Manipule o manipulador

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— Jimin? — chamei.

Ele estava ao meu lado e nós estávamos no nosso esconderijo, observando o céu estrelado.

— Sim? — ele me olhou.

— Tive um sonho engraçado.

— E como foi?

— Bem horrivel, na verdade. Você era um traidor.

— Um traidor?

— É. Um dos rebeldes. — soltei um riso. — Que bobeira. Claro que você não seria.

— Mas essa é a realidade, Jun. Na verdade, isso aqui, agora, que é um sonho.

Franzi o cenho.

— Estou bem acordado. Pare de tentar me enganar.

— Eu já te enganei. Te enganei de todas as formas. Agora, sabe-se lá o que vai acontecer contigo. — Jimin deu de ombros. — Talvez mandem a sua cabeça de presente ao rei.

— Isso é... Você teria coragem?

— Sim.

— Mas você não tava apaixonado por mim?

— Nunca estive. Você só é fácil de manipular.

— Achei que casaríamos futuramente. — encarei o céu. — Bem que Yoongi estava certo em me chamar de emocionado.

— Com certeza. Mas não se sinta tão mal, eu não te odeio. Você é até que bonitinho.

Eu me sentia muito triste, desolado, destruído. Tinha um amargo em minha boca, meu coração parecia apertado e, sei lá, era uma sensação estranha. Eu tava mal, mas nenhuma lágrima ousou escorrer por meu rosto.

Acho que, na verdade, a ficha ainda não tinha caído ou algo assim. Parecia que eu tinha tanta coisa a dizer, mas ao mesmo tempo não tinha nada. Era estranho.

Tipo... Como Jimin pôde? Nos declaramos um para o outro, nos entregamos um para o outro, e ele estava, na verdade, brincando comigo o tempo todo?

O tanto que eu sofri pra tomar uma decisão ouvindo o meu coração, buscando a felicidade para, no fim, esse músculo idiota estar puramente errado.

— Eu acho que a gente devia acordar ele. — uma voz infantil soou.

Arqueei a sobrancelha.

— Você quem disse isso? — encarei Jimin e ele balançou a cabeça em uma negativa, me encarando como se eu fosse louco. Então olhei para os lados, mas não tinha mais ninguém além de nós dois ali.

Ah, legal. Entendi. Agora eu tô até ouvindo vozes.

— Ele tá sangrando... Acha que eu chamo a mamãe? — outro alguém disse. Ainda era uma voz infantil, mas, agora, feminina.

— Acho que não, papai disse que ele é do mal. — o outro respondeu. — Mas a gente podia acordar ele.

E pra que? — a voz feminina soou mais uma vez.

— Pra ele parar de ter pesadelo, oras.

A esse ponto, eu já tinha até me levantado. Olhava em todas as direções, buscava em todos os cantos, mas não conseguia achar de onde vinham essas vozes.

— Mas ele é do mal, devia continuar tendo pesadelos. — a garotinha falou.

— Mas pesadelos são ruins até pra gente do mal. Vou acordar ele!

— Quem são vocês? — gritei, frustrado.

Então as vozes pararam.

Bufei e encarei Jimin, só que ele começava a desaparecer aos poucos.

A whole kingdom & the knight ໒ jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora