capitulo 16

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yara🦋

Eu tava enjoada demais, não sei oque tá acontecendo, não to conseguindo parar de vomitar, a marina tá falando pra caralho, e o henrique tá sentado do meu lado tentando fazer alguma coisa pra me ajudar, mas só atrapalha, cuzão.

mari: que porra é essa, yara, porque você tá sangrando, caralho? oque que tá acontecendo, henrique, olha o tanto de sangue- falou quando eu senti uma coisa descendo nas minhas pernas.

hpc: que porra é essa, chama algum moleque pra pegar o carro, marina, agora, vai- eu tava começando a perder meus sentindos- ei, porra yara, fica acordada sua filha da puta, vagabunda do caralho.

yara: vai tomar...no seu cu, filho da puta é você...seu..cuzão- falei atordoada com muita dificuldade.

hpc: isso, fica falando, não dorme, por favor doutora, pelo bem da maria, não dorme, fica comigo- eu neguei chorando.

yara: tá doendo muito, eu não vou...conseguir.- a marina entrou na hora falando que o carro tava na frente de casa.

hpc: olha pra mim, você vai sim, você vai conseguir sim caralho, tem que conseguir, você é forte, ya...- foi pro carro falando essas coisas pra mim, mas eu apaguei.

Quando eu acordei, eu tava numa sala de hospital, mas tava muita gente numa sala só, e eu estranhei, tava um clima muito pesado, eu me mexi todo mundo olhou pra mim, a nat tava chorando, o henrique tava com os olhos vermelhos e o resto tavam todos sérios demais.

nat: oi meu amor, como você ta se sentindo?- falou assim que viu eu acordada, e veio até mim.

yara: oi...to bem? eu acho, oque aconteceu? porque você tá chorando- tentei me mexer mas deu uma pontada forte na minha barriga- ai, caralho que dor, aconteceu alguma coisa com a maria?

nat: irmã...eu não sei como vou te dizer isso- riu nervosa e começou a chorar mais- você tomou uma pílula abortiva, e como você não procurou um atendimento urgente e você ainda tava no começo da gestação...a maria ela...

yara: que? não, não, como assim? eu não...natália, não, irmã por favor- comecei a chorar- eu não tomei nada, eu só...como isso foi acontecer? a minha filha! a minha filha, como eu deixei isso acontecer?- ela me abraçou e eu continuei chorando.

fael: ya, se acalma, por favor, você não pode ficar nervosa agora- ele passou a mão na minha cabeça- eu sinto muito mesmo por você, mas agora eu tenho que levar sua irmã pra comer, se não ela vai parar numa cama de hospital, você tá dormindo por quase dois dias e ela não saiu daqui desde que chegou.- ai que eu fui perceber, a burrada que eu tinha feito, eu concordei e ele puxou ela.

nat: me desculpa yara, eu não tava com você na hora, perdão, te prometo que eu não vou deixar nada te abalar mais, viu meu amor, me perdoa- o fael puxou ela pra fora.

Ll: ai ya, to contigo minha cria, a nossa maria tá num lugar melhor, curtindo com a tia carol e tio ryan, lembra que o hpc te contou dos pais dele?- eu concordei e ele me abraçou- ela tá lá agora, brincando com eles, se divertindo pra caralho, menor.

mari: yara, eu sinto tanto por você, de verdade, deixando de lado todas as nossas desavenças, agora é sério e de coração, eu te desejo melhoras e toda luz, que você fique bem, se você precisar...eu to aqui...posso te dar..- falou assim que o Ll me soltou e eu concordei sem deixar ela falar o final.

yara: obrigada, de verdade, muito obrigada!- ela saiu da sala junto com Ll e o hpc continuou sentando com o olhar fixo num ponto qualquer, sério, e com as mãos cruzada na boca.- henrique...você, como você...-ele se levantou e veio me abraçar e eu chorei mais ainda.

hpc: yara, caralho, eu...eu, me desculpa, foi tudo culpa minha, caralho, filho da puta, a maria, cara, ela não tá mais aqui- ele passou a mão na minha barriga e eu neguei.

yara: como assim foi culpa sua, henrique? meu deus, calma, se acalma.

hpc: depois que você entrou no hospital e ficou desacordada, eu fui procurar saber oque tinha acontecido, fui pra boca e descobri que tinha sido o filho da puta do cobra, porra, você pegou um refrigerante da mão de um menor meu não foi?- ele falou tudo olhando pra baixo e eu não entendi, mas concordei- eu não mandei ninguém te dar nada, se fosse pra eu te dar alguma coisa eu mesmo dava, eu vi na hora, mas eu não liguei já que era refri e não era nada demais, pensei que você tinha pedido, mas não, aquele menor foi mandando, era x9, te deu o bagulho e depois sumiu, quando eu vi, você já tava passando mal- eu neguei- foi tudo culpa minha, me perdoa- caiu uma lágrima solitária no rosto dele.

yara: henrique...eu nem sei oque dizer, mas não foi culpa sua, você não sabia, não tinha como adivinhar, o único...culpado dessa porra toda, é ele, o cobra- ele me abraçou e chorou, parecia um bebê, e eu não era diferente.

hpc: o pau no cu do fernando veio aqui, o médico contou a ele sobre esse bagulho, ele disse pra nat, que não era pra ninguém procurar ele que ele tava tentando lidar com tudo que tinha escutado- eu concordei.

yara: eu to sem cabeça, pra tudo agora, não me interessa o fernando...oque eu vou fazer sem ela! não vou conseguir, eu...não tenho mais ela aqui, ela se foi, henrique, simplesmente se foi.- falei soluçando.

hpc: yara, pega a visão, eu vou procurar aquele filho da puta e vou fazer ele pagar, com a vida dele, vou matar todo mundo nesse caralho, tá me entendendo, mas você não pode desistir assim.- ele falou com as duas mãos no meu rosto e eu concordei, na hora uma médica entrou na sala.

- bom dia, sou a doutora andressa, como você tá se sentindo, yara? eu sei como é difícil, mas tá sentindo alguma dor?- eu neguei- bom vou te explicar com mais detalhes oque aconteceu com você.

hpc: eu to indo buscar um bagulho pra comer, qualquer coisa só acionar, valeu ai andressa, tamo junto sempre.- ela acenou com a cabeça e ele saiu.

andressa: oque aconteceu com você foi o seguinte, yara. você tomou uma dose muito forte de uma pílula abortiva, acho que deram a mais forte, e a dosagem mais forte ainda! como você estava no começo da gestação, com seus três meses, o bebê ainda estava se formando e muito frágil, qualquer coisa podia afetar ele, oque foi ocorrido, o problema foi que você começou a passar mal e não foi socorrida logo, com isso tudo, ainda o fato de você não ter comido nada e só ter vomitado, piorou sua situação- eu concordei, com minha cabeça longe- olha yara, eu sei como é uma dor de perda, principalmente de um filho, não desisti agora, você vai ter um futuro lindo pela frente, vão vir outros, e pode ter certeza que você vai ficar feliz, nada vai mudar oque aconteceu e ninguém vai pegar o lugar dela na sua vida, mas segue sua vida, isso foi mais um aprendizado pra você, eu sinto muito por você.

yara: eu não sei porque isso aconteceu logo comigo...eu não conheço esse cara, não sei porque deus deixou que acontecesse comigo, de verdade, mas só ele sabe oque ele tá planejando, então vou esperar, vamos ver oque ele guarda pra mim- eu sorri fraco e ela veio me abraçar, ficamos conversando por um bom tempo, ela me explicava algumas coisas e me contava outras que ela já passou, até a nat se juntar a nós e ficar por dentro de tudo.

Acontece que a andressa é mulher do dono do manguinhos, aliado da cdd, ela é médica concursada e formada, a história dela é muito louca, ela me contou tudo e eu fiquei muito triste mas ela já superou e agora tá vivendo a melhor fase, ela sempre vem ajudar o morro, ela meio que comanda alguns postos de saúde de alguns morros aliados juntos com outras mulheres do donos de outros morros, ela é foda.

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