Capitulo 36

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Hongjoong Pov

- Vou fazer um ovo frito para você. - disse.
- Ei! Estamos sem ovos. - disse meu pai.
- Eu os vi... - começou minha mãe.
- Bem ali! Eu os joguei no mar! - disse meu pai e Seonghwa murchou. - Come! - ele sorriu. - Coma, há muito mais.
Meu pai pegou um pouco da comida com a colher e comeu com gosto e de um gesto exagerado.
- Tão irritante. - disse minha mãe.
Meu pai era uma praga que cresçeu demais.
Seonghwa criou coragem e pegou a colher hesitante.
- Deixa eu fazer isso, você é muito lento. - disse meu pai começando a colocar um monte de comida no prato de Seonghwa. - Kaeng tai pla, muita sopa, deixe de molho, delicioso. Aqui.
Seonghwa pegou a colher e a colocou na direção da sua boca hesitante e com uma cara de nojo.
- Você pode comer isso? - indaguei.
O de cabelos castanhos escuros me encarou e engoliu em seco.
- Sim. - disse ele.
Seonghwa levou a colher até a boca e abocanhou o Kaeng tai pla hesitante, franzi meu cenho ao ver o sacrifício que ele estava fazendo para mastigar.
O mesmo engoliu com esforço e bebeu um pouco de água, e meu pai sorriu, pondo mais comida em seu prato.
- Não é picante, nenhum deles é picante, eles são saborosos. - disse meu pai.
- Aí! Eu não aguento mais! - disse minha mãe dando um tapa no braço do meu pai e se levantando. - Vou fazer um ovo frito para você querido, eu sei onde você está escondendo os ovos. - disse minha mãe. - Você é malvado.
- Querida! - gritou meu pai.
- Não me chame! - gritou minha mãe de volta.
- Você está bem? - indaguei e Seonghwa assentiu.
- Aqui, você já tentou kua kling? Experimente, é uma delícia. - disse meu pai colocando mais comida no prato de Seonghwa.
Neguei com a cabeça, ele era impossível.
- Coma, você já experimentou? - disse meu pai.
Mais tarde Seonghwa acabou ficando com azia e eu que cuidar dele, eu tinha muita vontade de rir, mas ele ficava tão fofinho com aquela carinha de chateação.
O cutuquei e me sentei ao seu lado com um copo com um pouco de remédio.
- Agora eu sei de quem você herdou seu comportamento infantil. - disse ele.
- Aqui, beba tudo e fale depois. - disse lhe entregando o copo.
Ele se sentou na cama e bebeu o remédio de cara feia.
- E o que você quer dizer com infantil? - indaguei.
- Quando você tentou me expulsar do dormitório. - disse ele.
- Tudo bem, eu sou infantil. - disse sorrindo só de lembrar de mim destruindo o quarto todo.
- Igualzinho ao seu pai. - disse o maior sorrindo.
- Meu pai é muito mais infantil do que eu. - disse.
Seonghwa me entregou o copo e eu o coloquei em cima da mesinha de cabeceira ao lado da cama.
O mesmo deitou a cabeça em meu ombro e eu tentei o empurrar, ele me encarou e continuou lá.
- Senta direito. - disse.
- Vou sobreviver até o último dia? - indagou.
- Você vai lutar por isso? - indaguei.
- Sim, vim até aqui. - disse ele.
- Então você vai sobreviver, porque eu não vou deixar você morrer aos pés do meu pai, você deve morrer em cima de mim. - disse.
- Em cima de você? Estou morrendo em cima de você. - disse ele deitando a cabeça em meu colo e eu sorri fazendo um carinho em suas costas. - Estou sofrendo... mas estou feliz também.
- Não fique de mau humor. - disse tentando reprimir um sorriso.
- Tô falando sério, eu... farei tudo por você. - disse ele.
- Incluindo deixar meu pai encher seu estômago? - indaguei.
Ele bufou e deitou em meu ombro.
- Vamos, espere um pouco, vou tratar seu estômago com uma saborosa refeição de frutos do mar amanhã. - disse.
