Mais outra fuga

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Uma semana. Uma semana se passou. Uma semana desde que houve uma explosão de acontecimentos, sentimentos tristes e felizes.

Uma semana desde que a guerra foi anunciada, de que eu me senti desolado pela desaprovação do meu próprio pai e também por descobrir que Jimin, o cara que estou apaixonado, mentiu pra mim sobre quem era.

E uma semana desde a surra que levei do meu pai, quando voltei ao lugar que não podia mais chamar de lar. Fazia uma semana desde isso em específico, mas eu não podia dizer que não tinha acontecido outras vezes no decorrer.

Meu pai parecia extremamente irritado porque o reino parecia ter fugido do controle. Havia protestos pra todos os lados, grande parte dos distritos se mostrando apoiadores dos rebeldes.

Eu só sabia por causa Seokjin, o professor de história particular de Junghee, já que eu estava de castigo e não tinha acesso à internet.

Seokjin era legal. Bem mais velho, mas tão infantil quanto eu. Nos falávamos bastante antes da seleção, mas acabou que nos afastamos um pouco. Enfim, ele era meu amigo.

— Está por toda parte. — ele disse. — Cartazes, pichações, discursos pra todos os lados. E nem digo sobre as redes sociais, estão um caos. O povo tá bem revoltado. Foi assim em Erália antes da queda da monarquia.

— Mas Erália não teve toda a família real morta?

— Em praça pública. Penduraram as cabeças em exibição por duas semanas.

— Que horror. — fiz careta. — Não quero ter a minha cabeça exibida em praça pública.

— Ah, você não sabe?

Arqueei a sobrancelha e o encarei, esperando que continuasse.

— A revolta começou por você. — Seokjin explicou. — Desde o dia em que você fugiu, ficou cheio de apoiadores. Tá todo mundo contra o homofóbico.

— Como é que é?

— Pois é. Aposto que o rei não te deixa entrar na internet por causa disso. — apontou pro meu rosto machucado. — Vai que você mostra a prova de que ele é um filho da puta mesmo.

Arregalei os olhos.

— Seokjin! — repreendi e olhei pros lados. — Não fala isso em voz alta, surtado. Não vou conseguir impedir sua prisão não.

Ele deu de ombros e murmurou algo como "só disse os fatos".

— Isso significa que... — olhei pros lados mais uma vez, checando se não tinha mesmo mais ninguém ali na biblioteca. — Os rebeldes não vão me matar?

— Ai já não sei dizer. — Seokjin levantou as mãos. — O povo te apoia, o que significa os camponeses comuns dos distritos. Não ouvi falar nada sobre os rebeldes de Lissa.

Ok, pelo menos era um começo. Pra quem era odiado pelo reino todo há menos de um mês, até que eu tava bem na fita com, agora, só uns 70% me odiando.

— Licença. — ouvi batidinhas numa das estantes de livros.

Naquela uma semana que se passou, meu pai ainda tentou me fazer me casar com Jisoo. Mas, claro, eu não concordei. Só que mesmo assim, ela ainda estava no palácio.

— Que susto. — arregalei os olhos. — Achei que pudesse ser aqueles três chatos que me seguem pra todos os lados.

— Os vi andando feito baratas tontas pelo salão principal. — ela riu. — Fiquei com pena.

Dei de ombros.

— Pois eles que lutem.

— O rei me pediu pra te chamar. — Jisoo voltou a dizer, agora um pouco mais séria. — Não entendi direito, já que foi um cavaleiro muito apressado que passou a mensagem. Mas algo sobre você ir ao tal salão do trono porque vai ter um evento.

A whole kingdom & the knight ໒ jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora