O traidor

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Eu nunca fui uma pessoa de muito mau humor. Sempre fui super de boa, as vezes mais quietão, na maior parte tagarela, mas sempre de boa. Mas eu nunca, nunca mesmo, nunca nunquinha, me senti de boa assim que abri os olhos pela manhã.

Para começar que eu quase nunca dormia o total de horas apropriadas para um descanso. Tinha a maldita insônia que me enchia o saco todas as noites, então eu, normalmente, acabava dormindo quando os primeiros raios de sol invadiam o quarto e machucavam meus olhos.

Então, é, concluindo, eu nunca acordei mal humorado, mas nunca acordei bem humorado.

Nunca até aquele dia.

— Bom dia... — Jimin beijou minha bochecha. — Acorda, dorminhoco.

Parecia totalmente impossível acordar de mau humor com Park Jimin me enchendo de beijos, depois de uma noite nos braços dele, depois de sentir meus sentimentos concretizando ainda mais com nosso momento íntimo.

É, até os raios de sol que machucavam meus olhos pareciam extremamente agradáveis, principalmente quando eles banhavam o rosto de Jimin.

— Bom dia, lindo. — abri um sorriso. — Que horas são?

— Quase oito. — ele respondeu, ainda beijando minha bochecha. — Você precisa se arrumar pro seu casamento.

Voltei a fechar os olhos, todo preguiçoso, e escondi o rosto em seu peitoral.

— Não mesmo. Tá tão cedo. Não vou me arrumar, já que nem vou casar de verdade.

— Mas você tem que fingir que vai. E eu tenho que visitar o Tae.

Bocejei e me aninhei ainda mais, nem dando bola.

— É sério. — Jimin insistiu, risonho. — Larga de manha.

— Argh. Ta bom! — me afastei e me sentei na cama, fingindo estar emburrado. Mas a verdade era que nada, simplesmente nada, podia estragar a minha manhã. Nem mesmo a cerimônia em duas horas. — Me conte depois como o Taehyung está. Diga que mandei melhoras.

— Eu aposto que ele já tá bem e só tá na enfermaria até agora por pura atuação.

— Vou ter que concordar, é a cara dele.

Rimos juntos, até que o riso morreu quando Jimin aproximou nossos rostos para me dar um breve selar nos lábios, cheio de carinho.

É oficial, eu tava muito caidinho. Completamente. Tava bobo. Boiola. Me rendo!

— Até daqui a pouco. Vou aproveitar as horas de paz antes do caos. — ele disse, já levantando-se da cama e procurando por suas roupas.

— Digo o mesmo. — soltei um riso. — Ah! E lembre de dar bom dia para a sogra.

Terminando de se vestir, Jimin me mostrou a língua pela fala. Então, antes de sair, se aproximou para me dar mais um selinho e enfim dirigiu-se à porta, saindo com discrição.

Soltei um suspiro apaixonado e voltei a me deitar no colchão. Encarei o teto. Um sorriso bobo surgiu em meus lábios. Ah, Park Jimin...

›👑›

Era por volta das nove e quinze quando eu me dirigi ao salão principal. Estava um pouco atrasado, mas pelo menos estava arrumado. Vestia um terno cheio de frufru de príncipe encantado e meu cabelo estava num topetinho que o gel tinha deixado tão duro que nem se eu levasse uma pancada na cabeça desmancharia.

A cerimônia ia acontecer na própria capela do castelo, então não precisava me apressar até lá, já que a cerimônia seria às dez.

Meu pai me chamou de canto. Ele parecia completamente animado, o que era até estranho de se ver.

A whole kingdom & the knight ໒ jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora