Pensamentos impuros - Pjm ABO

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Você...

"Ela é ótima, sabe? Quer fazer tudo que eu sempre quis fazer, mas em uma escala maior."

(SexLife)

Segunda-feira, eu particularmente odeio segundas e não tem um dia sequer que eu não acorde de mau-humor por simplesmente ser segunda, no entanto, por um incrível milagre acordei com um humor fora do normal e isso me faz pensar que o fato de eu odiar segundas seja por minha falta de sexo, na melhor das hipóteses, ou, porque eu veria Jeon, essa com toda certeza seria a pior hipótese, porque eu me veria de novo a sensação de dúvida de anos atrás e eu não quero voltar ao passado. Após fazer tudo que eu tinha que fazer pela manhã, eu me arrumei da forma mais impecável que consegui, eu queria me sentir bonito e o dia estava lindo para uma peça da Gucci.

Decidi ir de metrô, já está claro o fato de eu não gostar nem um pouco de dirigir sozinho, para alguns é sinônimo de sorte e calma, mas eu sempre gostei de coisas mais animadas, eu me sinto bem em ter jun conversando animadamente sobre seu dia, ou conversar sobre qualquer outro assunto com qualquer outra pessoa.

O endereço que Jungkook me mandou ficava um pouco mais longe de sua casa e consequentemente do meu trabalho, eu tive que pegar um táxi da estação para chegar ao local indicado que parecia mais simples do que imaginei, Jeon tem cara de gostar de lugares luxuosos e de comidas que eu nem sei pronunciar o nome. Mesmo estando em uma classe social bem privilegiada e eu Eun não vivemos de forma muito cara, não gostamos de lugares muito finos, gostamos de viver apenas com qualidade, mas sem ultrapassar os limites para ensinar aos nossos filhos a viver conscientemente.

Como eu já esperava, Jeon estava me esperando acredito que há algum tempo. Entrei e me sentei em sua frente colocando minha mochila de trabalho na cadeira ao lado e meu celular em cima da mesa, para eu ver caso alguém me ligasse.

— desculpa à demora, você não me avisou que gostava de comer em lugares longes. — falei, descansando.

— não é tão longe da minha casa desculpa. Contudo, você irá comer a melhor batata frita do mundo meu caro. — falou animado olhando o cardápio mesmo já sabendo o que pedirá.

— Então vai me contar como conseguiu o boneco? — perguntei ansioso como uma criança pela resposta.

— Eu não precisei procurar muito, na verdade, eu apenas entrei em minha casa e peguei na prateleira de bonecos do homem de ferro. — respondeu simples como se o boneco não fosse RARO.

— Deu seu boneco para meu filho? — naquele momento eu já não estava mais na defensiva como antes, ninguém nunca fez isso por mim, ou melhor, por nós.

— Bom, eu comprei dois dessa edição limitada, eu gosto de ser um pouco precavido. — sorriu, aquele sorriso doce de coelho que por muito tempo me causou borboletas na barriga.

— Isso me lembra de seu aniversário de 18 anos, lembra? — pergunto, uma das nossas ótimas lembranças antes de tudo desandar e ele mudar da água pro vinho.

— Eu me lembro como se fosse hoje, eu passei meses juntando dinheiro para planejar o aniversário perfeito. Iriamos no festival, comprariamos o boneco de colecionador... Eu sei que peguei a moto do meu pai sem nem ligar e viajamos por tanto tempo para ir naquele festival. — parou um pouco para fazer o pedido. — é quero o de sempre e ele, bom, ele não gosta de 'cheddar' então troque por mussarela é seu queijo preferido e adicione muito Bacon. Ah ele gosta de molho Rose para moljar as batatas.  — por um segundo senti meu coração errar uma batida ao ver que o mesmo sabia exatamente o gosto, sem errar nada.

— e quando chegamos à cidade ele já acabara e não tinha mais nada para gente fazer lá. - Eu realmente queria ir muito naquele festival, a primeira maior decepção da minha vida. - Eu como era um santo sugeri fazer algo tranquilo, e você me levou para porra de um motel. — relembro caindo na gargalhada.

— Juro que pensei que você estava falando em códigos porque tinha uns velhinhos no nosso lado. — se justificou. — pensa pelo lado ruim, fomos barrados no motel e a moça ainda ameaçou chamar a polícia, céus aquela mulher estava com inveja da gente com certeza.

— Não adiantou muito porque ficamos em um hotel bem mais confortável. - confesso - mas só após você discutir por duas horas para conseguir aquele boneco do Thor. Você quase agrediu uma criança. — Aquela noite foi louca, mas foi leve e alegre.

— Você foi bem convincente dizendo que se eu não largasse aquele boneco você faria greve e com direito a começar com aquele dia. Mudei de ideia, rapidinho, mas foi você virar as costas e eu comprei o boneco do moleque pelo dobro do preço. Mantenho aquele Thor em um pedestal para me lembrar diariamente de ser persistente e parar de pensar com a cabeça de baixo. — as batatas chegaram, só ele para me fazer comer batata frita no almoço.

— Então foi por isso que você não reclamou, e eu que te dei a melhor transa porque me senti culpado. Que sujo Jungkook. — coloco uma em minha boca, molhada no queijo, eu não sei como ela era temperada, mas estava perfeita, no ponto perfeito que por um segundo eu quase tive um orgasmo.

— Foi nossa primeira aventura longe, voltamos dois dias depois e seus pais estavam quase chamando a polícia. — colocou a dele em sua boa, retirando um sorriso meu com uma cara engraçada.

— Não foi porque eles estavam preocupados, eu roubei algo importante naquele dia, até pensei em vender, mas era só um motivo para ver se eles parariam de brigar. — respondi.

— eles ainda estão juntos? Ou tiveram o prazer de se separar? — indagou.

— Bom, é complicado. Dá última vez que eu os vi, estavam morando juntos, mas separados no papel. Isso foi há tanto tempo que eu não posso te dizer com clareza. Achei melhor afastar as crianças deles antes que meus filhos precisem de terapias para lidar com a complexidade daqueles dois. Uma hora estão se agarrando pelos cantos e na outra falta um esfaquear o outro. É confuso para uma criança de cinco anos. — desabafo.

— Tem mais de cinco anos que não vê seus pais? Céus Jimin, isso é muito tempo, mas eu não julgo você, meus pais também se divorciaram, mas minha mãe acredita que eu não sei que ela trai o namorado dela com o meu pai. Julgo que eles só precisavam de aventura para apimentar a relação. — proferiu.

O resto do almoço foi tranquilo e talvez o mais divertido de minha vida, a conversa parecia fluir tranquilamente enquanto comíamos e no final ele me levou para o meu trabalho já que comi tanta batata que fiquei pesado. Mesmo assim até o último segundo ficamos conversando como bons amigos que hoje em dia são apenas colegas.