O telefonema do ano.

308 45 205
                                    

(Chantelle POV)

Chantelle: você não acha que vamos chegar atrasados? - pergunto olhando as casas passarem pela janela do carro e Axl ri.
Axl: você que quis tomar banho comigo.

Reviro os olhos.

Chantelle: não esperava que a gente fosse perder a hora...

Ele ri pra mim mais uma vez e beija minha mão que ele segurava com carinho.
Aliás, tudo em Axl era carinhoso ultimamente...

Fizemos sexo duas vezes desde o episódio do meu sequestro e eu não via nem traços de seu jeito bruto vindo à tona...
É estranho eu sentir muita falta disso?

De repente o carro para me despertando de meus pensamentos.

Axl: em cima da hora. - ele sorri pra mim.

Retribuo seu sorriso e saio do carro correndo deixando até mesmo a porta aberta.

Axl: não sou seu segurança já tem muito tempo, viu?!
Chantelle: QUIETO, ESCRAVO! - grito correndo pra dentro e ouço quando ele ri.

Eu gostava de ser a única pessoa no mundo que podia falar assim com ele.
Qualquer outra pessoa já estaria morta a essa altura se o chamasse de "escravo".

Eu rio com o pensamento e acabo topando com Patrícia no caminho.

Chantelle: oi... Bom dia. Como você está hoje? - pergunto já que não tinha tido contato com ela depois de ontem quando ela conversou com a Diana.
Patrícia: bom dia, chefe. Eu tô bem, valeu. - ela da um tapinha em meu ombro e se dirige ao balcão ao lado de Bruna.

Dou de ombros e subo as escadas correndo pra entrar na minha sala.

Axl abre minha porta atordoado me assustando assim que eu sento em minha cadeira.

Axl: eu vou dar uma saída. - ele fala sem me olhar, parecia extremamente perturbado.
Chantelle: uma saída? Acabamos de chegar.
Axl: e-eu sei...

Arregalei os olhos.

Eu nunca tinha ouvido Axl gaguejar.

Chantelle: amor, você está bem? - pergunto baixo o observando olhar pro chão.

Ele aperta a maçaneta.

Axl: chefe. Eu preciso sair.

Ele apelou pro profissionalismo...

Chantelle: tudo bem... Mas esteja aqui no horário de almoço.
Axl: talvez. - ele fala e sai da minha sala fechando a porta.

Meu coração se apertou.

Por um momento eu vi um menininho quebrado de novo...
O que será que aconteceu?

(Axl POV)

Assim que saio do carro meu celular começa a vibrar insistentemente e penso 20 vezes antes de atender, era muito cedo pra lidar com o mundo.

Reviro os olhos ao ver que ainda por cima era um número desconhecido.

Axl: foda-se.

Atendo o telefone sem muita vontade.

Voz: oi... Oi! Eu preciso de ajuda, por favor!

Meu peito gela. Sua voz era conhecida, envelhecida, mas com certeza conhecida.

Axl: relaxa, por favor. Como posso te ajudar, senhora?
Voz: e-eu tô na praça do centro! Eu preciso de ajuda. - ela fala mais alto.

Meu estômago se revira ao ouvir sua voz mais pronunciada.

Meu pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora