Beijo

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Capitulo 16

Chegamos ao local e era uma casa um pouco afastada da casa dele, mas era bonita, ficava perto do mar. Desço da moto e ele faz o mesmo, ele tira o capacete e me ajuda a tirar o meu. Estende a mão e eu a pego. Então, vamos em direção a casa. Eu deveria estar com medo ou me sentindo desconfortável, mas eu não sinto isso, ao contrário, eu me sinto bem e confortável ao seu lado. Diferente do Pesadelo, eu sei que o Morte não vai me magoar. Morte me traz tranquilidade e paz, Pesadelo me traz confusão e caos, mas eu me sinto bem ao lado dos dois. Não sei o que estou sentindo, mas não quero perder nenhum dos dois.

Entramos na casa e ele me leva até a cozinha, onde tem uma mesa e duas cadeiras, em volta está decorada com velas e pétalas. Ele sorri e puxa a cadeira para que eu sente.

- Nunca fiz essas coisas então, foi mal se ficou feio. - Ele coça a nuca.

- Tá biito. - Ele sorri.

- Que bom que tu gostou. Queria fazer algum negócio que tu gostasse. Já tá com fome? - Nego. - Podemos conversar... Ah, vem comigo, vou te mostrar um negocio. - Ele estende a mão e eu a pego. Ele me leva até o segundo andar, ele abre a porta do quarto e me leva pra varanda.

- Voxê gosta de valanda né? - Rio.

- É um dos meus lugares favoritos. - Da de ombros. - Aqui principalmente, da pra ver a beleza do mar.

- Mas tá esculo. - Falo e ele ri.

- Vem aqui. - Ele me puxa me fazendo ficar de costas pra ele, ele tampa meus olhos. - Escuta as ondas do mar, essa calmaria. Sente esse vento, o cheiro do mar. Me diz se isso não é beleza. - Sorrio, ele tira a mão dos meu olhos e olho pro céu. - E tem as estrelas.

- É lindo. - Me viro, ficando de frente pra ele.

- Eu disse. - Ele sorri, seus olhos encaram os meus, meu corpo congela.

Quantas vezes eu já disse que meu corpo congela? Porque sempre acontece isso comigo? Qual é corpo, porque sempre congela quando estou perto do Morte ou do Pesadelo? Tudo bem que eles são bonitos mas os meninos também são e nem por isso eu congelo desse jeito. Parece que eu não tenho controle sobre meu corpo quando estou perto desses dois. Corpo colabora comigo por favor.

Morte coloca suas mãos em minha cintura e me puxa pra mais perto. Agora seus olhos que estavam me encarando, encara a minha boca.

- Morte... - Digo baixinho.

- Rafael, meu nome é Rafael. - Sorrio.

- Rafael, o que voxê tá fazendo?

- Ainda nada, mas eu quero fazer. - Encaro seus olhos e vejo desejo, luxuria. Sem perder tempo ele me beija, um beijo calmo e lento, que logo se transforma em um beijo urgente, sinto meu corpo queimar. Ele desce seus beijos por meu pescoço e eu fraquejo.

- Tu é tão perfeita loirinha, cheirosa. - Ele sussurra, me causando arrepio. Ele se afasta e me encara um pouco envergonhado. - Foi mal, vamos comer? - Assinto envergonhada também. - Vou roubar teus beijos mais vezes. - Ele ri e eu coro.

- Vamos comer logo. - Ele segura a minha mão e voltamos pra cozinha.

- Já vou logo avisando que eu não sou bom em fazer comida chique, mas sei fazer umas comidas que minha mãe me ensinou melhor que ela. - Ele diz orgulhoso. - Senta aí que eu já volto. - Me sento e fico olhando as coisas.

Acho que ele vem sempre aqui, porque além de limpo é bem decorado e não tem cheiro de casa fechada.

Eu beijei ele? Ele me beijou? Ohhh Deus, eu mal conheço ele e já beijei ele se bem que, Pesadelo também, eu mal conhecia ele e ele me beijou. O beijo dos dois são tão bons que se me colocassem pra escolher eu não saberia.

- Que sorriso é esse? - Ele aparece com uma travessa.

- Ahm... na-nada. - Gaguejo.

Como assim eu estava sorrindo? Meu deus eu não paro de passar vergonha.

- Gaguejou é porque tem coisa. - Reviro os olhos. - Tô tirando com a tua cara doida. - Ele coloca a travessa na mesa e vejo que é lasanha. Minha boca chega a salivar só de sentir o cheiro e ver a coisa mais linda da minha vida. Ahhhhh como eu amo comer. - Que olho é esse doida?

- O cheilo tá bom e palece tá gostoso. - Ele ri e começa a nos servir. Depois pega uma garrafa de vinho de não sei aonde, ele ia nos servir mas para.

- Tu bebe né? - Nego. - Vai querer experimentar? Prometo não fazer nada, caso tu acabe ficando bêbada. - nego. - Tá bom então. - Ele deixa a garrafa de lado. - Eu sei que não tenho nada a ver com isso mas, quero pagar teu tratamento. A Julia já tinha falado mas nem dei ideia, vendo agora quero te ajudar de alguma forma aí pensei em pagar o tratamento, o que tu acha?

- Eu não xei. Não vai xer incomodo pra voxê? - Ele nega.

- Claro que não loira, e outra, qualquer coisa dou meus pulos. - Ele pisca. - Vou desenrolar isso, aí falo com tu beleza?

- Tá bom, mas depoiz eu te pago, cada xentavo. 

- Não precisa poh, nem em sonho vou aceitar tua grana. Mudando de assunto, se não vamos ter nossa primeira briga e não quero isso. Quero saber mais sobre ti, como era na onde tu morava e tal. Claro, se tu quiser falar né.

- Uma hola ou outla eu vou ter que contar pla alguém né. - Respiro fundo.

Eu nunca fui de contar a minhas história pras pessoas, principalmente sobre o orfanato e as "responsáveis" por mim, ou até mesmo das famílias que me adotara. Mas porque não contar a alguém né. Ou melhor não?

- Se tu não quiser contar agora tá de boa. Ou se tu quiser nois come agora aí tu conta enquanto a gente come a sobremesa. - Ele dá de ombros.

- Pode ser. - Comemos em silêncio, assim que terminamos, Rafael foi pegar a sobremesa. - Eba, solvete. - Sorrio e pego o pote.

- Vamos pra sala. - Assinto e me sento ao lado dele. E então começo a contar como tudo aconteceu...

Laços ObsessivosOnde histórias criam vida. Descubra agora