O que deu nela?

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Capítulo 12

Narrado pelo Pesadelo...

Eu soube, na primeira vez que meus olhos encontraram os dela, que eu estava fudido, que tudo o que eu pensava sobre o amor iria se desfazer e que eu descobriria a real sensação de amar alguém. O bandido foi laçado desde o primeiro olhar, mas eu neguei e ainda nego esse sentimento, porque eu sou um caos, não iria fazer bem a ela, ela é doce, pura, inocente e perfeita. Tô ligado que isso não cabe a mim escolher, mas porra, só de imaginar ela no meio do meu caos me deixa louco, mas ver ela mal por minha culpa machuca mais. Eu sou um filho da puta sem noção e eu tô ligado, mas não sei como me concertar, sempre fui assim. Sorriso e Baiano vivem me dando toque, mas porra é difícil pra mim.

- O que tu fez pra ela? - Tata diz assim que se senta no sofá.

- Eu vou lá saber? - Ela me olha desconfiada mas logo se lembra de algo. - Aquela piranha ainda liga aqui em casa, talvez seja ela o motivo. - Fica um pouco pensativa. - Que dia da semana é hoje? 

- Acho que é quarta porque? - Ela arregala os olhos.

- Filha da puta. - Levanta e sai da sala sem dizer nada, logo volta com a bolsa na mão. - Vamos Felipe, me leva na casa da tua ex agora. - Fico sem entender e ela sai me puxando. - Anda, tu precisa resolver essa história se quiser ficar com a Aurora. Te explico no caminho.

Pego a chave e vamos até meu carro, em pouco tempo chegamos a casa da Patrícia, uma das meninas com quem eu ficava quando eu era menor. Pelo que a Tata explicou, parece que a vagabunda da Patrícia falou alguma coisa pra Aurora sobre mim e ela ficou mal, por isso quis ir pra casa da amiga lá. Sem contar no jeito que ela me tratou, agora eu entendi, agora fez sentido. Opa, foi mal, voltando ao que eu estava falando. Assim que ela explicou, me subiu um ódio que eu nem sei de onde veio, nunca pensei que sentiria tanto ódio assim.  Tata desce que nem um furacão e começa a bater na porta feito louca, se a porta cair eu não iria me impressionar. 

- ANDA SUA PUTA, EU SEI QUE VOCÊ ESTÁ AÍ. - Tata berra. Minha raiva some por alguns segundos, Tata brava é a melhor coisa que alguém pode ver, chega a ser engraçado. Que ela não me ouça amém.

- Calma mulher. - Falo mas parece que piora, pois ela começou a chutar a porta. - Tu vai arrombar a porta?

- Se for preciso. ANDA VACA, SE TU NÃO ABRIR EU ARROMBO ESSA PORRA IGUAL TEU CU. - Seguro a risada.

- Pesadelo, fala pra essa louca parar de gritar e bater na minha porta. - Patrícia aparece na janela.

- ABRE LOGO ESSA PORRA SE NÃO EU METO BALA NESSA TUA CARA PAQUITA DO CAPETA. - Dessa vez eu é que grito e ela engole em seco.

Logo escuto barulho de porta sendo destrancada e ela abre aos poucos, mas como Tata estava puta, saiu abrindo, fazendo a vagabunda lá bater na parede.

- O que você quer? - Ela pergunta após se recuperar. 

- Quero saber o que tu disse pra Aurora. - Cruzo os braços. - E não adianta mentir ou esconder, porque eu só saiu daqui depois de saber o que tu disse. - Falo serio e vejo ela tremer. - Ué, teve peito pra falar as coisas pra ela mas não tem peito pra falar pra mim? 

- E-Eu falei a verdade ué. - Gagueja. - Que somos amigos de infância. 

- Amigos? Não me faça rir né, nunca fui nada além de um cara que tu procurava quando queria grana.

- Anda vadia, fala o que tu disse pra ela, porque se tu não falar, tu vai se arrepender. - Tata cruza os braços.

- Tá, eu disse que eu era tua namorada e ela me mandou tomar no cu, que vadiazinha mais escrota, teve a cara de pau de me mandar tomar no cu, tô doida pra catar ela pelos cabelos, quem ela pensa que é pra mexer como MEU homem? Pesadelo, você já teve gostos melhores. - Ela diz e antes que eu bata nela, Tata entra na frente.

- Por mais que eu queira ver ela arrebentada, eu não vou te deixar sujar a mão com essazinha, então, vá pro carro e me espere lá. - Ela diz seria. 

- Tu NUNCA MAIS fale da Aurora, você não é digna nem de pensar nela e se tu tocar em um fio de cabelo dela, não vai ser a Tata quem vai cuidar de tu, vai ser eu. - Falo e vou pro carro esperar a Tata. 

Quando eu era menor, achava que eu gostava da Patrícia, por ela ser a menina nova, nos envolvemos e ficamos juntos até meus 18, depois que eu comecei a ver as coisas com outros olhos, vi que ela era igual as outras, só estava comigo por dinheiro e poder, talvez no começo não tenha sido assim, mas isso não importa mais. Ligo pro Sorriso e mando ele mudar o número fixo de casa, pra não correr mais esse perigo de ex minha ligar em casa.

Eu preciso me desculpar com a Aurora, mas não sei quando e nem onde ela está. Preciso bolar um plano pra fazer isso, não vou pedir desculpas só por essa bagunça, vou pedir desculpa por tudo, até por ter sido bipolar e tratado ela mal, eu vou mudar por ela, porque eu quero ter algo serio com ela. Vou resolver isso assim que chegar em casa. 

Depois de algum tempo, Tata aparece cheia de sangue.

- Quero ver aquela vadia careca fazer alguma coisa com a minha menina. - Diz sorrindo e rio. - Bora pra casa que eu quero tomar um banho e tirar esse sengue de puta do meu corpo.

- Tô pensando em fazer alguma coisa pra me desculpar com a Aurora, não só por isso, mas por tudo que eu fiz pra ela. 

- Já ia perguntar, tu vai mudar de verdade? 

- Vou, não quero ver ela sofrer de novo. - Falo e ela assente.

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