que ele proferia a seguir.

— Minha. Você é a minha parceira!

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Olá, leitores!
Tudo bem?
Fortes emoções nesse capítulo e quero avisar que isso só está começando kkkkkkk
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Tchau e até o próximo capítulo!

A Corte do Sol e da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora