Remember That Night

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Lembra daquela noite...

Como doem as perdas para sempre perdidas, e portanto irremediáveis, transformadas em memórias iguais pequenos paraísos-perdidos

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Como doem as perdas para sempre perdidas, e portanto irremediáveis, transformadas em memórias iguais pequenos paraísos-perdidos.
Caio Fernando Abreu

Tremenda quinta-feira e eu teria que sair de minha cidade para poder ir até o evento idiota de encontro dos ex-alunos, 11 anos depois eles conseguiriam reunir cada pessoa presente naquele ano para descobrir quem foi o mais fracassado e como estava à vida de casa um, enquanto tomavam bebidas baratas e comiam croquetes velhos. Era um evento claramente deplorável de ir, entretanto, eu não ficaria em casa porque fazia tempo que eu não saia da cidade e não tinha uma noite longe dos meus filhos e marido, às vezes um ômega precisa de um pouquinho de espaço para lembrar-se de sua essência, vantagens de não ter uma marca em meu pescoço.

— tem certeza que não quer ir comigo? — perguntei para meu marido mesmo sabendo que ele negaria, Eunwoo odiava eventos desse tipo, quando ele teve que ir em seu encontro parecia mais que estava indo para um enterro.

— não mesmo, eu ficarei e cuidarei das crianças. — falou. — boa sorte com o seu encontro de ex alunos, divirta-se. — beijou meus lábios como se estivesse se despedindo, mas eu nem mesmo começara a me arrumar.

Eu não sabia o que usar, não fazia ideia de como os outros estariam vestidos, mas quando perguntei a Eunwoo como foi seu encontro e como as pessoas estavam vestidas decidi que nem a pau eu iria de terno, só Deus sabe o quanto odeio usar terno, não suporto o simples fato de usar roupas que escondem todas as partes do meu tronco, não que meu corpo seja o melhor, na verdade, ele ainda não voltou ao normal desde o nascimento de Lina.

Depois de um banho relaxante eu vesti uma calça preta como couro e uma blusa de cetim vermelho, deixando alguns botões abertos, como não era nada muito sério e eu já estava sensual demais para uma simples reunião deixei de lado meu batom vermelho e apenas coloquei um lip tint com gloss e uma maquiagem bem leve. Não me esqueci de me perfumar e quando eu já estava devidamente arrumado eu me despedi de minha família pegando as chaves do carro.

Será que eu o veria novamente? A dúvida surgiu enquanto eu seguia para a cidade vizinha o que demoraria um pouco contando com o trânsito e a distância, na verdade, eu nem sabia se conseguiria voltar hoje para casa. Eu o veria após tanto tempo, a sensação seria a mesma de quando eu o vi pela primeira vez? Oh! Essa lembrança permanece tão vivida em minha cabeça, como todas as outras.

Flashback...

Estávamos finalizando o treino, o campeonato estava chegando e tínhamos que estar perfeitos.

— o Minho continua te olhando Jimin. — sussurrou Kate para mim, Minho era o meu ex namorado que ainda insistia que deveríamos ficar juntos por todo o ensino médio, e olha que esse era o primeiro ano.

— deixa ele olhar, é o máximo que pode fazer. Eu já disse de todas as formas que não vou voltar, ele não parece ser o que eu preciso. — respondo enquanto juntava minhas coisas para finalmente tomar um banho.

— e o novato? Ele está vindo em sua direção. — falou e eu pude olhar, o menino com o uniforme do time de futebol, eu nem sabia que ele estava jogando.

— Olá, me chamo Jeon Jungkook. — falou comigo e eu peguei minha bolsa.

— oi Jeon Jungkook. — fui andando em direção ao vestiário.

— não vai me dizer o seu nome? — veio andando atrás de mim.

— não será nada útil para você. — respondi, confesso eu não estava nem um pouco afim de conversar ou fazer novos amigos, eu só queria tomar um banho e ir embora.

— será que pode me mostrar a escola? Acabei de chegar — ele estava se esforçando muito; eu era ótimo em ler as pessoas e eu tenho toda a certeza de que ele não seria assim após me conhecer.

— olha, eu não sou o guia do corredor, na verdade, você conseguiu achar muito bem o campo de futebol, conseguirá se virar sozinho, tem muito tempo para descobrir. Agora se me der licença tomarei um banho. — fui o mais direto que conhecia, ele parecia ser o típico garoto 'bad boy' que tem problemas familiares e uma lista enorme de ômegas que ele magoou por esporte.

Eu não tinha o mínimo de interesse em me relacionar de novo, eu era livre e gostava de ser livre, estava no primeiro ano do ensino médio, no início da minha adolescência e nada nem ninguém me tiraria a graça de não ter amarras alguma.

Nem ao menos parecia que Jungkook se tornaria a pessoa mais importante nos dois anos seguintes e que seria ele o responsável por todas as melhores descobertas da minha vida.

Atualmente...

Eu nem ao menos percebi que já havia chegado, me perdi nos pensamentos e quando vi já estava estacionando o carro. Antes de sair respirei fundo na intenção de criar coragem.

A fachada do colégio ainda era a mesma, só um pouco mais nova, eu tinha muitas lembranças a maioria delas fazendo coisas inapropriadas em lugares inapropriados.

Adentrei o local com confiança e enquanto eu estava esperando para dar o meu nome na lista, ficava pensando sem parar se ele viria, se estaria ali, e como eu falaria com ele.

— não pensei que viria. — era ele, sua voz parecia a mesma, talvez um pouco mais grossa, mas nada exagerado a ponto de eu não reconhece-lo. Antes mesmo que eu respondesse a recepcionista perguntou nosso nome.

— Park Jimin. — respondi recebendo o adesivo com o meu nome e ele fez o mesmo. Entramos no local, juntos e para muitos poderia soar como se ainda fossemos um casal.

— Jimin é você? — era Kate, estava com um copo de suco de morango uma barriga do que pareciam uns cinco meses, acompanhada de mais algumas colegas de equipe. — Jungkook? Ainda estão juntos? Eu munã pensei que iriam durar tanto, mas ainda fazem um belo casal juntos. — falou me abraçando. — você está ótimo. — elogiou.

— na verdade, acabamos de nos encontrar. — respondi sem graça. — e você, está tão diferente. — proferi vendo Jungkook se afastar. — e então o que tem feito? — perguntei caminhando com ela para um lugar melhor.

— sou treinadora da equipe de líder de torcida de Seul e bom daqui a pouco serei mamãe pela primeira vez. — falava animada. — e você? — me dirigiu a pergunta.

— ah! Sou pai. — na verdade, eu não fazia ideiado que falar. — tenho dois filhos, Junwoo de 10 anos e Lina de 4 meses e meio.— sua cara é de completa surpresa. — sou arquiteto, você sabe o quanto euqueria isso. — proferi, eu estava inquieto, não sai de casa para ficar falandoda minha família, eu os amava, mas ficar um momento sem pensar neles seria muito bom.  

Pensamentos impuros - Pjm ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora