Pensamentos impuros - Pjm ABO

Out of Control

Fora de controle...

"Eu preciso sentir de novo. Um pouquinho daquela mágica do amor interconectado e tão intenso."

(SexLife)

Estar com Jungkook acompanhado de bebidas e músicas despertou um lado meu que eu amava e que pensei que a vida adulta tinha acabado, eu não era fraco para bebidas por isso ainda estava lúcido o suficiente para sentir todo o clima daquele lugar e ser puxado para um momento em minha adolescência.

Eu me sentia livre, eu não tinha pais para controlar o que eu estava fazendo e isso era de fato perigoso, mas eu sabia o que estava fazendo e as hipóteses de alguém me levar para o mau caminho eram nulas, porque, eu era o mau caminho. A combinação de bebidas e músicas com letras e batidas duvidosas, despertavam sentidos e sensações fora do comum e quando isso era adicionado a uma companhia que tem a mesma sintonia você tem um efeito bem-parecido com o das drogas.

Eu gostava do ambiente escuro e a única coisa que iluminava eram aquelas luzes coloridas, gostava de não me importar com que horas teria que chegar em casa. Eu estava sozinho em Busan, a porra do meu marido estava fazendo sei lá o que em outra cidade, provavelmente cuidando dos meus filhos. Estava livre, relaxado, animado, e alterado.

— Aguenta mais uma dose? — já com um humor bem melhor pergunto a Jungkook que como eu também não era fraco com álcool.

— Até duas. — respondeu caminhando comigo para o bar onde pedimos a bebida de cor azul. — está pronto? — perguntou e eu peguei no copo virando tudo na boca, mas mantendo o líquido ali para que ele tocasse fogo com o isqueiro em sua mão. — agora. — falou assim que o fogo pegou, para eu engolir, causando o efeito ainda mais forte. Fiz isso duas vezes até ser sua vez.

— Minha vez. — pego o isqueiro de sua mão o mesmo colocou o líquido na boca e eu sem hesitar acendi o fogo. — Agora. — falei e ele engoliu balançando a cabeça logo em seguida. — não, não balance a cabeça ou ficará bêbado mais rápido. — seguro seu rosto o impedindo de se mover.

— Não cuide de mim dessa forma, chegar perto demais dessa forma pode ser prejudicial. — abaixou o olhar para meus olhos. Olhamos por alguns segundos antes de cairmos na gargalhada. Tá! Talvez duas doses fosse demais.

Eu estava ansioso para experimentar cada bebida daquele cardápio, e Jungkook gostava de me acompanhar nessa loucura. Agora estávamos sentados em um sofá de canto um pouco afastado da festa com três 'shots' de tequila para cada.

— faremos uma brincadeira. Um 'shot', uma pergunta. — propôs Jungkook.

— Certo. — concordei e virei um copo. — o que você sentiu quando me traiu? — fui diretos, eu estava animado e corajoso.

— Culpa, arrependimento e raiva, mas isso foi necessário em meu ponto de vista na época. — respondeu e virou um 'shot' em seguida. — Quando te pedi para escolher, qual foi seu critério? — perguntou.

— Eu segui meu coração na época, e não me arrependo, nunca foi um arrependimento para mim, nada do que vivi. — bebi novamente. — o que sentiu quando transou com ela? Na hora. — perguntei.

— Eu não sei dizer, quebrei tantas promessas que fiz a você naquele dia, estava com raiva de você estar confuso sobre nós, bebi, me droguei e ela estava ali também. Eu estava anestesiado então não me lembro de muito bem o que senti. — bebeu e se ajeitou no sofá olhando para mim. — não pensou em mim desde a nossa última vez? — indagou.

— Pensei, e não só pensei, eu te liguei por semanas e te procurei que nem louco. Não tem um dia que eu não pense em você, mas isso não quer dizer que é um ótimo pensamento. — Jungkook sempre esteve presente no meu corpo, alma e em minha cabeça, pensar sobre ele e sobre a nossa última noite era recorrente, mas não por ser boa, foi um fim, mesmo que na época eu não soubesse disso. Eu nunca poderia esquecer aquele dia e nem os dias que vieram depois. — Porque apareceu após semanas naquele feriado? — era minha última pergunta e quiçá, a que eu mais precisava de resposta.

— Minha cabeça estava me matando em saber que tinha te magoado daquela forma, fui para consertar as coisas e dizer que eu te amava mesmo que você não sentisse o mesmo, contudo o cio me pegou de surpresa e então passamos aqueles dias juntos. — e você sumiu do mapa e nem se preocupou em como eu ia me sentir. — Não sente mais nada por mim? Nem uma fagulha? — sua última pergunta estava carregada de ansiedade.

— foram duas perguntas. Na verdade, eu me sinto confuso como da última vez, você conhece meu lado errado, e ele o bom, ele não pode sonhar em conhecer esta outra pessoa. — respondi. Eu havia chegado ao meu ponto favorito de quanto bebo, o ponto em que você se sente livre e tudo está calmo e no lugar, todavia não sente seus lábios e tudo fica mais lento do que deveria, você ri atoa e faz amizades com pessoas que não conhece, o medo vai embora e você se ver sem nenhuma preocupação aparente.

— o casal, vocês dois saiam desse canto e junte-se a nós. — o possível dono da cobertura nos chama e caminhamos até lá, na mesa ao redor deles tinha drogas, coca, maconha e pílulas que me lembravam de LSD. — querem? — perguntou.

— Não, obrigada. — respondo, mas estava hipnotizado com aquilo, saudades talvez? Eu podia sentir de novo? Eu queria sentir de novo? Talvez essa seja a minha última chance de ser quem eu gostava de ser e eu precisava disso. — na verdade... — peguei o cigarro de maconha e acendi olhando para Jungkook que pareceu um pouco impressionado. — não passaremos disso. — me referi a chegar ao nível da coca ou da droga sintética ali presente. Traguei, Jeon estava sentado em uma cadeira ao meu lado, eu prendi a fumaça me sentando em seu colo e assoprando dentro de sua boca como fazíamos antes. Ele puxou o cigarro de meus dedos fazendo a mesma coisa que eu antes de apertar minha cintura com firmeza e entregar a outra pessoa.

— Caso não queira, me peça para parar. — proferiu em meu ouvido antes de trilhar beijos da minha mandíbula até meus lábios e com ansiedade atacá-los com se fosse a última fez que me beijasse, e talvez fosse...