Ódio fulminante.

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Tudo em mim tinha acabado de acabar naquele momento, ali, deitada em cima do corpo sem vida do grande amor da minha vida.

O homem mais inteligente, maravilhoso, bonito e incrível que eu já conheci.

O meu Axl.

Não podia acabar daquela forma, Axl sofreu tanto durante a infância, adolescência e até a idade adulta...
Eu não era perfeita pra ele, eu tinha noção disso. Eu sempre teria, mas a questão é que eu queria ser.

Se eu tivesse a chance de tentar de novo, eu faria de tudo pra ser.

Seguro sua mão com cuidado e a beijo com a cabeça deitada em seu peito enquanto acariciava seu cabelo macio e loiro com a outra mão.

Chantelle: Você não pode... Nós íamos nos casar, nós íamos fazer tudo certo dessa vez. - Eu não queria olhar seu rosto, não queria vê-lo tão... sem vida.

Eu queria que Axl soubesse e sentisse tanto quanto eu o que era tudo aquilo que ele me fazia sentir, eu queria que ele sentisse o mesmo.

Eu o amei demais e me pergunto se eu soube de alguma forma passar esse amor pra ele, eu espero que sim, espero com todas as minhas forças que Axl tenha se sentido amado e cuidado por mim, pois ele com toda a certeza fez com que eu me sentisse a mulher mais amada da terra.

Chantelle: eu te amo, eu te amo tanto. - Minha voz embargada e chorosa se misturava com minhas palavras tornando a qualquer um impossível de me entender - Por favor, não morra...
Rodolfo: Tarde demais. Já aconteceu o que tinha que acontecer. - Ele interrompe meu luto.

Ouvir a voz de Arguiles novamente foi como uma facada no meu peito.

Beijei a ponta do nariz de Axl e me levantei com dificuldade pelo extremo cansaço emocional que eu tinha no momento.

Chantelle: Você. Eu vou te matar, depois vou te esquartejar, colocar seus pedaços no meu porta malas e te jogar no esgoto. - Vocifero.

Ele ri, ri de mim! Eu ia matá-lo.

R. Arguiles: Escuta, boneca. Seu namorado sabia onde estava se metendo. Ele não é nenhum santo e você não é mais criança - ele me encara por um momento, de cima pra baixo - nessa vida se ganha e se perde... Você perdeu.

Eu o olho com tanto ódio, tanto desprezo.

Ele tinha razão. Por mais que eu o matasse ele sempre seria a pessoa que tirou o Axl de mim.

Matá-lo não me salvaria desse poço sem fundo, não me deixaria menos miserável, não me traria a vitória e muito menos paz. Mas o prazer de seu sangue escorrendo pelas minhas mãos, eu teria com toda a certeza.

Eu acredito que se Voight entrasse por aquela porta e o matasse eu o detestaria por meses a fio, eu não queria ajuda. O mérito de sua morte miserável seria unicamente e completamente meu.

R. Arguiles: O gato comeu sua língua, enteada? - Questiona com condescendência.

Eu não respondi, não conseguia formular nenhuma resposta à altura.

R. Arguiles: Sabe, Chantelle? - ele coça o queixo- Eu te imaginava mais decidida, mais estrategista, mais... - para por um momento procurando o insulto mais adequado - Mais inteligente, assim como sua mãe. Você provou não ser nada parecida com ela, deve ter puxado o pobre do seu pai.
Chantelle: Não se atreva a falar do meu pai, seu filho da puta! - Vocifero.

Ele arqueia a sobrancelha direita me olhando exageradamente surpreso.

R. Arguiles: Quando você quer sabe o que falar, não é?
Chantelle: Você não me conhece, eu sou muito falante. - Sinto que todo o ódio que me habitava naquele momento me fazia achar graça daquilo.

Meu pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora