Príncipe?

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Capítulo 15

Depois da minha conversa com a Julia, suas palavras começaram a martelar em minha mente.

Ele obsecado por mulheres? Eu estou ferrada? Será possível ele ficar obsecado por mim? Logo eu uma menina inútil, que tem a audição ruim e infantilismo?

Isso é impossível, eu não faço o tipo de ninguém, pra ser sincera eu nunca fiz.

- Aurora, para de ficar martelando o que eu te disse e vai se arrumar doida. - Julia diz entrando no quarto. - Eu já me arrumei, só falta tu. Todo mundo tá te esperando lá em baixo.

Vamos almoçar fora hoje, pelo que Julia falou e Morte quer me levar pra algum lugar hoje a noite.

- Já tô indo. - Pego minhas coisas e vou me arrumar. Assim que desço, todos estavam realmente me esperando.

- Vamos logo, tô morrendo de fome. - Julia nem um pouco dramática.

Chegamos ao local e é um bar onde tem comida. Comemos em tranquilidade, as vezes sentia o Morte me olhar, mas não dei muita atenção, afinal eu estava com fome. Assim que terminamos, fomos até uma sorveteira.

- Me conta como é morar no morro do Pesadelo. - Julia pede.

- Ah, nolmal. Pesadelo é bipolar, tem dia que acolda feliz, daí logo muda de humor, tem dia que ele acolda mal, aí fica feliz, isso quando ele não bebe. Aí ele fica difelente, me tlata super bem. Tem a Tata, ela cuida de mim, ela é como se fosse uma mãe pra mim, tem o Baiano que é como irmão e não posso esquecer do Sorriso, ele é um óltimo amigo, tem um palafuso a menos mas é muito legal.

- Se eu falasse que eu tô pensando em invadir o morro dele o que tu acharia? - Morte pergunta e eu fico boiando. Invadir?

- Se o Morte estiver pensando em matar o Pesadelo, o que tu acharia? - Meu corpo gela e vem uma imagem do Pesadelo sem vida em meu colo, eu começo a me desesperar. - Calma, ele não devia ter feito essa pergunta. - Julia o encara feio e Fabiana da um tapa nele.

- Por mais que o Pesadelo tenha me magoado, eu não quelo que ele morra.

Se ele morresse... Se ele morresse ele não seria legal comigo quando está bêbado, ele não viria mais dormir no meu quarto, ele não se preocuparia comigo, eu não sentiria mais o calor de seu abraço, seu meio sorriso quando está aliviado ao me encontrar. Não teria mais palavras pra me deixar confusa, eu não me magoaria, não ficaria mais irritada. Eu não quero que isso aconteça, por mais que eu me irrite e seja uma confusão meus sentimentos por ele, eu não quero perder ele.

Sem contar no estrago que faria na vida da Tata e dos meninos, eles não merecem esse sentimento. Se isso acontecesse eu não perdoaria quem fez isso.

- Se isso acontexesse eu não peldoalia quem fez isso. - Encaro o Morte. - Eles são minha família, a família que eu não tive. - Morte trava o maxilar e se levanta.

- Vou respirar um ar, te busco mais tarde. - E sai.

- O que deu nele? - Pergunto e Julia da de ombros.

- Ele quer fazer parte da sua família. - Fabiana diz e eu encaro o Morte até ele sumir do meu campo de visão.

{...}

Depois do que houve na sorveteira, viemos pra casa e ficamos assistindo filme. Agora estou me arrumando pra sair com o Morte, ele pediu pra que eu colocasse uma calça. Não sei onde nos vamos, mas estou ansiosa, quero pedir desculpas e me explicar com ele. Não quero que ele se sinta mal. Ele pode fazer parte da minha família, mas eu queria conhecer ele melhor.

- Acho que temos uma pessoa muito pensativa desde hoje mais cedo. - Julia zoa e se senta ao meu lado. - Não se preocupa, ele já nem deve lembrar. - Ela sorri, tentando me confortar, mas eu sei que ele não esqueceu.

- Eu tô biita? - Pergunto me levantando e dando uma volta. - Quelia levar meu Titi e minha pepeta. - Falo emburrada.

- Tá maravilhosa, uma princesa. - Ela sorri e eu retribuo. - E sem Titi e pepeta, tu tá melhor assim. - Ela diz seria mas logo ri. Estou com uma calça jeans rasgada e meu camisetão. O celular dela toca e ela sorri. - Seu príncipe está de esperando lá em baixo. - Coro.

- Ele não é meu príncipe.

- Nunca se sabe little girl. - Ela segura a minha mão e sai me puxando escada a baixo. Assim que saímos da casa, vejo o Morte em cima da moto. Julia vai até ele e sussurra algo e ele revira os olhos. - Se fizer algum mal a ela eu te mato e não estou brincando. - Diz seria. - Tomem cuidado, amo vocês. - Ela coloca o capacete em mim e depois entra na casa.

- Segura em mim e não solta de jeito nenhum beleza? Se tu ficar com medo me aperta que eu diminuo a velocidade.

- Me diculpa por hoje mais cedo. - Falo envergonhada.

- Tá de boa... Pode me dar a tua mão? - Ele pergunta e estende a mão, seguro na dele e ele colocar em sua coxa. Fico vermelha. - Foi mal, se quiser pode tirar. - Ele diz mas não tiro. - A Julia nunca me contou a tua história, o máximo que eu sei é que tu tem problema de escutar e aquele negocio de ser criança. - Rio. - Foi mal, não sei muito bem o que é, mas gostei de tu mesmo com tantos problemas. Tu é diferente sacas? Não sei o que é, mas desde que eu botei o olho em tu, naquele beco. - Encaro ele sem entender. - No dia que tu quase foi estuprada. - Minha mente volta ao dia em que um velho nojento me segurou e derrepente pareceu um outro homem, que me salvou.

- Então era voxê? Como voxê soube que era eu? - Pergunto.

- Teu olhar, sonho com ele desde aquele dia. Tentei te procurar mas não te achei, aí do nada tu aparece no meu morro e ainda é a melhor amiga da minha irmã. Isso só pode ser o destino. - Ele sorri.

"Seu príncipe..." Será que foi o destino? Será que não foi só uma coincidência?

Ele da partida e eu o abraço.

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