Aurora // Soldado Invernal {livro 01}

{cap 110}

recomendo ouvir a música 

Natasha correu para a borda do abismo e não viu o corpo.

— Nat — Clint chama e ela vê o corpo da irmã perto do Caveira Vermelha, desacordada e encolhida, parecia respirar com dificuldade

— a joia não aceitou a troca da menina, ela tem um pacto, a alma não está completa— a voz pesada soa no ambiente frio

Eles se entreolharam

"conta pra ela sobre Budapeste"

"eu estou bem"

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Clint acordou em um susto, estava molhado, se sentou no que parecia ser um lago.

O olhar logo sendo direcionado para a pequena joia em sua mão, a dor cortante em seu peito

não pôde salva-la

não quis ser "salva"

Ele se virou bruscamente e a encontrou.

Sentada de costas para ele, abraçando os joelhos, uma poça de sangue diluído na água ao seu redor, os cabelos brancos, longos, molhados e manchados de vermelho

— eu... — Barton tenta falar, mas não tem forças para tal ato

o silêncio permaneceu pelo que pareceram ser horas

— eu sinto muito, eu deveria ter...— Clint é interrompido

— por favor não termina essa frase — Íris responde — por favor não desonre a morte da minha irmã — a voz sai baixa— eu pulei, o que aconteceu? — pergunta

— disse que faltava uma parte da sua alma— lembra

— merda — Íris tosse e ele vê mais sangue se espalhar na água

— você está bem? — Clint pergunta, logo percebendo a inutilidade da mesma

 — eu pareço estar bem? — ela se encolheu mais — a joia cobrou um preço pelo insulto —.

— ela era sua irmã— ele sussurra

— e sua melhor amiga  — segurou as lágrimas com mais força do que tinha — não se culpe por sentir dor—.

— será que doeu? — Clint questiona

— preciso que pare de pensar nisso — Íris responde seca e o escuta chorar — eu sei que isso dói, vai por mim, não vai parar de doer, mas eu juro que vai ficar suportável com o tempo — suspira — a dor te faz mais forte, sabia? uma pessoa me disse isso uma vez, eu preciso que seja forte e acabe isso, Clint, ela sabia o que estava fazendo e não vou deixar ter sido em vão — a voz fraqueja 

— Thanos vai pagar o preço — Clint diz sério

— e eu preciso que me prometa que quando isso acabar, vai ser feliz com sua família, que vai rir, que vai viver e que não vai ficar se culpando sobre isso — Íris é dura

— eu prometo — Barton se levanta, a voz fraqueja

era quase impossível pensar em felicidade naquele momento.

parecia uma utopia inexistente 

um dia existira?

— promete pela Natasha? — pergunta

— eu prometo — afirma — e você? —.

— tenho tentado viver um dia de cada vez a muito tempo — responde

— podemos... ir?— a dor cortante se alastra em seu peito, deixar aquele lugar parecia uma facada

— não tenho força para levantar — ela diz baixo

— eu posso te ajudar — Clint se aproxima com cuidado

— talvez eu não queira ir embora ainda — Iris nunca havia se sentido tão fraca e vulnerável quanto agora

— podemos esperar — ele a vê usar todas as forças para não chorar — sabe que pode chorar, não sabe?— ela nega com a cabeça

— sinto que trairia o feito dela se fizesse isso  — a respiração acelerada fazendo a fala ser difícil

 — nunca vai parar de doer?— pergunta e ela nega

— um dia, você vai acordar e vai sorrir com uma memória boa e vai rir de uma história engraçada, mas até lá, ainda falta muito— Íris é sincera 

— muito tempo?—.

— tem dias que vão parecer agora, o inferno, mas eu prometo que um dia vai lembrar dela e sorrir, porque ela é... ela era maravilhosa— enxuga uma lágrima pesada— mas agora eu preciso que me ajude a levantar e nos leve para casa—.

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— cadê ela? — Bruce pergunta e Clint, ainda segurando Íris ao seu lado, abaixa a cabeça.

o silencio permaneceu no lugar

palavras não ousaram ser proferidas em meio a dor quase palpável.

Banner socou o chão, que tremeu perante a raiva e a tristeza.

continua...  

maratona 1/2

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