Krai, Russia,1922 (8 anos)
Aurora acordou com o sino que tocava anunciando que o sol nascera, finalmente as gravações noturnas haviam acabado de tocar.
Duas mulheres tiravam as algemas que prendiam o braço esquerdo dela e das outras garotas na cama, nenhuma delas era permitida falar, então o silêncio prevalecia na sala submaritma da sala vermelha.
A rotina era clara, exata e rigidamente seguida diariamente.
Pela manhã elas tinham aulas de idiomas antes do café. As nove tinham aulas com armas. As doze em ponto tinham o almoço. Pela tarde tinham aulas de luta e perto da noite o ballet.
A sala vermelha era tudo o que Aurora conhecia, a Madame Vânia que batia nas garotas que não executavam os passos de ballet corretamente, o Senhor Yvan que dava aulas de pontaria e os professores daquele lugar eram o mais próximo de uma "família" que Aurora já tivera.
Eram raras as vezes que a garota começava a lembrar de algo, mas quando acontecia o procedimento era simples, o choque Inicial, que agora adaptado, não parecia deixar sequelas.
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Como o previsto, ela era perfeita, o demônio filho da Hidra e da KGB, ágil, inteligente, rápida e cruel.
Sua formatura ocorreu antes dos 10 anos, um recorde significativo,mas não inesperado, ela era pura argila, moldada pelas mãos do próprio diabo.
Aurora era exatamente do que precisavam, uma arma. Com sua aparência indefesa a garota era o disfarçe perfeito, sem sentimento algum, memória alguma ou família alguma, era o projeto de ouro, o favorito dos dois governos
New York, Estados Unidos 1928 (14 anos)
O agente Heisenberg executava seu trabalho com perfeição, já havia passado informações americanas para os Russos por quase três anos enquanto Aurora fazia o papel de sua adoravel filha.
Ela e a filha da agente Dona, a agente americana escolhida para ser a ligação deles com o governo, eram "amigas", claro que ambas eram disfarces, mas eram um ponto famíliar entre a guerra fria que aquela casa era.
Aurora agora podia lembrar de flashes do seu passado, tudo muito confuso, mas sua única certeza era que não queria de forma alguma voltar para "a sala das bailarinas", por isso não comunicava ou fazia perguntas quando lembrava ou sonhava com algo.
Aquele dia chegou como um ladrão, sem avisos. Dona matou Heisenberg a sangue frio, deixando uma marca de sangue na cozinha, e duas crianças que olhavam a cena, uma chorava assustada por estar suja com o sangue do "pai" e outra que só observava preocupada.
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— vou perguntar só mais uma vez, garotinha, quem é você? — Dona perguntou na sala de interrogação olhando a criança a sua frente.
"Aurora", essa devia ser a resposta, mas de alguma forma não parecia correto, ela lembrava de algo, começava com "i" ela sabia, logo um arco-íris veio em sua cabeça e ela respondeu com convicção
— Íris.. meu nome — sussurrou a última parte
— quem é você, Íris?— a mulher perguntou séria
— me sequestraram... — sussurra — uma cidade pequena — fala tentando se lembrar —.
— agente Carter, percisamos de você — um homem diz entrando na sala
— mandem a garotinha russa pro projeto América — Dona diz se levantando — não preciso de mais problemas agora — finaliza saindo da sala e deixando a menina sozinha.
Continua...
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Aurora // Soldado Invernal {livro 01}
FanfictionO que ninguém sabia, era que antes da guerra, a Hidra e a KGB já tinham um projeto em comum. A teoria dos grandes números diz que quando uma ação é feita repetidas vezes, gera uma certa porcentagem de variáveis. A jornada de Íris de deixar de ser um...