- É picante? - indagou.
- Você pode comê-los. - disse.
- Então eu vou te seguir em todos os lugares. - disse ele sorrindo.
- Mas acho que você deveria dormir agora, a julgar pelo seu estado, aposto que você não consegue se levantar. - disse.
- Não consigo levantar? Quer testar... se eu consigo levantar ou não? - indagou.
- Você pode realmente fazer isso? - indaguei.
- Temos que tentar. - disse ele.
Juntamos nossos lábios e quando ele iria colocar a mão em minha cintura, ouvi um barulho estranho e Seonghwa separou nossos lábios.
- O que há de errado? - indaguei.
- Está vindo, Hongjoong. - disse ele com os olhos arregalados e correu para o banheiro.
- Bem feito, você pediu por isso. - disse rindo.
No dia seguinte eu e Seongwha estávamos  correndo para que meu pai não nos visse saindo.
- Se apresse! Meu pai vai nos ver! - disse correndo.
- Ele não vai ficar bravo? - indagou pegando o capacete em cima da minha scooter.
- Apenas se apresse. - disse colocando o capacete e montando na scooter.
- Acha que pode me pegar? - indaguei e Seonghwa segurou minha cintura. - Com medo do meu pai, mas você está ficando pegajoso comigo?
- Estou doente, me dê um pouco de amor. - pediu.
- Vou te dar um pouco de violência, segure firme. - disse colocando suas mãos mais em volta da minha cintura.
- Ei! Espera! - gritou meu pai descendo correndo as escadas. - Onde você está indo?
- Tchau, pai! - gritei de volta dando partida na scooter.
- Hongjoong, espere! Hongjoong! Seu filho da puta! - gritou meu pai.
Rimos da situação e não demorou para que chegassemos no restaurante e Seonghwa agradeceu quando a garçonete trouxe seu prato.
Descasquei alguns camarões e estendi um na direção de Seonghwa.
- Aqui, coma, há muito reservado para você. - disse.
- Sério, seu pai está tentando me matar. - disse ele pegando o camarão.
- Qual é, você ainda não chegou ao Sul de verdade se não experimentar a comida sulista. - disse.
- Se eu tiver que comer o curry do inferno do seu pai... prefiro não chegar ao sul. - disse ele.
- Sinto muito em nome dele, mas é engraçado. - disse sorrindo. - Será que as pessoas da faculdade de música descobrirão... que P'Seonghwa que é como um deus da bateria... saiu do banheiro daquele jeito? Tão patético.
Ele bufou e bebeu um pouco de seu suco, suspirei e peguei um dos aperitivos no meu prato e o estendi em sua direção.
- Aqui, há muito reservado para você à noite. - disse.
- Você é bom em descascar. - disse ele pegando o aperitivo.
- Eu pratico desde que era mais novo, meu pai disse que eu poderia fazer isso para a garota que eu gosto. - disse.
- Lamento que a garota seja eu. - disse ele tristonho.
- Pare de pensar muito e não fique de mau humor, se eu tivesse me arrependido, não teria te apresentado aos meus pais. - disse. - Se você acha que eu tenho dúvidas... Eu vou te esfaquear com uma garra de caranguejo.
- Isso significa que a pessoa de quem você gosta... sou eu? - indagou sorrindo.
- Não me engane dizendo isso. - disse.
- Tudo bem, porque você disse que descascaria caranguejo para a pessoa que você gosta, então deve ser eu. - disse ele.
- É assim que você quer jogar isso? Sim, P'Seonghwa, gosto muito de você! Feliz? - debochei e ele sorriu apertando os olhinhos.
- Muito. - disse ele sorrindo.
- Falando em arrependimentos, eu tenho um. - disse e ele me encarou preocupado. - Meu amigo, Jin Young. - disse.

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