Melody

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Melodia...

“Olhe para mim. Eu me cuidei.”

(Sexlife)

Continua...

Fazia três meses depois do ocorrido, após eu ter sido encontrado pelo meu colega de quarto no banheiro rodeado pelo sangue, três meses que fui ao hospital e recebi a pior notícia do mundo, mesmo que eu já soubesse, ouvir isso de uma pessoa é como o fim do mundo. Eu sei que essa era a melhor opção, eu não poderia ser um bom pai nas minhas condições, eu não queria ser como os meus pais, então eu tentava me convencer diariamente que foi melhor e que eu deveria seguir a vida.

Eu então foquei no que eu fazia de melhor, estudar, fiz alguns amigos de turma, mas nunca cheguei a me aproximar mais do que deveria, lisa nunca ficou sabendo mesmo estudando do outro lado do 'campus', ninguém além de mim e meu colega de quarto sabia sobre o ocorrido e era melhor assim, eu estava bem lidando com isso sozinho.

— Acho que você deveria ir conosco Sabe, você nunca sai, podemos beber dançar e nos divertir como deveria ser. — uma das minhas colegas tentou me convencer, e talvez fosse bom eu sair, beber e evitar lembrar-se do passado. Eu seria o melhor arquiteto de Seul e esse era o meu foco, eu mostraria para ele que estava bem, e ele nunca mais me faria mal novamente.

Eu me arrumei da melhor forma que consegui os cabelos em um preto combinando com a maquiagem e as roupas, eu segui para a festa de alguma fraternidade que eu não faço a mínima ideia de quem seja.

Bebi, e dancei, eu não precisei me drogar para me sentir anestesiado, fazia tanto tempo que eu não bebia que quando bebi fiquei bêbado rápido.

— Acredito que só iremos nos encontrar assim agora. — olhei para ver quem era o dono da voz ao meu lado e vi ser Eunwoo.

— Agora não ilegalmente, eu acho. — sorrio, ele tinha o dom de deixar tudo mais leve e alegre.

— Bom você ainda tem 18, acho que não mudou muito, mas eu acho que aqui ninguém pedirá sua identidade, é um universitário agora, está tão diferente. — deu um gole em sua bebida.

— Temos que crescer algum dia. Está estudando aqui? — indaguei.

— Sim, estou cursando o último ano de medicina, e você pelo jeito está na arquitetura. Nossos prédios são bem longes um do outro, deve ser por isso que não nos encontramos antes. Você também não falou mais comigo. Mas agora estamos aqui, se quiser sair para tomar algo comigo algum dia, eu posso arrumar uma brecha na minha agenda para você, sempre tem um espacinho para você. — ele era carinhoso, engraçado, e eu me esqueci do porque de estar triste, os outros finais de semana foram mais animados com sua companhia, e mesmo ocupado ele sempre deixava um espaço para mim, me levava em sua casa para eu fazer companhia a ele enquanto estudava, e me ajudava com os estudos. Ele não me colocava para baixo, muito pelo contrário, ele me fazia sentir amado, para ele eu fazia a diferença. Tive que me acostumar a ter um namoro tranquilo e saudável, algo que fizesse bem ao meu psicológico e tudo não tinha como melhorar.

Mas em uma noite de chuva a companhia de sua casa tocou e quando eu abri, tinha um bebê com malas e tudo.

"Tentei lidar com ele sozinha, mas não consegui tudo que ele precisa está nas malas, cuide de nosso filho, o nome dele é Cha Junwoo".

Kira Kim"

Junwoo tinha um ano, tão pequeno ainda, seus olhos grandes me deixava todo derretido, ele era filho de Eun, um filho que ele desconhecia já que sua ex-namorada sumiu do mapa, mas o 'DNA' provou.

— Sei que essa situação é complicada para você, você tem apenas 18 anos e não precisa passar por isso comigo, mas vou amá-lo ainda mais se não nos deixar. — Eu poderia ter ido embora, mas não fui, Eunwoo era ocupado e aquele bebê precisava de todo o amor e atenção do mundo, eu vi jun como uma oportunidade de me redimir com a vida por abandonar o meu bebê, não ter lutado por sua vida, jun poderia ser meu bebê e ele seria meu para sempre...

Atualmente...

Eu estava arrumando minhas malas para enfim voltar para a minha vida, eu não liguei para Jungkook, eu não me decidi, porque tinha muita coisa em jogo. Após dias Eunwoo resolveu me ligar.

— Será que podemos conversar? — ele perguntou assim que atendi.

— Me deixa chegar em casa e conversamos, essas coisas não devem se conversar por telefone.

— Então abra a porta. — Eu não entendi, mas mesmo assim abri, e então encontrei meu marido com um buquê de girassóis e uma caixa de chocolate, ele estava bem-arrumado e com o brilho nos olhos que eu tanto amo. — Eu sei que tá! Chateado, estamos brigando muito e a culpa é minha, mas está fora de cogitação eu me divorciar de você, eu te amo, e se me aceitar de volta prometo que terá sempre um espacinho em minha agenda para você, por você é você, e sempre terá. — Peguei as flores com um sorriso no rosto. — podemos fazer terapia de casal, terapia individual, eu já diminui meu cronograma. Faço o que quiser meu amor, qualquer coisa para te ter ao meu lado. — ele pegou as flores de minha mão deixando em cima da cama e segurando minha mão logo em seguida.

— E as crianças? — eu não estava acreditando, eu não tinha nem palavras.

— uma hora daqui para lá, jun está na escola, Lina com a babá, eu saí no horário do trabalho apenas para buscar você baby. Então por favor, me perdoe e fique ao meu lado, pela eternidade. — uma decisão, uma palavra, era isso que eu tinha que fazer. Eu precisava decidir agora e nesse exato momento, se deixaria Eunwoo para ficar com Jungkook ou se ignoraria todos os nossos dias nesse hotel e voltaria para a minha vida. Jeon estava disposto a lutar por nós e Eunwoo também.

É apenas uma decisão, quem eu escolho?

Pensamentos impuros - Pjm ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora