Capítulo 18

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DAVID DACKER:

Abro meus olhos e imediatamente Ayla me vem à mente, sorrio ao me lembrar de como ela se entregou a mim ontem. Mas esse sorriso morre ao perceber que ela não está do meu lado igual ontem.

Olho para o teto por um tempo antes de me levantar e tomar coragem de descer as escadas. Ela certamente vai agir como se nada tivesse acontecido.

Chego ao fim das escadas e não a vejo na sala, então dou mais alguns paços para que eu possa enxergar a cozinha e a vejo, toda linda com uma camisa grande e um coque largo.

- Bom dia. – Digo receoso, não quero que ela me trate com desdém.

Ayla se vira e me olha com um sorriso.

- Bom dia, está com fome? Porque eu estou, comeria uma vaca inteira. – Ela fala e volta a olhar as panelas.

- Por que dessa fome toda? – pergunto esperando que ela diga que é por causa da noite que tivemos.

- Sr. David, ainda não tivemos uma noite que me deixaria a ponto de estar passando fome ao acordar. – Ela fala sorrindo.

- Ainda? – pergunto, já que parece ter sido a única coisa que eu filtrei.

- Coma David. – Ela diz colocando um prato de ovos, bacon e panquecas na minha frente.

Não falo mais nada, pois a fome me sobe já que ontem eu não comi nada.

Tomo o café com ela do meu lado saboreando seu suco e sua comida.

- Ayla? -a chamo quando uma lembrança da nossa noite me vem a mente e ela me olha enquanto bebe um gole do seu suco. – Sei que não é da minha conta e tudo bem se não quiser contar, mas por que não pode ter filhos?

Eu a olho, tendo ver se minha pergunta é ou não invasiva para ela.

- Tudo bem. – Ela diz e me dá um sorriso fraco. – Passei por uma cirurgia quando eu tinha 16 anos e acabei tendo que tirar meu útero.

- Sinto muito, você provavelmente iria querer formar uma família. – Digo olhando meu prato agora vazio.

- Não se preocupe, é claro que quando tiram uma coisa de você é tendencia querer aquilo mais que nunca, mas não vou correr atras do impossível. – Ela fala e então se levanta. – Vou me arrumar, te encontro aqui embaixo em 30 minutos, temos que passar no banco.

Apenas concordo e a vejo subir as escadas com aquela camisa curta.

Ayla é linda, com certeza os filhos dela seria tão perfeitos quanto.

Me levanto e vou para o quarto tomar um banho, escovar os dentes e me trocar.

Escolho um terno de três peças cinza claro e um relógio de ouro. Quando término de me trocar, saio do quarto e desço as escadas. Mas paro ao ver Ayla, vestindo uma abaya branca, vestida como uma mulher árabe com parte do seu rosto coberto por seu lenço também branco e delicado.

- Por que está vestida assim? – pergunto, não querendo ofender, mas desde que chegamos não a vi vestida dessa maneira.

- Vamos ao banco e parecendo ou não, ainda sou uma saudita e deve me comportar como tal. – Ela diz ajeitando seu lenço.

Perfeita como sempre.

- Então vamos srta. Miller. – Digo e é aí que eu percebo. – Espera, seu sobrenome é americano.

- Minha mãe era americana. – Ela diz e eu apenas concordo.

O pai dela não deve ter assumido a paternidade ou ela teria o seu sobrenome.

Apaixonado por uma interesseiraOnde histórias criam vida. Descubra agora